sábado, 3 de julho de 2010

O Datafolha e os trackings nas campanhas


Tracking é um monitoramento diário feito para sondar movimentos voláteis de opinião pública. No caso das campanhas, são pesquisas telefônicas, que não tem nem o mesmo rigor nem a mesma abrangência das pesquisas de campo. Mas servem para antecipar tendências.
A pesquisa do Datafolha foi precedida de notas informando que os trackings do PSDB haviam apontado reversão súbita na tendência de queda de Serra.

A campanha da Dilma também tem os seus trackings. O de ontem mostrava a distância abrindo para 10 pontos em favor de Dilma - o oposto do PSDB. Instituto Sensus e Vox Populi são taxativos em apontar tendência irreversível de abertura da distância entre Dilma e Serra - inclusive em pesquisas qualitativas. No dia a dia é possível perceber a corrosão da candidatura Serra até nas conversas com setores historicamente anti-dilmistas - como o mercado financeiro.

O Datafolha fez a segunda maior aposta de sua existência. A primeira foi na pesquisa extemporânea, dias antes da convenção do PSDB, na qual subitamente Serra voltou a abrir vantagem - puxado por inexplicáveis 10 pontos de aumento na sua votação no sul. O diretor do Datafolha, Mauro Paulino, atribuiu a melhora ao fim das chuvas em São Paulo.

A segunda, agora. O motivo apontado foi o rabo das campanhas gratuitas de partidos aliados. O grosso foi captado pela pesquisa anterior, do Vox Populi, e não afetou em nada a intenção de voto em Serra. O rabo da campanha afetou a pesquisa Datafolha.

As duas pesquisas do Dataholha tinham em comum, coincidentemente, o período angustiante, da candidatura Serra precisar gerar fatos positivos.

É possível que o Datafolha tenha detectado uma inesperada reversão nos rumos das eleições. Se as próximas pesquisas, de Institutos sérios, não confirmarem essa tendência, o Datafolha terá perdido irreversivelmente a maior aposta feita em seus quase vinte anos de existência: sua credibilidade.

Fonte: Luis Nassif Online

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