segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Elena Landau, a musa das privatizações, vai coordenar propostas tucanas




Valor Econômico - 15/08/2011

Após três derrotas consecutivas em eleições presidenciais (2002, 2006 e 2010), o PSDB decidiu buscar no passado vitorioso da década de 1990, quando elegeu Fernando Henrique Cardoso duas vezes presidente da República (1994 e 1998) e comandou a estabilização econômica com o Plano Real, o combustível para tentar uma virada em 2014, ainda que sem saber com que candidato. Um dos primeiros passos nesse caminho foi buscar de volta a economista, e agora também advogada, Elena Landau, um dia conhecida como "a musa das privatizações".Ela acaba de aceitar o convite do ex-senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV), o órgão de pesquisa do partido, para coordenar a formulação de um diagnóstico do país e de uma nova agenda de proposições que, mesmo ela afirmando não haver conexão entre as duas coisas, acabará servindo de base ao programa partidário em futuras eleições. Trata-se de um reencontro. Em 1991, Tasso, na condição de presidente do partido, convidou a jovem economista, formada na PUC-Rio, para ser sua assessora econômica.
 
 
Foi em torno dessa assessoria que se aglutinou o time de economistas integrado por nomes consagrados como Edmar Bacha, Pérsio Arida - hoje marido de Elena -, André Lara Resende, Pedro Malan, Gustavo Franco, Armínio Fraga, Pedro Bodin e outros que idealizou e implementou o Plano Real, um dos mais bem-sucedidos programas de estabilização monetária da história. Agora, sob o guarda-chuva do ITV, a economista resgata essa equipe, com o cuidado de agregar novos nomes para ir além do econômico.


"O que me fez voltar foi a ampliação da agenda, que vai além da economia, vai pensar o futuro e ter uma proposta", disse ao Valor na semana passada em uma sala com vista para a Baía de Guanabara do elegante escritório de advocacia Sérgio Bermudes, onde atua e pretende permanecer como consultora. Ainda pisando em ovos por não ter sequer assinado contrato com o ITV, Elena confessou ter saído do PSDB há seis meses, duplamente frustrada.


"Saí porque achei que estávamos perdendo a identidade, a capacidade de dar respostas e formular. E, do ponto de vista da minha trajetória pessoal, ficava frustrada a cada eleição quando as privatizações (o programa criado pelo ex-presidente Fernando Collor e aprofundado por Fernando Henrique Cardoso) não eram defendidas", afirmou. Elena foi diretora de Desestatização do BNDES, o banco que comandou as privatizações federais, de 1993 a 1996.


"As privatizações foram muito boas para o país e tenho orgulho de ter participado delas", afirma, ressaltando os avanços obtidos em setores como o de telecomunicações e o elétrico. Mas ela ressalva que defender as privatizações não significa que ainda haja o que privatizar, defendendo a continuidade de empresas como a Petrobras e a Eletrobras na esfera estatal, apenas aperfeiçoando a governança e o poder das agências reguladoras para coibir interferências políticas na gestão dessas empresas. "A influência política é deletéria às empresas [estatais]".


O retorno pelas mãos de Tasso tem esse viés de resgate. "A gente não pode simplesmente dizer que o mundo começou agora. Não se pode discutir questões de fundo, tanto sociais como econômicas, sem resgatar o passado, a competência que o PSDB teve de mudar, de fazer a virada", explica. Essa nova agenda tucana em gestação está em sintonia com o recente e polêmico artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no qual ele propõe que as oposições devem buscar as novas classes médias como alvo, uma vez que o "povão" estaria sob forte influência dos mecanismos de "concessão de benesses" oficiais.


Com o cuidado de ressaltar a importância da atenção aos setores mais pobres da sociedade, Elena Landau conta que um dos desafios das propostas que ela pretende coordenar no ITV, fazendo o papel de uma espécie de "curadora de ideias", é o de "atender a uma classe emergente que está além do assistencialismo". Essa classe, que saiu recentemente da pobreza, quer, segundo ela, ter saúde, educação de qualidade, infraestrutura, segurança, poupança para a velhice, em resumo, qualidade de vida além das necessidades básicas.


O livro "Brasil: A nova Agenda Social", recém publicado sob a coordenação do economista Edmar Bacha e o sociólogo Simon Schwartzman, é considerado pela economista "ponto de partida" ao trabalho que pretende começar nas próximas semanas. "O livro tem um ponto de partida muito interessante: o diagnóstico de onde estamos e onde queremos chegar, o que é preciso fazer e quais os obstáculos a vencer", explica.


O trabalho de Bacha e de Schwartzman reúne estudos feitos por diversos especialistas sobre as temas educação, saúde, previdência, segurança e políticas de renda. Elena disse que o trabalho é também referência em matéria de novos nomes para contribuir com os estudos que pretende desenvolver. Ela disse ainda que já está conversando "com as pessoas" para articular as primeiras ações. E ressaltou também a necessidade de aperfeiçoar a comunicação do ITV para que os trabalhos ganhem a publicidade necessária.


A economista afirmou também que não serão negligenciadas contribuições de pessoas do atual governo, mas que têm propostas consideradas positivas, citando nominalmente os economistas Marcelo Néri (FGV) e Ricardo Paes de Barros, este ocupando atualmente Secretário de Ações Estratégicas da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República.


As novas ações do ITV, segundo a economista, não serão pautadas pela conjuntura, embora não devam perder de vista, por exemplo, a crítica ao que considera desvio do governo em relação à política de metas de inflação, optando por distanciar-se do centro da meta e manter a taxa no seu teto. Elena Landau garante também não haver preocupação com o nome que representará o partido nas próximas eleições presidenciais.

2 comentários:

VERA disse...

Elena Landau é a baranga que aparece sorrindo na foto, ao lado do Zé-bolinha-baixaria, no dia em que enfiaram a Light (aquela dos bueiros que explodem!) no rabo!!!

E ela é a única tucanalha que "não está preocupada com o nome que representará o PSDBostas/demos/pps nas próximas eleições", porque seus capos já estão se engalfinhando pra ser o candidato que apanhará do PT DE NOVO!!!

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Zé disse...

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