sábado, 22 de novembro de 2008

DO RECIFE PARA O MUNDO



ÓRGÃO AMERICANO CONSIDERA ACADEMIA DA CIDADE MODELO NO MUNDO

Carlos Oliveira


O Academia da Cidade é uma iniciativa modelo, com impacto efetivo no incentivo às atividades físicas e de lazer. Foi o que concluiu o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), órgão ligado ao governo americano e um dos mais renomados no mundo no controle de doenças. O diretor do Programa de Pesquisas em Prevenção do CDC, Eduardo Simões, esteve no Recife para apresentar os resultados finais da avaliação científica do programa que foi feito ano passado na cidade. A apresentação dos dados, ocorrida na manhã desta quarta-feira (19), no gabinete da Secretaria de Saúde do Recife, no 13º andar do edifício-sede da Prefeitura, foi precedida de uma visita ao maior e mais recente pólo, situado no Coque, juntamente com representantes do Banco Mundial e do Ministério da Saúde.

Realizada em parceria com o ministério, o projeto de pesquisa incluiu três avaliações distintas do Academia da Cidade. Entre eles, um estudo quali-quantitativo com professores do programa, usuários e não-usuários do programa, um inquérito telefônico com pessoas de 16 anos ou mais que moram na capital e um estudo utilizando o método SOPARC, para observação do uso de equipamentos e espaços públicos de lazer com o objetivo de avaliar a freqüência e a forma com que as pessoas utilizam esses espaços. Os novos resultados apresentados pelo CDC nesta quarta se concentraram no estudo quali-quantitativo e na pesquisa de observação em dez áreas (parques, praças e orlas), sendo cinco com pólos do programa e cinco sem equipamentos.

Das 33 mil pessoas observadas nesses espaços, 56% eram homens e 44% mulheres. Durante o estudo, verificou-se que 43% estavam realizando atividades consideradas sedentárias (como ler um jornal ou conversar sentado num banco), 39% andando, e 18% praticando atividades físicas vigorosas, como caminhada ou corrida. Ao comparar as análises entre as áreas com e sem pólos, constatou-se que o percentual de pessoas realizando atividades sedentárias diminui nos espaços onde têm Academias instaladas, o que demonstra a capacidade do Programa em induzir a prática de atividade física.

“O mais surpreendente na pesquisa é que o Programa Academia da Cidade está quebrando barreiras, dando possibilidade que mulheres, inclusive idosas e de menor poder aquisitivo, tenham acesso à prática de exercícios físicos em locais acessíveis na cidade, onde os pólos foram instalados. Isso contraria a uma tendência mundial de ter homens mais jovens e de maior nível econômico como os que mais praticam atividades físicas”, revela Eduardo Simões. Segundo ele, outra surpresa encontrada na pesquisa foi a forte influência do programa no incentivo às pessoas realizarem exercícios físicos. “Um usuário do Academia da Cidade que participa hoje do programa é quatro a dez vezes mais propenso a realizar atividades físicas que uma pessoa que nunca participou da iniciativa. Já para um usuário que já participou no passado do programa, a chance de praticar algum exercício físico é duas vezes maior, algo bastante positivo no incentivo à prática física”, explica o pesquisador.

Para o CDC, os resultados indicam uma boa avaliação e adesão da população ao Programa e refletem a importância do investimento da administração pública na requalificação de espaços públicos e no planejamento urbano e no incentivo à prática de atividade física. “O Academia da Cidade foi um dos poucos programas avaliados cientificamente no mundo até hoje. Os dados verificados com o estudo apontam a viabilidade do programa como uma estratégia modelo de saúde pública para outros países do mundo”, disse.

Para a secretária de Saúde do Recife, Tereza Campos, os resultados indicam o reconhecimento do modelo implantado pela atual gestão da Prefeitura na democratização de atividades físicas com foco na promoção da saúde. “A criação do Academia da Cidade, em 2002, foi fruto de uma decisão política do governo João Paulo de requalificar espaços públicos, muitas vezes abandonados, com a finalidade de incentivar a assimilação de hábitos saudáveis, por meio da prática de atividades físicas aliada à orientação a uma alimentação saudável, auxiliando no combate a doenças crônico-degenerativas, como diabetes e hipertensão, e melhorando assim a qualidade de vida da população”, afirmou.

Do início do Academia da Cidade até agora, a Prefeitura do Recife já investiu R$ 12.226.000,00 na construção dos equipamentos. Considerada referência no Brasil, a iniciativa recebeu premiação do Ministério da Saúde, em 2004, como uma ação exitosa, e da Fundación Cuidad Humana, da Colômbia, em 2005, como o melhor programa de atividade física das Américas. Em 2006, o Programa ficou em segundo lugar nas demandas do Orçamento Participativo do município. Atualmente, figura em terceiro lugar nas votações do fórum democrático. Ao todo, 82 profissionais de educação física e 6 de nutrição, além de 92 estudantes das duas áreas, trabalham no programa. Em torno de 10 mil usuários são cadastrados.

“Pensando a saúde de forma mais ampla, o Programa Academia da Cidade promove também a socialização, a interação e a inclusão social de diferentes usuários, fazendo que eles sejam agentes ativos na construção da sua cidadania, tendo em vista que todas as atividades realizadas nos pólos são discutidas previamente no coletivo”, ressaltou Wilson Damascena, educador físico e coordenador do programa.
Comentário.
Tai um das boas iniciativas do governo João Paulo(PT).A idéia da Academia da Cidade foi de Humberto Costa(PT-PE), quando Secretário da Saúde da Prefeitura do Recife. Humberto Costa também que teve a idéia de criar o SAMU, um exemplo para o Brasil todo.

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