RICARDO MELO
A pior notícia para as pretensões oposicionistas saiu das planilhas do IBGE, ao sacramentarem algo de que já se suspeitava. Depois de ensaiar uma queda livre, a economia brasileira dá sinais de vitalidade e capacidade de recuperação das quais, diga-se de passagem, nem o próprio governo desconfiava. Os números informam que acabou a tal "recessão técnica", o consumo manteve o crescimento e a indústria começa a se recuperar.
Para fins eleitorais, o realismo político indica que pouco importa se o principal vetor dessa recuperação foram medidas internas de estímulo, ou o impulso às nossas exportações mantido pelos países onde a crise teve menor intensidade (ou ainda a combinação disto com mais alguma coisa, cuja explicação deixo para os economistas que previam que o mundo ia acabar e agora dizem que não era bem assim).
Ninguém duvida: o Planalto vai tocar o bumbo e reciclar o discurso da marolinha que, é bom lembrar, o próprio governo abandonara quando o horizonte escureceu. O barulho provavelmente irá abafar ainda mais, por exemplo, coisas como a conivência com os desmandos no Senado, ou a aliança mal explicada de uma empreiteira com a concorrência militar internacional.
À oposição, que na falta de programa próprio apostava na crise para ganhar musculatura, não resta outra saída exceto providenciar algum discurso. Deixem-se de lado pesquisas feitas com tanta antecedência. Do jeito que as coisas estão postas, parece mais fácil eleger até quem bisbilhota extratos de caseiros do que ver algum José subindo a rampa do Planalto.
Folha de S. Paulo - 14/09/2009
A pior notícia para a oposição, nesses dias de setembro, não veio da chuva que escancarou a desorientação dos governos paulista e paulistano para enfrentar fenômenos tão previsíveis quanto devastadores nas suas consequências para a população. Tampouco partiu do Rio Grande do Sul, onde uma governadora tucana sangra em praça pública acusada de tratar o dinheiro público e o privado como frutas de um só cacho.
A pior notícia para a oposição, nesses dias de setembro, não veio da chuva que escancarou a desorientação dos governos paulista e paulistano para enfrentar fenômenos tão previsíveis quanto devastadores nas suas consequências para a população. Tampouco partiu do Rio Grande do Sul, onde uma governadora tucana sangra em praça pública acusada de tratar o dinheiro público e o privado como frutas de um só cacho.
A pior notícia para as pretensões oposicionistas saiu das planilhas do IBGE, ao sacramentarem algo de que já se suspeitava. Depois de ensaiar uma queda livre, a economia brasileira dá sinais de vitalidade e capacidade de recuperação das quais, diga-se de passagem, nem o próprio governo desconfiava. Os números informam que acabou a tal "recessão técnica", o consumo manteve o crescimento e a indústria começa a se recuperar.
Para fins eleitorais, o realismo político indica que pouco importa se o principal vetor dessa recuperação foram medidas internas de estímulo, ou o impulso às nossas exportações mantido pelos países onde a crise teve menor intensidade (ou ainda a combinação disto com mais alguma coisa, cuja explicação deixo para os economistas que previam que o mundo ia acabar e agora dizem que não era bem assim).
Ninguém duvida: o Planalto vai tocar o bumbo e reciclar o discurso da marolinha que, é bom lembrar, o próprio governo abandonara quando o horizonte escureceu. O barulho provavelmente irá abafar ainda mais, por exemplo, coisas como a conivência com os desmandos no Senado, ou a aliança mal explicada de uma empreiteira com a concorrência militar internacional.
À oposição, que na falta de programa próprio apostava na crise para ganhar musculatura, não resta outra saída exceto providenciar algum discurso. Deixem-se de lado pesquisas feitas com tanta antecedência. Do jeito que as coisas estão postas, parece mais fácil eleger até quem bisbilhota extratos de caseiros do que ver algum José subindo a rampa do Planalto.
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