11/08/2009
Folha Online
A pior fase da crise parece ter passado, mas a demanda externa ainda enfraquecida impede uma recuperação mais rápida da indústria paulista, apontou pesquisa realizada pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) obtida com exclusividade pela Folha Online.
Segundo a Sondagem Industrial da entidade no segundo trimestre, os indicadores de produção e de uso da capacidade instalada mostraram evolução ante o primeiro trimestre, enquanto a previsão de exportações continua mostrando que ainda é cedo para dizer que os problemas acabaram.
Na pesquisa, todos os índices apresentaram melhora em relação ao primeiro trimestre, mas alguns ainda apontam pessimismo. Entre eles estão os de previsões de exportações (de 39,5 para 48,2 pontos) e de emprego (de 43 para 49,5 pontos) em seis meses. O índice varia entre zero e 100 pontos, sendo que abaixo de 50 aponta pessimismo, e acima dos 50 indica otimismo.
"O cenário mudou ao longo de 12 meses, principalmente na demanda externa. Cerca de 20% do que produzimos vai para fora. Como desses 20% nós perdemos quase um terço por causa da crise, isso faz uma boa diferença na hora da recuperação", disse André Rebelo, gerente do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) da entidade. "Por isso pode-se dizer que o o pior parece ter passado, mas que a retomada será lenta."
A sensação de que a crise está passando fica mais clara no índice de volume de produção, que passou de de 32,9 pontos no primeiro trimestre para 50,9 pontos no segundo trimestre. O nível de utilização da capacidade instalada no mesmo período também reagiu, passando de 67% para 71%.
Até mesmo o índice de nível de estoque, mesmo estando abaixo dos 50 pontos --ficou em 49,5 pontos no segundo trimestre-- pode ser visto como um sinal positivo, disse Rebelo. "O nível alto de estoque era uma preocupação para quase todos os setores no início do ano, mas agora está concentrada em alguns poucos setores", disse, citando a cadeia do aço como um que ainda sofre com o problema.
Preocupações
Quando questionados sobre as principais preocupações, as 195 indústrias do Estado que participaram da pesquisa mantiveram a carga tributária e a falta de demanda como os principais problemas enfrentados.
O volume de tributos foi visto como um problema para 67,7% das empresas, seguido da falta de demanda (59,5%), competição acirrada (46,2%), inadimplência de clientes (21%), taxas de juros elevadas (20,5%), falta de capital de giro (17,4%), taxa de câmbio (15,9%), falta de financiamento de longo prazo (15,4%), alto custo de matéria-prima (15,4%) e falta de trabalhadores qualificados (8,2%).
Entre os itens, o que apresentou maior variação em relação ao primeiro trimestre foi a taxa de câmbio. Era um motivo de dor-de-cabeça para 6,3% das indústrias paulistas nos primeiros três meses do ano --e mais do que duplicou até junho. Neste período, a cotação da moeda americana ante o real passou de R$ 2,31 para R$ 1,96, uma queda de mais de 15%.
Para Rebelo, apesar do forte aumento do número de empresas preocupadas com o câmbio, a quantidade ainda é subdimensionada. "Os efeitos do câmbio são subterrâneos, não está na cara do empresário como a carga tributária. Se tivesse, esse índice seria bem maior."
A pior fase da crise parece ter passado, mas a demanda externa ainda enfraquecida impede uma recuperação mais rápida da indústria paulista, apontou pesquisa realizada pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) obtida com exclusividade pela Folha Online.
Segundo a Sondagem Industrial da entidade no segundo trimestre, os indicadores de produção e de uso da capacidade instalada mostraram evolução ante o primeiro trimestre, enquanto a previsão de exportações continua mostrando que ainda é cedo para dizer que os problemas acabaram.
Na pesquisa, todos os índices apresentaram melhora em relação ao primeiro trimestre, mas alguns ainda apontam pessimismo. Entre eles estão os de previsões de exportações (de 39,5 para 48,2 pontos) e de emprego (de 43 para 49,5 pontos) em seis meses. O índice varia entre zero e 100 pontos, sendo que abaixo de 50 aponta pessimismo, e acima dos 50 indica otimismo.
"O cenário mudou ao longo de 12 meses, principalmente na demanda externa. Cerca de 20% do que produzimos vai para fora. Como desses 20% nós perdemos quase um terço por causa da crise, isso faz uma boa diferença na hora da recuperação", disse André Rebelo, gerente do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) da entidade. "Por isso pode-se dizer que o o pior parece ter passado, mas que a retomada será lenta."
A sensação de que a crise está passando fica mais clara no índice de volume de produção, que passou de de 32,9 pontos no primeiro trimestre para 50,9 pontos no segundo trimestre. O nível de utilização da capacidade instalada no mesmo período também reagiu, passando de 67% para 71%.
Até mesmo o índice de nível de estoque, mesmo estando abaixo dos 50 pontos --ficou em 49,5 pontos no segundo trimestre-- pode ser visto como um sinal positivo, disse Rebelo. "O nível alto de estoque era uma preocupação para quase todos os setores no início do ano, mas agora está concentrada em alguns poucos setores", disse, citando a cadeia do aço como um que ainda sofre com o problema.
Preocupações
Quando questionados sobre as principais preocupações, as 195 indústrias do Estado que participaram da pesquisa mantiveram a carga tributária e a falta de demanda como os principais problemas enfrentados.
O volume de tributos foi visto como um problema para 67,7% das empresas, seguido da falta de demanda (59,5%), competição acirrada (46,2%), inadimplência de clientes (21%), taxas de juros elevadas (20,5%), falta de capital de giro (17,4%), taxa de câmbio (15,9%), falta de financiamento de longo prazo (15,4%), alto custo de matéria-prima (15,4%) e falta de trabalhadores qualificados (8,2%).
Entre os itens, o que apresentou maior variação em relação ao primeiro trimestre foi a taxa de câmbio. Era um motivo de dor-de-cabeça para 6,3% das indústrias paulistas nos primeiros três meses do ano --e mais do que duplicou até junho. Neste período, a cotação da moeda americana ante o real passou de R$ 2,31 para R$ 1,96, uma queda de mais de 15%.
Para Rebelo, apesar do forte aumento do número de empresas preocupadas com o câmbio, a quantidade ainda é subdimensionada. "Os efeitos do câmbio são subterrâneos, não está na cara do empresário como a carga tributária. Se tivesse, esse índice seria bem maior."
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