11/09/2009
Às vésperas das comemorações do primeiro aniversário da crise do fim do mundo, quem eu encontro por acaso no elevador para falar sobre o assunto?
Sim, ele mesmo, meu amigo Antonio Palocci, o primeiro ministro da Fazenda do governo Lula, agora deputado federal (PT-SP), relator de um dos quatro projetos do pré-sal, inocentado na semana passada no último processo que corria contra ele no Supremo Tribunal Federal.
De volta à ribalta da cena política, ele tem sobre a mesa no seu escritório em São Paulo 43 pedidos de entrevista e outro tanto de especulações sobre o que pretende fazer na vida daqui para frente.
Na muda faz meses, Palocci não atendeu a nenhum dos pedidos, nem pretende falar com a imprensa até o final do ano. Isto só deve acontecer depois do Natal, quando ele deverá definir seus rumos políticos.
Mas eu não iria perder esta chance de conversar com o principal consultor econômico do presidente Lula até hoje. A conversa, que começou no elevador do prédio em que fica a loja onde encomendei duas camisas, continuou no escritório de duas salas que o ex-ministro mantém em São Paulo, onde mora sua família. Peguei um papel e uma caneta e comecei a trabalhar.
Recém-promovido a avô, Antonio Palocci mantém o bom humor de quando trabalhamos juntos no governo e ele segurava o alto astral mesmo nos momentos mais difíceis. Foi divertido falar com ele na tarde desta sexta-feira em que o Balaio também comemora seu primeiro aniversário.
Balaio _ Um ano atrás, quando estourou a crise financeira mundial, com a quebra do Lehman Brothers, nos Estados Unidos, o que você achou das declarações do presidente Lula sobre a marolinha?
Palocci _ Confesso que achei a aposta dele arriscada porque naquele momento era completamente impossível imaginar o cenário que teríamos com a quebra do banco. O tempo mostrou que ele tinha uma razoável dose de razão. Neste momento, o Brasil já está voltando a mostrar os mesmos números anteriores à crise na economia, embora tenha havido muitas perdas, como no mundo todo.
Balaio _ Em que você acha que o presidente se baseou para fazer suas previsões otimistas, dizendo que o Brasil seria o último país a entrar e o primeiro a sair da crise?
Palocci _ Pela primeira vez, o Brasil entrou numa crise internacional reduzindo juros e tributos, mantendo suas reservas. Antes, sempre acontecia exatamente o contrário. Definitivamente, do ponto de vista macroeconômico, o país apresenta um equilíbrio bastante forte. O Lula falou o que falou porque tinha consciência desta situação. O Brasil hoje tem um mercado interno mais forte do que há uma década pela melhora do emprego e pelos programas de renda.
Balaio _ Qual foi o momento mais difícil enfrentado pelo Brasil neste ano de crise?
Palocci _ Foi na passagem de 2008 para 2009, quando a economia brasileira foi duramente atingida por uma queda brusca no comércio exterior e nos investimentos privados. Dada a sustentabilidade da macroeconomia brasileira, no entanto, o Brasil se recuperou mais cedo da crise, assim como a China. Os bancos brasileiros, tanto os públicos como os privados, se portaram muito bem neste momento. Nos privados, a restrição de crédito foi muito maior, mas os bancos públicos cumpriram bem seu papel de irrigar o crédito.
Balaio _ Mudando de assunto: qual tua principal preocupação neste momento e o que você pretende fazer na vida quando emergir deste silêncio obsequioso, já que teu nome está sendo cogitado para tudo, menos para Rei Momo e Papa?
Palocci _ Pretendo me dedicar até o final do ano ao meu trabalho como relator do projeto do Fundo Social do pré-sal, um dos quatro que o presidente enviou ao Congresso Nacional. Só depois do Natal irei discutir com meus companheiros de partido os possíveis caminhos para 2010. Por enquanto, não vou falar mais nada. Já falei demais…
Às vésperas das comemorações do primeiro aniversário da crise do fim do mundo, quem eu encontro por acaso no elevador para falar sobre o assunto?
