BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na segunda-feira que não há mais no mundo nenhum "dono da verdade", pois agora os países emergentes conseguiram ter maior participação nos fóruns que definem as diretrizes de condução da economia global.
Lula comemorou o aumento do poder decisório dos países em desenvolvimento no Banco Mundial e no Fundo Monetário Internacional (FMI) decidido durante a reunião do G20, nos Estados Unidos.
Ele lembrou também a declaração do presidente norte-americano, Barack Obama, de que o G20 deveria ser o ambiente de discussão das questões econômicas globais.
"É o G-20, na prática, substituindo o G-8... O que está acontecendo de novo no mundo é que não tem mais nenhum dono da verdade", disse Lula em seu programa semanal de rádio "Café com o Presidente".
Lula comentou ainda sua ida à Venezuela no final de semana, onde aconteceu a reunião da cúpula África-América do Sul. Segundo ele, a aproximação entre países em desenvolvimento colaborará para a mudança das atuais geografias comercial e política.
"É uma nova lógica: nós somos a maioria dos países do mundo. Portanto, nós temos que utilizar essa força nas decisões da governança global", destacou.
Para o presidente, é preciso construir uma nova ordem econômica mundial, concluir a Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), promover mais políticas de transferências de tecnologia para os países pobres e acabar com a miséria do mundo.
Esse último encontro ocorreu imediatamente após a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e a cúpula do G20. A intenção foi que servisse de contraponto à hegemonia dos países ricos nas instituições globais.
OLIMPÍADAS
O presidente Lula voltou a defender a escolha do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016. A disputa, que acontece entre a cidade brasileira, Tóquio, Chicago e Madri, deve ser definida em 2 de outubro.
Segundo Lula, o Brasil tem maiores chances de levar a candidatura, pois o Japão já sediou uma Olimpíada, assim como os Estados Unidos já sediaram quatro e na Europa já aconteceram outras 16. A América Latina fez uma em 1968, complementou, e a América do Sul não organizou nenhuma.
"O Brasil está numa situação de estabilidade econômica e de possibilidade de crescimento econômico, que deve convencer às pessoas das boas qualidades que o Brasil tem para realizar uma Olimpíada", argumentou Lula, que reforçou a campanha da cidade enviando cartas para presidentes e integrantes do Comitê Olímpico Internacional (COI).
Na sexta-feira, Lula irá a Copenhague, na Dinamarca, acompanhar o evento em que acontecerá a votação.
"Isso é uma disputa. Se a gente não ganhar, nós temos que nos preparar para outra. Mas eu acho que nós vamos voltar de Copenhague com uma vitória", completou o presidente.
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