segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Arthur Virgilio vai ser processado por falta de decoro


As provas contra Virgilio são robustas. De modo que deve ser ele cassado a bem do serviço público.

10/08/2009
Folha Online, em Brasília

Depois de arquivar todos os pedidos de abertura de processo contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o presidente do Conselho de Ética, senador Paulo Duque (PMDB-RJ), sinalizou a aliados que vai instaurar esta semana processo contra o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) --que pode resultar na cassação de seu mandato.

Duque argumenta que as denúncias contra Sarney foram baseadas em reportagens de jornal, enquanto Virgílio confessou ter admitido manter um funcionário fantasma em seu gabinete.


O PMDB protocolou representação contra Virgílio por supostamente ter quebrado o decoro parlamentar ao receber empréstimo do ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia para pagar despesas em Paris. Agaciel teria depositado na conta de Virgílio US$ 10 mil quando o senador teve problemas com o cartão de crédito numa viagem particular, em 2003.

No texto, assinado pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o PMDB também afirma que o tucano empregou em seu gabinete um funcionário que morava no exterior. Renan ainda afirma, na representação, que o Senado teria pago R$ 723 mil pelo tratamento de saúde da mãe dele, quando o regimento permite gasto anual de R$ 30 mil.

O líder do PMDB admitiu que a acusação contra Virgílio é uma espécie de "represália" aos pedidos de investigação encaminhados pelo PSDB contra Sarney. O tucano também pediu, individualmente, a abertura de investigações contra o presidente do Senado ao Conselho de Ética.

Da tribuna do Senado, Virgílio admitiu ter permitido que Carlos Alberto de Andrade Nina Neto, lotado em seu gabinete, realizasse curso na Espanha, mas prometeu devolver aos cofres da Casa os vencimentos pagos ao servidor no período em que esteve no exterior.

A Folha Online apurou que a "confissão" de Virgílio vai ser usada por Duque como principal justificativa para permitir a abertura de processo contra o tucano.

O prazo para o presidente do conselho se manifestar sobre a representação termina na quarta-feira. Mesmo ciente de que sua decisão pode provocar uma nova ofensiva da oposição contra Sarney, Duque disse a aliados que não está disposto a recuar.

Os tucanos esperam a decisão de Duque para definir se vão ingressar com representação contra Renan. O líder peemedebista chamou o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) de "coronel de merda" durante bate-boca em plenário, o que, pelo regimento da Casa, configura quebra de decoro.

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