Investimentos das estatais crescem 44% no primeiro bimestre
As empresas estatais federais realizaram no primeiro bimestre de 2009 investimentos de R$ 8,8 bilhões, equivalentes a 11% do orçamento previsto para o ano, consolidado em R$ 79,4 bilhões. Os números foram divulgados no Diário Oficial da União e mostram que a crise na economia internacional não inibiu o investimento das estatais brasileiras. No comparativo com o mesmo período de 2008, o montante aplicado pelas empresas na compra de equipamentos e em obras representa um aumento real de 44%, recorde de desempenho desde pelo menos 2001. Enquanto isso, os investimentos da União tiveram um crescimento menos significativo em janeiro e fevereiro deste ano – somente 14%.
O levantamento, apresentado na última quinta-feira, englobou 68 empresas estatais – 59 do setor produtivo e 9 do setor financeiro. Das empresas do setor produtivo, 15 pertencem ao grupo Eletrobrás, 22 ao grupo Petrobras e as 22 restantes estão agrupadas em demais empresas. Do total dos investimentos do período, uma parcela equivalente a 78% foi financiada com recursos das empresas. No mesmo período do ano passado, a parcela de aplicações com geração própria foi de 88%.
Até fevereiro, apenas o grupo Petrobras aplicou R$ 8 bilhões em investimentos. O número representa 92% de todas as aplicações das estatais neste período e representa quase quatro vezes mais que os investimentos da União, que englobam o Executivo, Legislativo e Judiciário. Isto porque as aplicações em investimentos dos Três Poderes totalizaram R$ 2,6 bilhões neste primeiro bimestre.
O economista Paulo Brasil, vice-presidente do Sindicato dos Economistas do estado de São Paulo, explica que os efeitos da crise em relação aos recursos gerenciados pelo governo têm lapso temporal diferente dos demais. Isso porque a arrecadação originada de taxas e impostos é resultado de fatos já ocorridos. “Ainda no final do exercício de 2008, houve constantes recordes de arrecadação. De certa forma, isso esclarece o porquê do ritmo dos investimentos não terem sido afetados imediatamente após o estouro da bolha”, destaca o economista ao referir-se à crise financeira internacional.
No ano passado, os R$ 53,2 bilhões investidos pelas estatais representaram, inclusive, o dobro dos realizados pela União (R$ 26,1 bilhões), que inclui obras e projetos tocados pelo governo federal como o Programa de Aceleração do Crescimento. “Essas companhias contribuem, portanto, diretamente com investimentos no País e também estão financiando indiretamente os investimentos da União, dos Estados e dos municípios, além de se ajudarem mutuamente”, lembra Paulo Brasil.
Para o economista, os investimentos realizados pelas estatais são fundamentais para combater a crise financeira mundial, pois diminui os seus efeitos e busca, “mesmo que timidamente”, uma situação de crescimento enquanto a economia mundial se retrai. “Se as decisões a serem tomadas resultarem em efeitos positivos, a economia brasileira dará um grande passo para se consolidar ainda mais no ranking das economias mundiais”, afirma.
Desempenho orçamentário
O Ministério de Minas e Energia, ao qual estão vinculados 92% dos investimentos de estatais, desembolsou 12% da programação anual das empresas a ele subordinadas. A pasta aplicou valores equivalentes a R$ 8,6 bilhões, 98% do investimento global realizado pelas estatais no primeiro bimestre. Na seqüência aparece o Mistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento por cumprir 9% de sua programação e o Ministério da Ciência e Tecnologia, por cumprir 7% do que estava programado para as autarquias vinculadas a ele.
No âmbito das 35 programações contempladas no orçamento de investimento de 2009, algumas, principalmente as relacionados com as áreas de petróleo, se destacam em comparação as demais pelo vulto de recursos que lhes são destinadas. O destaque é para a execução orçamentária dos 10 programas no setor de petróleo, para os quais foram pagos R$ 7,9 bilhões nos dois primeiros meses do ano.
Das 68 empresas que tiveram programação de dispêndios, nove apresentaram elevado desempenho, no primeiro bimestre, em termos percentuais de realização das respectivas dotações anuais, superior à média geral de 11%. A Fronape International Company (FIC), do grupo Petrobras, foi a que, até então, mais se aproximou do total previsto no orçamento de investimentos, com o desembolso de 76% dos R$ 9,6 milhões. A Ceasaminas, com 44% de execução, vem logo em seguida. As demais não haviam ultrapassado, até o fim de fevereiro, 23%. As empresas Brasoil, Emgepron, Codomar e Eletropar, as Companhias Docas dos estados do Pará, Bahia e Rio de Janeiro, bem como os bancos BEP e BESC não apresentaram execução de orçamento no período.
