A reação, na página pessoal do Facebook do procurador da Lava
Jato, originou uma onda de questionamentos sobre a parcialidade do MPF
Jornal GGN - O blogueiro Stanley Burburinho
iniciou uma onda de questionamentos que dominou a página pessoal do
Facebook de Deltan Dallagnol, procurador da República membro da Força
Tarefa criada para as investigações da Lava Jato.
Sem o cuidado com a imparcialidade pregada em resposta a Stanley, o
membro do Ministério Público Federal do Paraná utiliza as redes sociais
para posicionar-se favorável às prisões preventivas, já republicou
notícias contra o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e defendendo que
a soltura dos empreiteiros traz a sensação de impunidade - posição
manifestada em reportagem de O Globo.
A última publicação de Deltan Dallagnol, no entanto, não passou sem
reações. Ao escrever "Associação dos Magistrados Brasileira defende
mudança no sistema de recursos, contra a corrupção", e compartilhar
matéria da Folha de S. Paulo, o blogueiro disparou uma sequência de
perguntas ao procurador.
Duas horas depois, Stanley disse: "deixei 4 perguntas na página
do procurador Dellagnol do MPF e da Lava Jato, mas não estou
conseguindo mais ver. Será que ele apagou? Por favor, confira neste
link: https://www.facebook.com/deltan.dallagnol/posts/886349061408804 e veja se você consegue ver os meus comentários. Parece que ele apagou".
Mas antes de ver seus comentários apagados, o blogueiro havia feito
uma captura da imagem da tela. Compare que nas imagens, o comentário
que Dallagnol não apaga é o da internauta Solange Rosa Katona, que está
em ambas fotografias:
Abaixo, a transcrição das perguntas que incomodaram o procurador da República:
1) Sr. Procurador, se o PSDB, PMDB, PP e PT
receberam doações das mesmas empresas investigadas na Lava Jato, na
mesma eleição, por que o Sr. não pediu a prisão dos tesoureiros do PSDB,
PMDB, PP, mas só pediu a prisão do tesoureito do PT?
2) Sr. Procurador, se os depoimentos da Lava Jato
estão sob sigilo de Justiça, quem vaza as delações para a TV Globo?
Estão investigando para punir o vazador?
3) Sr. Procurador, o doleiro Youssef da Lava Jato é
o mesmo doleiro Youssef que foi o doleiro do escândalo do Banestado e o
juiz Moro da Lava Jato é o mesmo juiz do inquérito do escândalo do
Banestado e o Procurador do MPF da Lava Jato, Fernando Carlos Lima, é o
mesmo Procurador do escândalo do Banestado que, segundo matéria da
revista IstoÉ de 2003 neste link: "Raposa no galinheiro - Procurador Santos Lima, casado com ex-funcionária do Banestado, tentou barrar quebra de sigilo de contas suspeitas"
acusa que o mesmo Procurador Fernando Santos Lima engavetou o inquérito
do escândalo do Banestado por 4 anos e meio e a esposa dele na época
trabalhava no Banestado?
4) Sr. Procurador, por que se recusam investigar a
corrupção na Petrobras antes de 2003, ano que Lula tomou posse, apesar
do delator premiado Barusco ter dito que já recebia propina desde 1996?
Se investigar a corrupção na Petrobras antes de 2003, chegaria no
escândalo do Banestado quando enviaram, ilegalmente, 124 bilhões para
contas em paraísos fiscais?
O resultado da manifestação de Stanley Burburinho foi uma reação em
massa de internautas, questionando a parcialidade do Ministério Público
Federal do Paraná sobre as investigações, as prisões preventivas, os
vazamentos seletivos de informações, e demais contradições.
Depois de apagar diversos comentários, Deltan respondeu: "Caros, esse não é um espaço de disputas partidárias. A investigação do MPF é técnica, imparcial e apartidária, doa a quem doer". O procurador ainda completou: "perguntas
como as feitas, falseando fatos, não têm interesse em esclarecimentos,
mas sim em tentar dar um olhar partidário para uma investigação
apartidária, o que tira o foco do que é mais importante, que é combater a
corrupção seja qual for o partido ou a pessoa envolvido", fazendo referência ao blogueiro.
Internautas exigiram respostas a Stanley Burburinho. Uma delas
alertou que a exclusão já corria pelas redes sociais e que ficaria
"feio" para o procurador se continuar apagando as "perguntas que lhe são
incômodas". Acompanhe alguns comentários:
Nenhum comentário:
Postar um comentário