quarta-feira, 10 de junho de 2009

A força de dilma



Isto é - 08/06/2009


A ministra Dilma Rousseff nasceu como candidata-rolha à sucessão de Lula na Presidência da República. Era um nome-tampão para evitar a antecipação do debate eleitoral, para barrar a ocupação do espaço pela oposição e para estancar a luta sanguinária que se precipitava dentro do PT por uma opção de seus quadros. O capital de popularidade emprestado pelo presidente Lula, os resultados do PAC e a natural visibilidade que sua figura ganhou na mídia a partir da presença constante em eventos oficiais converteram Dilma numa candidata de fato.

Vencido esse primeiro desafio de sacramentar seu nome, ela começou a encarar uma nova e gigantesca tarefa pela frente: a sua transformação numa espécie de Lula de saias, à imagem e semelhança do mestre. Para tanto, a batalha estava a exigir um conjunto de aptidões nada fácil de incorporar. Entre elas, saber falar com o povo dizendo o que ele quer ouvir, ser mais simpática e estar pronta para um tête-à-tête sagaz com adversários. Conseguiu? Ainda não. Como Lula de saias, Dilma não chega à bainha. Mas já dá para fazer bonito.

As últimas pesquisas sinalizam um avanço rápido e consistente da ministra-candidata. A julgar pelo resultado, parece que a população avaliou que a doença de alguma forma humanizou a ministra, mudou sua postura e afastou dela aquela imagem preconcebida da mulher fria e inabalável. Ponto a favor de seu intento. Os eleitores se identificaram com a nova Dilma, seja por sua disposição para encarar de frente os reveses da vida, seja por mera comoção e solidariedade, seja até pelo figurino novo, mais feminino, que adotou nos últimos tempos.

O fato é que muitos eleitores compraram o nome da ministra e essa alavancagem na sua candidatura trouxe efeitos colaterais na oposição, que está se sacudindo como pode. O natural candidato tucano, José Serra - de saída, seu maior adversário, ainda líder na corrida presidencial -, está diante de um dilema. Seus aliados estimam que ele tenha oito anos de vida política pela frente. Poderá gastar quatro com uma reeleição garantida para governador e levar o título de maior alcaide do Estado de São Paulo - afinal, tem diante dele mais de R$ 20 bilhões em caixa e um fantástico calendário de obras a tocar que inclui três viadutos, quatro pontes e 23 quilômetros de pista das marginais.

Se cumprida a promessa que lançou, fará história. A alternativa é jogar fora esse capital pelo seu sonho antigo de virar presidente. Mas a sombra de Dilma começa a assustá-lo - senão nas noites de insônia, ao menos nos dias de campanha.

Ps.Interessante, os grandes trunfos de José Serra, para se candidatar ao governo de São Paulo, segundo o sabujo da IstoÉ, são as construções de três viadutos, quatro pontes e 23 Km de pistas marginais.Enquanto isso, os professores estão comendo o pão que o diabo amassou, a criminalidade aumenta, a educação só tira nota zero, a saúde é uma lástima e a corrupção corre solta no ninho tucano.

2 comentários:

O TERROR DO NORDESTE disse...

Leia-se:recandidatar-se.

Anônimo disse...

Ledo engano, Terror! A candidata-botox do Lula é, como se sabe, a forma que o "Cara" encontrou para continuar no poder, caso não vingue o golpe do terceiro mandato. Terceiro mandato que ele, no entanto, finge não querer, no velho estilo que o consagrou na política e que foi aprimorado pelo seu advogado-geral, Thomaz Bastos, do "não vi, não ouvi, nem sei de nada". Pelos menos, foi assim que ele sobreviveu aos assombrosos escândalos do seu desgoverno, não é mesmo? A verdade é que Lula, se pudesse, ficaria bem uns quarenta anos no "pudê", igualzinho ao tiranossauro da ilha-presídio, em quem ele tanto se inspira.
Seja como for, a Dilma, ainda que chegue à desgovernança, não passará de um marionete naquelas mãozinhas solertes em que hoje comem o PT, os "pobres", os ricos, a "mídia", os sindicatos, os "movimentos sociais", as madraçais do MST e o resto da fauna que pasta nos pródigos "curralitos" das "bolsas".
A única ameaça a esse ambicioso projeto é que a candidata-botox, apesar de toda a superexposição da propaganda eleitoral antecipada, continua na rabeira, bem atrás do "Vampiro".
Ou seja, "a força do povo", ludibriada pela propaganda maciça e muito bem ancorada nas "bolsas-votos", dá 80% de aprovação ao seu mecenas, mas parece que não quer saber de um novo desgoverno que tenha a cara do "Cara". Nem com botox.