sábado, 17 de julho de 2010

Pernambuco:Serra é vaiado


Correio Braziliense - 17/07/2010

Caruaru e Gravatá (PE) — O candidato à Presidência da República, José Serra (PSDB), experimentou, pela primeira vez no Nordeste, o peso da desaprovação. O tucano, ao chegar atrasado a um concerto na igreja matriz de Gravatá, cidade do agreste pernambucano, foi recebido com vaias em repúdio à chegada estrepitosa da comitiva tucana. Segundos depois, o público percebeu quem eram os visitantes e transformou as vaias em aplausos.

Mais cedo, ainda em Recife, Serra afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) “são muito mais parecidos do que parece”. O tucano soltou a improvável comparação durante uma entrevista a uma rádio na capital pernambucana, onde iniciou sua agenda de visitas ao estado.

Serra falava sobre a necessidade de reforma política quando disse que o atual presidente e o antecessor não levaram a proposta adiante nos seus governos. “O Fernando Henrique achava muito importante a reforma e fez uma comissão. Só que tal deputado, tal setor não gosta. Então ele disse: se eu embarcar nisso vou perder a maioria. E deixou pra depois, e não fez mais. Levei para o Lula uma proposta de eleição distrital também. E você percebe o mesmo olhar do Fernando Henrique”, completou o tucano, que defendeu a “eleição distrital”.

O ex-governador de São Paulo assegurou que, se eleito, vai fazer a reforma nem que for preciso “peitar” os descontentes. Horas depois, após uma caminhada pelas ruas do centro de Caruaru, no agreste pernambucano, o tucano garantiu que a comparação não passava de uma brincadeira.

Cafezinho


José Serra, mais uma vez, criticou a adversária Dilma Rousseff (PT) pelo episódio da apreensão de cartazes e livros encomendados pela Secretaria Especial de Política para as Mulheres que continham seis páginas de um discurso da candidata do PT. “É mais um capítulo do uso da máquina governamental porque, aparentemente, a candidata não teve condições de andar sozinha. Então (ela) tem sempre que estar apoiada na máquina do governo. Isso não é bom para o processo eleitoral porque o governo é mantido por impostos de todos nós, não para fazer campanha eleitoral, mas para servir a população”.

O candidato do PSDB disse que quer se manter informado pelo seu partido sobre o caso e disse que a postura não o surpreendeu. “Eu não cobro, nem descobro. Quem faz isso é o partido, mas não me surpreende”. Bastante assediado na visita a Caruaru durante o fim da tarde, Serra conversou com moradores, caminhou pelo setor comercial da cidade, posou para fotos e conversou com comerciantes ao lado do senador e candidato ao governo de Pernambuco Jarbas Vasconcelos (PMDB). Em menos de uma hora, parou três vezes para tomar café em pontos tradicionais do município.

De lá, seguiu para a cidade de Gravatá, onde visitou lojas do polo moveleiro e assistiu um concerto do pianista filipino Victor Asuncion na igreja matriz. Assim que chegou à igreja com a apresentação em andamento, toda a comitiva liderada pelo ex-governador de São Paulo recebeu uma vaia da plateia, que ficou irritada com o barulho.



O número

15 de agosto
Último dia para o eleitor que deseja votar em trânsito se cadastrar em um dos cartórios eleitorais.

2 comentários:

Chagas disse...

Serra foi recepcionado por 500 pessoas em Itabuna, reduto demo. Dizem que parecia cortejo fúnebre. Que vergonha!

Vera Lúcia de Oliveira disse...

A Dilma não pode fazer comentários num panfleto de um governo de que ela fez parte, mas o Serra-elétrica pode "torrar" 100 milhões da verba da educação, sem licitação, pra assinar e salvar da falência os jornalões e revistinhas dos capos que o apoiam: Civita, Marinhos, Frias etc. Ê sujeito hipócrita!