Milton Júnior
Do Contas Abertas
As empresas estatais federais realizaram no primeiro bimestre de 2009 investimentos de R$ 8,8 bilhões, equivalentes a 11% do orçamento previsto para o ano, consolidado em R$ 79,4 bilhões. Os números foram divulgados no Diário Oficial da União e mostram que a crise na economia internacional não inibiu o investimento das estatais brasileiras. No comparativo com o mesmo período de 2008, o montante aplicado pelas empresas na compra de equipamentos e em obras representa um aumento real de 44%, recorde de desempenho desde pelo menos 2001. Enquanto isso, os investimentos da União tiveram um crescimento menos significativo em janeiro e fevereiro deste ano – somente 14%.
O levantamento, apresentado na última quinta-feira, englobou 68 empresas estatais – 59 do setor produtivo e 9 do setor financeiro. Das empresas do setor produtivo, 15 pertencem ao grupo Eletrobrás, 22 ao grupo Petrobras e as 22 restantes estão agrupadas em demais empresas. Do total dos investimentos do período, uma parcela equivalente a 78% foi financiada com recursos das empresas. No mesmo período do ano passado, a parcela de aplicações com geração própria foi de 88%.
Até fevereiro, apenas o grupo Petrobras aplicou R$ 8 bilhões em investimentos. O número representa 92% de todas as aplicações das estatais neste período e representa quase quatro vezes mais que os investimentos da União, que englobam o Executivo, Legislativo e Judiciário. Isto porque as aplicações em investimentos dos Três Poderes totalizaram R$ 2,6 bilhões neste primeiro bimestre.
O economista Paulo Brasil, vice-presidente do Sindicato dos Economistas do estado de São Paulo, explica que os efeitos da crise em relação aos recursos gerenciados pelo governo têm lapso temporal diferente dos demais. Isso porque a arrecadação originada de taxas e impostos é resultado de fatos já ocorridos. “Ainda no final do exercício de 2008, houve constantes recordes de arrecadação. De certa forma, isso esclarece o porquê do ritmo dos investimentos não terem sido afetados imediatamente após o estouro da bolha”, destaca o economista ao referir-se à crise financeira internacional.
No ano passado, os R$ 53,2 bilhões investidos pelas estatais representaram, inclusive, o dobro dos realizados pela União (R$ 26,1 bilhões), que inclui obras e projetos tocados pelo governo federal como o Programa de Aceleração do Crescimento. “Essas companhias contribuem, portanto, diretamente com investimentos no País e também estão financiando indiretamente os investimentos da União, dos Estados e dos municípios, além de se ajudarem mutuamente”, lembra Paulo Brasil.
Para o economista, os investimentos realizados pelas estatais são fundamentais para combater a crise financeira mundial, pois diminui os seus efeitos e busca, “mesmo que timidamente”, uma situação de crescimento enquanto a economia mundial se retrai. “Se as decisões a serem tomadas resultarem em efeitos positivos, a economia brasileira dará um grande passo para se consolidar ainda mais no ranking das economias mundiais”, afirma.
Desempenho orçamentário
O Ministério de Minas e Energia, ao qual estão vinculados 92% dos investimentos de estatais, desembolsou 12% da programação anual das empresas a ele subordinadas. A pasta aplicou valores equivalentes a R$ 8,6 bilhões, 98% do investimento global realizado pelas estatais no primeiro bimestre. Na seqüência aparece o Mistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento por cumprir 9% de sua programação e o Ministério da Ciência e Tecnologia, por cumprir 7% do que estava programado para as autarquias vinculadas a ele.
No âmbito das 35 programações contempladas no orçamento de investimento de 2009, algumas, principalmente as relacionados com as áreas de petróleo, se destacam em comparação as demais pelo vulto de recursos que lhes são destinadas. O destaque é para a execução orçamentária dos 10 programas no setor de petróleo, para os quais foram pagos R$ 7,9 bilhões nos dois primeiros meses do ano.
Das 68 empresas que tiveram programação de dispêndios, nove apresentaram elevado desempenho, no primeiro bimestre, em termos percentuais de realização das respectivas dotações anuais, superior à média geral de 11%. A Fronape International Company (FIC), do grupo Petrobras, foi a que, até então, mais se aproximou do total previsto no orçamento de investimentos, com o desembolso de 76% dos R$ 9,6 milhões. A Ceasaminas, com 44% de execução, vem logo em seguida. As demais não haviam ultrapassado, até o fim de fevereiro, 23%. As empresas Brasoil, Emgepron, Codomar e Eletropar, as Companhias Docas dos estados do Pará, Bahia e Rio de Janeiro, bem como os bancos BEP e BESC não apresentaram execução de orçamento no período.
Milton Júnior
Do Contas Abertas
Nenhum comentário:
Postar um comentário