29 de Agosto de 2009
PSDB, na defensiva, desiste de crítica a projetos de Lula
O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, propõe uma postura defensiva em relação aos programas sociais do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de 2010. "A orientação do partido é dar essa visão positiva dos programas, reconhecer os programas do governo Lula, elogiar o que têm de positivo e desenvolver propostas. Nada que tenha a ver com aquela história de porta de saída. Porta de saída é tudo que a gente precisa para se dar mal", disse Guerra.
A informação está no jornal O Estado de S. Paulo deste sábado (29). O Estadão cobriu a partiipação do senador pernambucano numa reunião da bancada federal tucana para discutir as eleições de 2010, no Hotel Sheraton Barra, da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio.
Cerca de 30 parlamentares tucanos participaram do encontro, que ocorreu na quinta e sexta-feira. As advertências de Guerra dão uma ideia das dificuldades que as pesquisas anunciam para o PSDB.
"Porta de saída"? "Nem de longe!
Sérgio Guerra disse que a legenda não permitirá "nem de longe" a disseminação da ideia de que, se vencer, acabará com os projetos sociais de Lula. Apenas o Bolsa-Família atende mais de 11 milhões de famílias. Segundo o senador, pesquisas mostram que as maiores dificuldades da legenda ocorrem em regiões onde há concentração dessas iniciativas do governo federal.
A novidade, segundo Guerra, é que os tucanos deverão abandonar as críticas ao Bolsa-Família e reconhecer que seu desenvolvimento foi correto. "A orientação do partido é dar essa visão positiva dos programas, reconhecer os programas do governo Lula, elogiar o que têm de positivo e desenvolver propostas. Nada que tenha a ver com aquela história de porta de saída. Porta de saída é tudo que a gente precisa para se dar mal", disse Guerra.
Com medo de perder votos, o PSDB, assim, abandonará uma das principais críticas que fazia à área social do governo Lula - a de que seus programas tornariam os beneficiários dependentes da ajuda e sem alternativas para ter uma vida econômica sem ajuda do Estado.
O discurso proposto por Guerra aos tucanos é outro. Consiste em dizer que todos ou quase todos os programas sociais no fundo foram inventados pelo PSDB, no governo Fernando Henrique, e apenas desenvolvidos pelo presidente Lula. "Achamos que o desenvolvimento foi correto. Isso é verdade", admitiu. "O que vamos ter é propostas para essa área social, muito precisas". Ele afirmou que, em 2006, no segundo turno, foi organizado no Nordeste um "projeto de massificação da ideia" de que o PSDB, se vencesse, acabaria com os programas sociais.
"Luz vermelha" para Yeda Crusius
Guerra avaliou que, no Rio Grande do Sul , onde a governadora tucana Yeda Crusius enfrenta uma CPI para investigar corrupção em seu governo, "acendeu a luz vermelha". O alerta foi causado por pesquisas eleitorais indicando que, no estado, a pré-candidata presidencial do PT, Dilma Rousseff, ultrapassou o provável postulante tucano, governador José Serra, desgastado pela crise política de sua correligionária.
Uma assessoria do comando nacional tucano foi imposta a Yeda, revelou Guerra, que esteve recentemente com a governadora. "Ela precisa aceitar a ampla reforma de seu governo", disse, em exposição para os deputados e senadores.
No Rio, o lançamento da pré-candidatura de Marina Silva à Presidência pelo PV fez surgir novos problemas, segundo o senador. O PSDB não aceita que o deputado Fernando Gabeira (PV) seja candidato a governador com dois palanques - um com Marina, outro com Serra.
Estado de S. Paulo
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