sexta-feira, 17 de abril de 2009

Obama diz que Brasil é potência


A caminho da Cúpula das Américas, elogios ao Brasil

Jornal do Brasil - 17/04/2009


Antes de iniciar pelo México sua primeira visita à América Latina, o presidente dos EUA, Barack Obama, elogiou o Brasil. Em entrevista à CNN Español disse que o país "é uma potência econômica". Também enalteceu o colega brasileiro: "Minha relação com Lula é a de dois líderes que têm grandes países, que estão tentando resolver os problemas e criar oportunidades para nossos povos. Devemos ser parceiros"

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou ontem, antes de ir para o México – sua primeira visita à América Latina – que o Brasil "é uma potência econômica e um grande ator no cenário internacional", e que ele e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva devem ser parceiros.

– Minha relação com o presidente Lula é a de dois líderes que têm grandes países, que estão tentando resolver os problemas e criar oportunidades para nossos povos, e devemos ser parceiros – ressaltou em entrevista à CNN.

Perguntado sobre o sentimento antiamericano em alguns países da América Latina, Obama respondeu que "os tempos mudaram" e destacou o papel exercido pelo Brasil no cenário internacional.

– Estamos no século 21 agora. Um país como o Brasil é uma potência econômica e um gran-de jogador no cenário internacio-nal – destacou.

O líder americano desembarcou no México, onde se encontrou com o presidente mexicano, Felipe Calderón, e hoje segue para a Cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago. Em cerimônia na sede do governo mexicano, Obama afirmou que é "absolutamente essencial" que os EUA se somem como membros plenos aos esforços mexicanos contra o narcotráfico e tomem medidas contra tráfico de armas e financiamento de cartéis.

Os cartéis de droga mexicanos travam uma verdadeira guerra pelo controle do tráfico nos Estados Unidos, e desde 2008 mais de 7.300 mil pessoas já morreram, cerca de 10% delas policiais e soldados assassinados no exercício das suas funções. Segundo o governo, os demais foram contrabandistas.

Desde sua posse em 2006, Calderón enviou mais de 45 mil soldados para as regiões dominadas pelo tráfico. A violência preocupa o governo americano, que já registrou aumento do número de crimes relacionados ao tráfico de drogas do lado americano da fronteira.

– Devemos trabalhar juntos para conseguir crescimento econômico sustentável, que se produza de baixo para cima, a fim de que todos, especialmente os jovens, possam alcançar seu potencial – sublinhou.

O anúncio foi feito pouco depois de Obama admitir que os EUA têm responsabilidade compartilhada com o México na luta contra o crime organizado.

Obama prometeu ainda pedir ao Senado a ratificação da Convenção Interamericana contra a fabricação e o tráfico de armas de fogo, munições e explosivos (CIFTA).

Calderón também pediu a aplicação das leis americanas para o controle das armas – assunto que qualificou de alta "sensibilidade política" para seu país.

– Que se aplique a legislação existente para proibir a exportação de armas aos países onde são ilegais – disse Calderón, ao lembrar que em dois anos, seu governo apreendeu mais de 16 mil armas.

Cerca de 90% do armamento utilizado por cartéis mexicanos procedem dos EUA – o maior país consumidor de cocaína no mundo, admitiram os dois governos.

Obama pediu também maior colaboração em temas como a mudança climática e a luta contra o terrorismo.

– O México não só é um líder regional, já é um líder global, como demonstra sua participação no G-20, e como tal é protagonista na tomada de decisões sobre problemas que não podem ser resolvidos por um só país.

Cuba

Obama indicou que a suspensão das restrições a viagens e remessas à Cuba por parte dos EUA representa "uma demonstração de boa vontade" à qual espera que o governo cubano responda. Contudo, o mandatário reconheceu que a mudança na ilha não ocorrerá de repente.

Em visita ao Haiti, a secretária de Estado Hillary Clinton disse que a democratização de Cuba é condição necessária para a suspensão do embargo contra a ilha, o que envolve a libertação de presos políticos.

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