Publicada em:30/08/2009
O velho moralismo dos tempos de Carlos Lacerda está a todo vapor neste agosto que termina. No dia 24 último, quando completavam 55 anos do suicídio de Getúlio Vargas liguei o rádio ao acordar e levei um susto. Um jornalista da CBN bradava indignado contra a compra pelo Palácio do Planalto de toalhas de rosto e de banho de fio egípcio. Imaginei que tinha recuado no tempo ou estava tendo um pesadelo. Naquela crise de agosto de 1954, a UDN (União Democrática Nacional), que de democrática não tinha nada, pois vivia pregando o golpe, falava em mar de lama no Catete etc e tal. Agora, entre outras acusações, a CBN, do sistema Globo de rádio, se indignava contra as toalhas de fio egípcio.
Os políticos da UDN que passaram o tempo todo na porta dos quartéis tentando convencer a oficialidade sobre a necessidade de derrubar Getúlio Vargas, depois Juscelino Kubitschek e em seguida João Goulart, deixaram herdeiros neste 2009. Agora passam o tempo todo denunciando, criando fatos com repercussão na mídia conservadora hegemônica com o visível objetivo de desviar a atenção de temas relevantes relacionados com o futuro de um Brasil soberano. E o 24 de agosto remete a Era Vargas, que FHC jurou riscar do mapa, à Carta Testamento e ao suicídio de Getúlio, às riquezas petrolíferas nas mãos dos brasileiros, à IV Frota estadunidense rondando as riquezas petrolíferas do pré-sal e assim sucessivamente.
Aí surge o tal comentarista da CBN, do sistema Globo de rádio, para “denunciar” os gastos com as toalhas de fio egípcio, numa repetição grotesca da rádio Globo em 1954. Aí vem o colunista político Merval Pereira (será coincidência?) bradar contra a Era Vargas com um comentário intitulado “filhote do getulismo”, comparando o sindicalismo daquela época com o atual. O objetivo de Pereira é um só: palanque de uma candidatura tucana. O colunista de O Globo é de fato um filhote de um colunista reacionário dos anos 50 - recentemente elogiado pelo próprio Merval - de nome João Neves da Fontoura, que até o fim da vida escreveu contra o seu ex-correligionário Getúlio Vargas e criticava tudo o que passava por perto de nacionalismo.
Enfim, tais reflexões fazem parte da história contemporânea brasileira, que ainda precisa ser contada sem a visão distorcida do conservadorismo. Mas se o leitor imagina que as distorções e manipulações midiáticas se resumem a Era Vargas ou aos veículos de imprensa das Organizações Globo, enganam-se. Na edição de 26 de agosto último, a revista Isto É, no mais puro estilo Veja, editou matéria exemplo típico de manipulação da informação, que pode ser denominada “jornalismo cloaca”. Com o título “O lobista de Chávez”, a matéria de página inteira, assinada por Claudio Dantas Siqueira, mentia de cabo a rabo, exatamente com o objetivo de induzir o leitor a se posicionar contra a Telesul, um importante canal televisivo de integração, e o governo da República Bolivariana da Venezuela.
A raivosa Isto É queimava o combativo jornalista Beto Almeida com informações mentirosas, porque ele participa como diretor independente, ou seja, sem representar qualquer país, da diretoria da Telesul. De quebra, a matéria “informava” que o Governador Roberto Requião fez um convênio com o canal de integração, apresentando um telejornal da Telesul na TV E do Paraná.
O jornalismo cloaca da Isto É ainda por cima selecionou o senador tucano Álvaro Dias para questionar o jornalista Beto Almeida, que também é dos quadros da TV Senado, onde ingressou por concurso. E assim sucessivamente.
Não é à toa que alguns analistas vêem o dedo de algum serviço de inteligência na elaboração de matérias como a apresentada pela Isto É. Cabe agora a própria revista responder a tais insinuações e apresentar alguma justificativa para demonstrar que o objetivo da matéria foi apenas jornalístico. Podem crer que vai ser uma tarefa impossível, pois pela forma como foi escrita está na cara a origem da pauta.
Por estas e muitas outras, chegou a hora de os brasileiros tomarem conhecimento da necessidade urgente de abrir a discussão sobre a questão da democratização dos meios de comunicação. O que não pode mais ser permitido é os barões da mídia continuarem manipulando ao bel prazer e toda vez que são questionados responderem com acusações infundadas, misturando alhos com bugalhos, ou seja, liberdade de expressão e de imprensa com liberdade de empresa. A hora é essa!
Em tempo: a briga Globo x Record deveria sensibilizar os parlamentares em Brasília a criarem uma CPI sobre a mídia. Seria a oportunidade de os brasileiros conhecerem com mais detalhes as graves acusações que foram divulgadas de um lado e do outro.
