terça-feira, 9 de setembro de 2014

Agora deu:Defunto também faz doação

Campos fez doação pós-morte de R$ 2,5 mi ao PSB

O valor, equivalente a cinco vezes o patrimônio de Campos, foi doado para o partido de Marina Silva no dia seguinte à morte do ex-governador de Pernambuco
Eduardo Campos e Marina Silva
Eduardo Campos e Marina Silva em evento em São Paulo, no início de agosto
O comitê financeiro do PSB à Presidência da República informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter recebido uma doação do falecido ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. Na planilha enviada ao TSE no início de setembro, a contribuição está registrada com a data de 14 de agosto, um dia depois do acidente aéreo com o então presidenciável. A doação atribuída a Campos é quase cinco vezes maior do que o patrimônio declarado por ele ao registrar sua candidatura, de 546 mil reais.
O atual responsável pela gestão financeira do comitê presidencial do PSB é o tesoureiro do partido, Márcio França. O deputado federal é candidato a vice na chapa do governador Geraldo Alckmin, do PSDB, que tenta a reeleição em São Paulo.
Quando o PSB ratificou Marina como candidata no lugar de Campos, ela decidiu nomear alguém de sua confiança para comandar as finanças da campanha. O cargo pertencia então a Henrique Costa, da confiança de Campos. Marina primeiro escolheu seu chefe de gabinete no tempo de ministério, Bazileu Margarido. Depois, Marina reforçou a equipe com um banqueiro com passagem pelo Citibank, Álvaro de Souza.
A presidenciável não estava à vontade com os acordos financeiros que Campos fechara com aliados em troca deapoio. Um dos partidos da coligação presidencial do PSB, o PPS já recebeu, por exemplo, meio milhão em recursos arrecadados e transferidos pelo comitê financeiro do PSB. Vários candidatos a governador pelo PSB também já obtiveram verba por este caminho.
A solução acertada entre Marina e o PSB para tentar uma convivência foi separar as finanças: de um lado, as da campanha da candidata; de outro, as do comitê presidencial do partido. O primeiro grupo tem Álvaro de Souza à frente. O segundo, Márcio França.
Com isso, Marina também tenta preservar a “pureza” de seu caixa. O estatuto do partido que quer fundar, a Rede, proíbe os filiados de tomar fundos de quatro setores empresariais: fumo, bebidas, armas e agronegócio. França não vê problema nestes financiamentos. Conta com eles para cumprir os acordos de Campos.
A prestação de contas entregue pela campanha de Marina ao TSE declara não ter havido recebido nenhuma doação até agora. ACartaCapital, Bazileu Margarido, que coordena as finanças da campanha de Marina, disse em telefonema que a doação foi legal e que o partido prepara uma nota de esclarecimento,CartaCapital

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