segunda-feira, 13 de abril de 2009

MAIS UM BESTEIROL DA MÍDIA ESGOTO

A irresignação do Estadão, o porta-voz do tucanato paulistano, não faz sentido.É por demais sabido que o Governo FHC desmontou o Estado brasileiro. Todos se lembram como era a estrutura da Polícia Federal, nem sequer havia papel ofício, muito menos agentes federais, no governo FHC. Todos se lembram também como era uma verdadeira sangria aos cofres públicos as perícias médicas terceirizadas do INSS. Fiquemos nestes dois exemplos. Lula, ao assumir o governo, determinou de logo a contratação imediata de servidores para a PF, Lula determinou a extinção de todos os convênios do INSS com médicos particulares.Os exemplos estão ai. Hoje, a Polícia Federal, ainda com deficiência, é verdade, trabalha como nunca antes visto neste país. Da mesma forma, com fim das perícias médicas a cargos de médicos particulares, o governo acabou com as fraudes que havia nas concessões de benefícios previdenciários.E ainda esse jornalzinho de merda vem me dizer que não houve melhoria de qualidade de serviços prestados pelo Estado.Para mim isso se configura desonestidade intelectual ou má-fé,ou as duas coisas juntas.Lula fez certo ao estruturar o Estado falido herdado de FHC. Por fim, quem escreveu este editorial tem mais é que SIFU.
A politização do Ipea

O Estado de S. Paulo - 13/04/2009

Criado há quatro décadas para realizar pesquisas para subsidiar políticas públicas e programas econômicos do governo, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), desde que passou da alçada do Ministério do Planejamento para a da Secretaria de Assuntos Estratégicos, em 2007, vem perdendo o padrão de qualidade e de isenção técnica que sempre foi uma das principais marcas de seus trabalhos.

Lançados com o intervalo de uma semana, seus dois últimos relatórios - os Comunicados da Presidência nº 19 e nº 20 - são mais uma prova disso. O primeiro estudo foi elaborado para refutar as críticas de que a administração pública está "inchada", e o segundo foi preparado para criticar o processo de privatização de bancos públicos iniciado a partir de 1996.

Em seis anos, o governo do presidente Lula aumentou em 98% a despesa com servidores civis, contratou 201 mil novos funcionários e elevou para 76 mil o número de cargos de confiança, sem que isso tenha resultado em qualquer melhoria de qualidade dos serviços prestados pelo Estado. Entre 2002 e 2008, os gastos anuais com o pagamento do funcionalismo passaram de R$ 70 bilhões para R$ 144 bilhões. E, com a crise econômica, a receita tributária vem caindo, enquanto as despesas com pessoal vão crescendo, o que constitui um quadro ameaçador para as finanças públicas - que levou o presidente Lula a proclamar que "é hora de apertar os cintos".

Apesar disso, o Comunicado nº 19 afirma que, por ter o Brasil proporcionalmente menos funcionários públicos do que vários países desenvolvidos e em desenvolvimento, haveria "espaço" para o governo contratar mais servidores. Em 1995, diz o estudo, os empregados do setor público representavam 32,7% do total de ocupados do setor formal do mercado de trabalho do País. Em 2003, o porcentual foi de 27% e, em 2008, de 25%. "Portanto, não há razão para se afirmar que o Estado brasileiro seja um Estado inchado por um suposto excesso de funcionários públicos", diz o trabalho, sem levar em consideração que o porcentual de funcionários diminuiu porque houve um forte aumento dos empregos no setor privado. Além disso, o estudo menciona a questão da relação perversa entre o custo do funcionalismo e a eficácia de sua gestão e a qualidade dos serviços que presta apenas para estabelecer uma estranha relação de causa e efeito, ao afirmar que esse problema só poderá ser enfrentado a partir de "um novo padrão de crescimento econômico, baseado no fortalecimento do mercado interno de consumo e vinculado a uma nova forma de repartição dos ganhos de produtividade social, com redução de jornada de trabalho, reforma tributária em favor de uma tributação mais progressiva e garantia dos direitos sociais". Não faz sentido, como se vê, mas exala forte odor de "politicamente correto".

O segundo estudo também peca pelo mesmo enviesamento ideológico. O Comunicado nº 20 afirma que a privatização de bancos públicos levou à concentração do mercado financeiro e à menor oferta de serviços à população de baixa renda, dificultou a redução dos spreads bancários e das taxas de juros e provocou a concentração do crédito nas regiões mais desenvolvidas. O trabalho não levou em conta as próprias estatísticas oficiais sobre as operações bancárias feitas por meio de financeiras e sociedades de arrendamento mercantil, o que distorce suas conclusões. Também não considera que, entre 2000 e 2008, o número de agências bancárias passou de 16.396 para 19.142 e as contas correntes passaram de 71,5 milhões para 125,7 milhões. Além disso, compara os juros cobrados no Brasil com os praticados na Inglaterra, Espanha e EUA, sem considerar as diferenças macroeconômicas e da legislação bancária existentes entre esses países.

Assim, não estranha a conclusão a que chegou o documento: o sistema bancário é indutor da desigualdade social, contribuindo para a concentração da riqueza e a exclusão social que, segundo o Ipea, são observadas nos últimos anos. Estaria se referindo aos seis anos do governo Lula?

Com estudos como esses, que carecem de isenção e de consistência técnica, o Ipea está se transformando em simples órgão de promoção dos programas da facção mais radical do Partido dos Trabalhadores, felizmente minoritária.

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