O velho moralismo dos tempos de Carlos Lacerda está a todo vapor neste agosto que termina. No dia 24 último, quando completavam 55 anos do suicídio de Getúlio Vargas liguei o rádio ao acordar e levei um susto. Um jornalista da CBN bradava indignado contra a compra pelo Palácio do Planalto de toalhas de rosto e de banho de fio egípcio. Imaginei que tinha recuado no tempo ou estava tendo um pesadelo. Naquela crise de agosto de 1954, a UDN (União Democrática Nacional), que de democrática não tinha nada, pois vivia pregando o golpe, falava em mar de lama no Catete etc e tal. Agora, entre outras acusações, a CBN, do sistema Globo de rádio, se indignava contra as toalhas de fio egípcio.
Os políticos da UDN que passaram o tempo todo na porta dos quartéis tentando convencer a oficialidade sobre a necessidade de derrubar Getúlio Vargas, depois Juscelino Kubitschek e em seguida João Goulart, deixaram herdeiros neste 2009. Agora passam o tempo todo denunciando, criando fatos com repercussão na mídia conservadora hegemônica com o visível objetivo de desviar a atenção de temas relevantes relacionados com o futuro de um Brasil soberano. E o 24 de agosto remete a Era Vargas, que FHC jurou riscar do mapa, à Carta Testamento e ao suicídio de Getúlio, às riquezas petrolíferas nas mãos dos brasileiros, à IV Frota estadunidense rondando as riquezas petrolíferas do pré-sal e assim sucessivamente.
Aí surge o tal comentarista da CBN, do sistema Globo de rádio, para “denunciar” os gastos com as toalhas de fio egípcio, numa repetição grotesca da rádio Globo em 1954. Aí vem o colunista político Merval Pereira (será coincidência?) bradar contra a Era Vargas com um comentário intitulado “filhote do getulismo”, comparando o sindicalismo daquela época com o atual. O objetivo de Pereira é um só: palanque de uma candidatura tucana. O colunista de O Globo é de fato um filhote de um colunista reacionário dos anos 50 - recentemente elogiado pelo próprio Merval - de nome João Neves da Fontoura, que até o fim da vida escreveu contra o seu ex-correligionário Getúlio Vargas e criticava tudo o que passava por perto de nacionalismo.
Enfim, tais reflexões fazem parte da história contemporânea brasileira, que ainda precisa ser contada sem a visão distorcida do conservadorismo. Mas se o leitor imagina que as distorções e manipulações midiáticas se resumem a Era Vargas ou aos veículos de imprensa das Organizações Globo, enganam-se. Na edição de 26 de agosto último, a revista Isto É, no mais puro estilo Veja, editou matéria exemplo típico de manipulação da informação, que pode ser denominada “jornalismo cloaca”. Com o título “O lobista de Chávez”, a matéria de página inteira, assinada por Claudio Dantas Siqueira, mentia de cabo a rabo, exatamente com o objetivo de induzir o leitor a se posicionar contra a Telesul, um importante canal televisivo de integração, e o governo da República Bolivariana da Venezuela.
A raivosa Isto É queimava o combativo jornalista Beto Almeida com informações mentirosas, porque ele participa como diretor independente, ou seja, sem representar qualquer país, da diretoria da Telesul. De quebra, a matéria “informava” que o Governador Roberto Requião fez um convênio com o canal de integração, apresentando um telejornal da Telesul na TV E do Paraná.
O jornalismo cloaca da Isto É ainda por cima selecionou o senador tucano Álvaro Dias para questionar o jornalista Beto Almeida, que também é dos quadros da TV Senado, onde ingressou por concurso. E assim sucessivamente.
Não é à toa que alguns analistas vêem o dedo de algum serviço de inteligência na elaboração de matérias como a apresentada pela Isto É. Cabe agora a própria revista responder a tais insinuações e apresentar alguma justificativa para demonstrar que o objetivo da matéria foi apenas jornalístico. Podem crer que vai ser uma tarefa impossível, pois pela forma como foi escrita está na cara a origem da pauta.
Por estas e muitas outras, chegou a hora de os brasileiros tomarem conhecimento da necessidade urgente de abrir a discussão sobre a questão da democratização dos meios de comunicação. O que não pode mais ser permitido é os barões da mídia continuarem manipulando ao bel prazer e toda vez que são questionados responderem com acusações infundadas, misturando alhos com bugalhos, ou seja, liberdade de expressão e de imprensa com liberdade de empresa. A hora é essa!
Em tempo: a briga Globo x Record deveria sensibilizar os parlamentares em Brasília a criarem uma CPI sobre a mídia. Seria a oportunidade de os brasileiros conhecerem com mais detalhes as graves acusações que foram divulgadas de um lado e do outro.
Mario Augusto Jakobskind, Direto da Redação.
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