28/11/2008
Redação CartaCapital
Em meio ao bombardeio de más notícias da crise financeira internacional, alguns indicadores mostram que o Brasil ainda resiste à turbulência. No front externo, os investimentos diretos de estrangeiros no País somavam o recorde de 37,1 bilhões de dólares até a segunda-feira 24 e superaram as expectativas do governo, de 35 bilhões de dólares no fechamento do ano. Segundo Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico do Banco Central, trata-se de dinheiro que não se destina a aplicações financeiras, mas ao setor produtivo. “É o reflexo da percepção de que a economia brasileira tem bons fundamentos”, disse em entrevista coletiva.
Do lado das contas internas, outra boa-nova. O déficit nominal público, que inclui os gastos com o juro da dívida interna, somou 1,835 bilhão de reais entre janeiro e outubro. Nos últimos doze meses, este montante corresponde a apenas 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) e é o menor em dezessete anos. O crescimento econômico do País, que deve superar ligeiramente 5% neste ano, explica o bom resultado. Isso porque mais produção implica maior arrecadação. Os números positivos foram obtidos nas quatro esferas de governo: União, estados, municípios e estatais.
O mercado de trabalho também não reflete a desaceleração mundial. A taxa de desemprego, nas seis regiões metropolitanas do País, caiu de 14,1%, em setembro, para 13,4%, em outubro. Segundo o Dieese e a Seade, que apuram os números, é a menor taxa para o mês, desde que foi iniciada a série histórica, em 1998. O número de desempregados em outubro totalizou 2,6 milhões.
No crédito, o estoque total de operações somou 1,187 trilhão de reais, em outubro, com crescimento de 34,2% em doze meses. O valor alcançou 40% do PIB, relação também recorde. Mas há sinais de desaceleração, segundo o BC. Isso se deve sobretudo à elevação da taxa de juro, que atingiu 42,9% ao ano, um aumento de 2,5 pontos porcentuais no mês e 7,5 pontos porcentuais em doze meses. É o retrato do empoçamento de recursos, pois os bancos têm relutado em financiar empresas e cidadãos, temendo futura inadimplência com o crescimento menor do PIB em 2009
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