quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Grupo cobre monumentos e pede saída de tucano da relatoria da CPI no RS


16 de setembro de 2009

Fabiana Leal

Direto de Porto Alegre

O Fórum dos Servidores Estaduais colocou capuzes pretos, nesta manhã, em monumentos, como a estátua do Laçador, em protesto contra a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB) e o deputado Coffy Rodrigues (PSDB), relator da CPI da Corrupção. Cartazes e panfletos também foram espalhados com dizeres de "Fora Yeda" e de repúdio ao parlamentar pelas ruas da capital. Coffy, assim como o restante da base aliada, não tem comparecido à CPI, inviabilizando o quórum para votar requerimentos.

O fórum, que agora faz parte do "Comitê Fora Yeda", juntamente com estudantes, trabalhadores, entidades e partidos políticos, fez uma passeata - que saiu do Colégio Júlio de Castilhos e seguiu até a Assembleia Legislativa. No local, cerca de 20 manifestantes ocuparam o gabinete do deputado Coffy. Segundo a Brigada Militar, 300 pessoas participaram da ação em frente à Assembleia.

"Coffy nos deixa encobertos de vergonha. Ele é sem legitimidade (para ser relator da CPI), porque um dos assessores dele foi citado na Operação Solidária (que investigou suspeitas de irregularidades em licitações de obras de infraestrutura). Além do mais, ele tem atravancado a CPI", disse o estudante de jornalismo e integrante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Rodolfo Mohr.

Conforme Mohr, apesar de a CPI ter uma importância relativamente pequena após a abertura do processo de impeachment, os manifestantes querem que os deputados levem adiante e votem pela saída da governadora do cargo.

No hall de entrada da Assembleia, uma estudante fez uma manifestação espontânea e escreveu no piso: "Fora Yeda, sua ladra. Eu quero estudar." E assinou como "Giovana".

Na última segunda-feira, os oito deputados da base aliada não compareceram à quarta sessão da CPI. Os deputados se articularam e concederam uma entrevista coletiva uma hora e meia após iniciar a reunião. O Fórum dos Servidores interrompeu a coletiva revoltado pelo fato de os parlamentares governistas não participarem da sessão que acontecia no Plenário ao lado.

Posição



Coffy lamentou a atitude do Fórum dos Servidores Estaduais e disse que não se abala e nem fica assustado com a "pressão de um grupo anarquista". Para ele, o Estado está vivenciando a antecipação eleitoral do ano que vem.

"Estão tentando atingir a minha pessoa e não discutir ideologicamente políticas partidárias. Eu só tenho a lamentar esse tipo de atitude que a população do Rio Grande do Sul não aprova. Também acho que eles estão desperdiçando dinheiro, porque fizeram uns cartazes pequenos. Eu que passei de carro pela BR-116 e não consegui ler o meu nome."

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ivar Pavan (PT), divulgou nota e repudiou exageros cometidos pelos manifestanttes. Frente ao ocorrido, ele afirmou que "a presidência da Assembleia Legislativa está realizando a averiguação de todos os fatos praticados para apurar os responsáveis".

Impeachment



O presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, Ivar Pavan (PT), aceitou a denúncia de impeachment da governadora Yeda no dia 10 de setembro. Cinco dia após, foi feita a leitura da denúncia por crime de responsabilidade contra a governadora e da decisão do presidente da Casa no Plenário.

A leitura faz parte do cronograma do processo de impeachment, originado no pedido entregue à presidência da Assembleia por integrantes do Fórum dos Servidores Públicos Estaduais no dia 9 de julho.

O grupo denuncia "a ocorrência, nos últimos meses, de inúmeras denúncias por parte de agentes políticos, colaboradores e ex-colaboradores do governo do Estado quanto à perpetração de atos de improbidade administrativa na gestão comandada pela governadora Yeda Rorato Crusius". Eles pedem que a governadora seja condenada pela prática de crimes de responsabilidade, "sofrendo as sanções de perda do cargo, com a inabilitação para o exercício de função pública por até cinco anos, sem prejuízo de ação na justiça comum."

A comissão especial que tratará do impeachment será composta por 30 parlamentares - contemplando todas as dez bancadas com representação na Assembleia. As bancadas terão até a próxima sexta-feira para indicar os integrantes.


Redação Terra

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