Valor Econômico - 25/09/2009
O desmatamento na Amazônia atingiu em agosto pelo menos 498 quilômetros quadrados (km2) de floresta. A área equivale a quase metade do município do Rio de Janeiro. Os dados são do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) e foram divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Em comparação com o resultado de agosto de 2008, quando 756 km2 foram desmatados, houve redução de 35%. Os dados já haviam sido divulgados pela manhã pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. "Nunca comemoro os dados, porque desmatamento nunca é bom, mas é uma queda acentuada. Além disso, agosto é um dos meses críticos de desmatamento na Amazônia", afirmou.
De acordo com Minc, o Pará se manteve na liderança do desmatamento e foi responsável pela derrubada de cerca de 300 km2 de floresta em agosto.
Os satélites do Inpe registraram 105,2 km2 de desmate em Mato Grosso e 50,9 km2 em Rondônia, Estados em que não houve cobertura de nuvens no período. No Amazonas, o Inpe observou 21,7 km2 de novas derrubadas e no Acre, 6,3 km2. Amapá, Maranhão, de Roraima e do Tocantins tiveram desmates menores que 5 km2.
Em toda a Amazônia Legal, a área livre de nuvens correspondeu a 83% da região. "O Amapá foi o Estado que apresentou a menor oportunidade de monitoramento, pois apresentou um índice de cobertura de nuvens de 64% no período", destaca o relatório. A medição considera as áreas que sofreram corte raso (desmate completo) e as que estão em degradação progressiva. O sistema serve de alerta para as ações de fiscalização e controle dos órgãos ambientais.
O desmate medido em agosto não será levado em conta na taxa anual de desmatamento para o atual período (2008/2009). O total, calculado pelo Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal, vai considerar o desmate entre agosto de 2008 e julho de 2009. A estimativa do governo é de que o resultado seja o menor dos últimos 20 anos.
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