segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O patrimônio do pivô do caso Alstom em São José dos Campos

Sugerido por Claudio.SJ
Do O Vale
Bens estão registrados em nome de empresa; lista inclui casas, salas comerciais em áreas nobres, terrenos e até um prédio
Max Ramon
Editor de Política
Um dos pivôs do escândalo de corrupção envolvendo os contratos do governo do Estado com a Alstom, o engenheiro civil Sabino Indelicato, ex-secretário de Obras de São José dos Campos, tem um patrimônio oculto formado por pelo menos 42 imóveis na cidade. A lista inclui casas, salas comerciais, terrenos e até um prédio.
Todos os bens estão registrados em nome da Carmel Locação e Participação, empresa aberta por Indelicato em 2002, logo após o fim dos contratos que firmou com a Alstom para a prestação de “serviços de consultoria”.
Segundo denúncia do Ministério Público Federal, Indelicato recebeu R$ 2,2 milhões do grupo francês entre 1999 e 2001, mas nunca chegou a realizar nenhum trabalho para a empresa.
O dinheiro teria servido para pagar propinas a servidores estaduais, em esquema de corrupção montado pela Alstom para garantir contratos sem licitação com os governos Mário Covas e Geraldo Alckmin, do PSDB.
Bens.
Entre os bens registrados em nome da Carmel estão 33 salas de um edifício comercial na avenida Nove de Julho, uma das regiões mais valorizadas da cidade.
A empresa também aparece como dona de um prédio residencial próximo ao Center Vale Shopping e de uma casa em um condomínio de alto padrão no Jardim Aquarius.
A relação de bens inclui ainda duas grandes áreas nos bairros Limoeiro e Cajuru, de 20,5 mil e 29 mil metros quadrados, respectivamente.
Esta última foi comprada em sociedade com a empresa Rumo Certo Incorporação e Participação, pertencente ao ex-prefeito Robson Marinho, de quem Indelicato foi secretário no início dos anos 80.
Hoje, Robson é conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) e, segundo denúncia do MPF, foi responsável pela aprovação dos contratos da Alstom com o Estado. Em troca, teria recebido ao menos US$ 1 milhão em propinas.
Sociedade
Indelicato e Robson também são donos de um prédio residencial lançado no ano passado no Urbanova.
O empreendimento pertence à Construtora e Incorporadora Piaget, da qual o ex-prefeito é sócio por meio da Rumo Certo e Indelicato, pela Carmel. Entre 2006 e 2010, a Rumo Certo chegou a declarar como sede a casa de Indelicato.
Família.
A mulher do ex-secretário de Obras, a professora Luci Lopes Indelicato, tem registrados em seu nome outros dez terrenos, todos no bairro Urbanova (com áreas entre 253 e 364 metros quadrados), além de metade de uma chácara na região leste da cidade.
O imóvel onde o casal vive, uma casa dentro de um condomínio de alto padrão no Jardim Aquarius, também está registrada em nome de Luci.
Indelicato foi denunciado à Justiça pelo MPF por corrup-ção e lavagem de dinheiro, ao lado de outras 11 pessoas acusadas de envolvimento com o escândalo da Alstom.
Robson Marinho ficou de fora da ação por ter direito a foro privilegiado --ele responde a inquérito no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
O processo corre na Justiça Federal de São Paulo.

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