quinta-feira, 22 de abril de 2010

Aliado de tucanos diz que não recebeu propina

Conselheiro do TCE diz que não recebeu propina

Folha de S. Paulo - 22/04/2010

Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, disse que não vê problemas no pedido de quebra do seu sigilo bancário na Suíça e na França. "Não há contas em meu nome na França, na Suíça nem em qualquer outro lugar do mundo. Em meu nome não há conta", frisa. "Pode quebrar o sigilo que quiser."

Marinho afirmou inicialmente que não comentaria as suspeitas do Ministério Público Estadual e Federal porque a investigação em torno da Alstom está protegida por segredo de Justiça. Segundos depois mudou de ideia. Disse que nunca apreciou no Tribunal de Contas contratos da Alstom. Ele afirma que um documento anexado por seus advogados na investigação aponta que os contratos sob suspeita da Eletropaulo são de 1983 e 1990. O de 1993 é um contrato batizado de Gisel (Grupo Industrial para o Sistema Eletropaulo), que tinha como objetivo modernizar o sistema elétrico paulista; o de 1990 é um aditivo ao negócio original. "Mas eu entrei no Tribunal de Contas em 1997."

Ele ataca as reportagens da Folha que noticiaram as suspeitas em torno do seu nome. "Vocês me enlamearam, me xingaram, fizeram tanta coisa por algo que não passou no Tribunal de Contas. Nunca recebi propina nem favoreci a Alstom."

A Alstom já negou que seu ex-diretor financeiro na França tenha sugerido a Romeu Pinto Jr. que ele criasse uma empresa para repassar comissões a políticos. A empresa diz que sempre agiu de maneira lícita nos negócios públicos e que está colaborando com as investigações.

A Folha tentou falar com a assessoria do Metrô para eventuais comentários sobre o pedido de quebra de sigilo bancário do irmão do presidente da companhia, mas não obteve resposta.

Quando a Folha revelou que a Suíça bloqueara uma conta atribuída a Jorge Fagali Neto, o Metrô afirmou por meio de nota que o nome do presidente não aparecia nas investigações.

Ainda segundo o Metrô, José Jorge Fagali não estava na empresa na época dos contratos considerados suspeitos pela promotoria. (MCC)

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