Por Jorge Furtado
Os jornais e programas jornalísticos cada vez mais são feitos imaginando-se leitores e espectadores que só leiam, escutem e vejam as manchetes, sem dar bola para o texto da notícia ou para o que dizem debatedores e entrevistados. (1)
No neo-jornalismo brasileiro – simbolicamente fundado quando a palavra “suposta” ganhou a capa de revistas e jornais – a leitura da notícia desmente a manchete, desmoralizando a um só tempo o repórter, o editor e o leitor, num strike suicida, como um jogador de boliche que atira a bola para cima. Talvez a antiga imprensa esteja certa e eu faça parte de uma ridícula minoria, espécie em extinção que ainda lê o texto das notícias e raciocina por conta própria, mas sinto informar que para nós, antigos fãs das letras miúdas, tão pagando um micão!
Não vou mudar de assunto, tenho mais o que fazer. Só voltarei a levar a antiga imprensa a sério quando responderem de maneira aceitável e adulta a pelo menos algumas das perguntas que eles mesmos fizeram tantas vezes:
1. De onde veio o dinheiro do dossiê? E quem estava no vídeo abraçados com sanguessugas?
2. O que aconteceu com a faxineira que, segundo o delegado Edmilson Pereira Bruno, teria roubado o cd com a foto dos aloprados?
3. Já sabemos quem quebrou o sigilo do Francenildo (2), mas quem quebrou o sigilo bancário de Freud Godoy? Gabeira ou o Estadão? (3)
4. A Folha já conseguiu provar que a ficha digital é digital ou ainda está procurando o original de papel pra ter certeza?
5. Até quando vão sustentar a versão de Lina Vieira sobre a reunião com Dilma? O que aconteceu com a versão “19 de novembro”? Quem chamou Dilma de mentirosa, vai pedir desculpas?
6. Até quando vão sustentar a versão Demóstenes/Veja do grampo sem áudio do Gilmar?
7. Até quando vão sustentar a história da “grampolândia”? E a versão de Nelson Jobin, que tanto ajudou na defesa do brilhante Dantas, de que a Abin fazia escutas clandestinas? Como os 5 milhões de grampos viraram 7 mil?
8. Até quando vão continuar sendo pautados, sem críticas, por Demóstenes Torres, Heráclito Fortes, Agripino Maia, Ronaldo Caiado e Artur Virgílio? (4)
9. Até que ponto vão transformar os jornais que líamos e os programas que víamos em panfletos eleitorais de José Serra? Devolver o poder ao Psdb paulista tem tanta importância assim, a ponto de liquidar, a um só tempo, com a credibilidade de toda a antiga imprensa brasileira? (“É o pré-sal, estúpido!”) .
10.Até quando vão esconder os nomes dos políticos que receberam caixa dois de Furnas?
11. E cadê o Picasso do INSS?
Terrornews.
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