O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, pediu "maior engajamento" dos Estados Unidos na crise política em Honduras em uma conversa por telefone com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, nesta segunda-feira.
O pedido de maior envolvimento foi feito ainda ao diretor-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e ao secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza. Amorim conversou com os dois por telefone.
Em entrevista a jornalistas, em Brasília, Amorim disse que citou a recusa do governo interino em permitir a entrada de diplomatas da OEA em Honduras, e possibilidade de que a embaixada brasileira perca o status diplomático como casos "graves" que merecem a atenção da comunidade internacional.
"Esses fatos mostram um estado de surdez das autoridades de facto frente ao que tem dito a OEA. Há total falta de receptividade", disse o ministro.
OEA O chanceler brasileiro também demonstrou "preocupação" quanto às declarações do embaixador americano na Organização dos Estados Americanos (OEA), Lewis Amselem, que descreveu a volta de Manuel Zelaya a Honduras como "irresponsável e insensata".
Em Washington, o embaixador brasileiro na OEA, Ruy Casaes, criticou a postura da organização na crise em Honduras. Durante a reunião do conselho, Casaes disse que a OEA "está caminhando cada vez mais para um absoluto estado de irrelevância".
Ainda nesta segunda-feira, o Itamaraty fez uma nova notificação ao Conselho de Segurança da ONU. Em carta enviavada à presidente do Conselho, Susan Rice, a representação brasileira cita as ameaças à embaixada brasileira em Honduras.
"Nosso governo acredita que o Coselho de Segurança deve ser informado dos acontecimentos para que possa tomar as medidas que considerar apropriadas, no tempo certo", diz o documento.
Estados Unidos A avaliação do governo brasileiro é de que, sozinho, o país não conseguirá resolver o impasse que se instalou em Honduras, e que a participação dos Estados Unidos, por exemplo, tornou-se "fundamental" para a solução da crise.
O assessor especial do Palácio do Planalto, Marco Aurélio Garcia, disse que o governo americano poderia adotar sanções "mais enfáticas" em relação à economia hondurenha.
"Não há dúvida de que poderiam ser mais contundentes", disse Garcia à BBC Brasil.
Segundo ele, houve uma "clara involução" da situação em Honduras e que o país vive sob uma "ditadura".
"As restrições à imprensa local e a suspensão de direitos individuais são prova de que o país vive uma ditadura. Tivemos uma involução da situação tremenda", disse o asssessor. BBC.
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