Sim, ele mesmo, meu amigo Antonio Palocci, o primeiro ministro da Fazenda do governo Lula, agora deputado federal (PT-SP), relator de um dos quatro projetos do pré-sal, inocentado na semana passada no último processo que corria contra ele no Supremo Tribunal Federal.
De volta à ribalta da cena política, ele tem sobre a mesa no seu escritório em São Paulo 43 pedidos de entrevista e outro tanto de especulações sobre o que pretende fazer na vida daqui para frente.
Na muda faz meses, Palocci não atendeu a nenhum dos pedidos, nem pretende falar com a imprensa até o final do ano. Isto só deve acontecer depois do Natal, quando ele deverá definir seus rumos políticos.
Mas eu não iria perder esta chance de conversar com o principal consultor econômico do presidente Lula até hoje. A conversa, que começou no elevador do prédio em que fica a loja onde encomendei duas camisas, continuou no escritório de duas salas que o ex-ministro mantém em São Paulo, onde mora sua família. Peguei um papel e uma caneta e comecei a trabalhar.
Recém-promovido a avô, Antonio Palocci mantém o bom humor de quando trabalhamos juntos no governo e ele segurava o alto astral mesmo nos momentos mais difíceis. Foi divertido falar com ele na tarde desta sexta-feira em que o Balaio também comemora seu primeiro aniversário.
Balaio _ Um ano atrás, quando estourou a crise financeira mundial, com a quebra do Lehman Brothers, nos Estados Unidos, o que você achou das declarações do presidente Lula sobre a marolinha?
Palocci _ Confesso que achei a aposta dele arriscada porque naquele momento era completamente impossível imaginar o cenário que teríamos com a quebra do banco. O tempo mostrou que ele tinha uma razoável dose de razão. Neste momento, o Brasil já está voltando a mostrar os mesmos números anteriores à crise na economia, embora tenha havido muitas perdas, como no mundo todo.
Balaio _ Em que você acha que o presidente se baseou para fazer suas previsões otimistas, dizendo que o Brasil seria o último país a entrar e o primeiro a sair da crise?
Palocci _ Pela primeira vez, o Brasil entrou numa crise internacional reduzindo juros e tributos, mantendo suas reservas. Antes, sempre acontecia exatamente o contrário. Definitivamente, do ponto de vista macroeconômico, o país apresenta um equilíbrio bastante forte. O Lula falou o que falou porque tinha consciência desta situação. O Brasil hoje tem um mercado interno mais forte do que há uma década pela melhora do emprego e pelos programas de renda.
Balaio _ Qual foi o momento mais difícil enfrentado pelo Brasil neste ano de crise?
Palocci _ Foi na passagem de 2008 para 2009, quando a economia brasileira foi duramente atingida por uma queda brusca no comércio exterior e nos investimentos privados. Dada a sustentabilidade da macroeconomia brasileira, no entanto, o Brasil se recuperou mais cedo da crise, assim como a China. Os bancos brasileiros, tanto os públicos como os privados, se portaram muito bem neste momento. Nos privados, a restrição de crédito foi muito maior, mas os bancos públicos cumpriram bem seu papel de irrigar o crédito.
Balaio _ Mudando de assunto: qual tua principal preocupação neste momento e o que você pretende fazer na vida quando emergir deste silêncio obsequioso, já que teu nome está sendo cogitado para tudo, menos para Rei Momo e Papa?
Palocci _ Pretendo me dedicar até o final do ano ao meu trabalho como relator do projeto do Fundo Social do pré-sal, um dos quatro que o presidente enviou ao Congresso Nacional. Só depois do Natal irei discutir com meus companheiros de partido os possíveis caminhos para 2010. Por enquanto, não vou falar mais nada. Já falei demais…
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