sábado, 19 de setembro de 2009

Novos tempos


19 de Setembro de 2009

Eduardo Bomfim *



O Brasil encontra-se definitivamente em uma fase de grande astral, pelo menos no que diz respeito à perspectiva do desenvolvimento econômico. Não resta a menor dúvida que a imensa crise econômica que se abateu sobre todas as nações chegou ao País em escala bem inferior àquela das nações do primeiro mundo.


Se os seus efeitos por aqui não foram exatamente os de uma marola também não chegaram a ser os de um tsunami, e o que é mais importante, eles vão se dissipando com certa rapidez deixando um saldo positivo no contexto econômico e financeiro.

Porque a ressaca que ela deixou nas nações economicamente mais poderosas foi considerável, possibilitando ao Brasil uma condição extremamente favorável no pós-crise.

Também é procedente a declaração do economista Delfim Netto ao considerar que a extensão e a profundidade dessa crise, apesar de intensas, não foram nem de longe as daquela de 1929/1930. Até porque os mecanismos atuais de contenção desses processos de terremotos cíclicos do capitalismo são de comprovada eficiência.

É verdade que os efeitos colaterais dessas crises sistêmicas periódicas do capital são devastadores nos países dos terceiro e quarto mundos e em especial junto às populações mais pobres dessas nações. A resultante é e sempre será fome, desemprego e atraso no salto ao futuro, uma época que passa sem retorno.

As crises mundiais da economia dos anos setenta e oitenta tiveram efeito tão nocivo no Brasil que a consequência foi para lá de dramática. Tanto que os anos oitenta foram considerados entre nós como a década perdida. O País patinou, acumulou violenta dívida externa, sobreveio a inflação e a recessão.

Agora, a nação resistiu bem ao impacto desse grande meteoro financeiro, não houve fuga expressiva de capital e, além disso, cresceu em meio a uma recessão global, principalmente nos países do primeiro mundo. Manteve em níveis baixíssimo a inflação, diminuiu as altas taxas de juros, ainda absurdas. E um crescimento do mercado interno que se revelou um instrumento de soberania.

Mas apesar da incorporação de milhões de pessoas no mercado de trabalho e consumo, há um evidente crescimento da violência e marginalidade social, impondo a necessidade de políticas sociais bem mais eficientes do que as que estão sendo postas em prática na atualidade.


Portal Vermelho.

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