sábado, 1 de agosto de 2009

Contra-ofensiva da direita

Quatro graves acontecimentos recentíssimos entrelaçam-se, articulados entre si, fazem saltar à vista a contra-ofensiva de Washington, do Departamento de Estado, do Pentágono, das forças retrógradas e das oligarquias dos países de nossa região para deter e derrotar o avanço histórico das forças democrático-populare s na América Latina: 1. Golpe de Estado em Honduras; 2. Acordo para instalação de bases militares norte-americanas em território colombiano; 3. Acusação ao presidente do Equador de ter recebido financiamento das Farc e do governo da Venezuela de ter fornecido armas às Farc; 4. acusação do governo de Israel de que a Venezuela mantém em seu país células do Hezbollah e do Hamás.

A cada dia que passa fica mais evidente que o golpe de Estado em Honduras foi minuciosamente discutido e preparado pela oligarquia local e o alto-comando do exército com o comando da base militar estadunidense há anos localizada em Soto Cano, território de Honduras. Com o suporte dos setores de direita dos Estados Unidos com a conivência de alguns chefes de Estado tratam de por em banho-maria a solução da crise de acordo com a resolução da OEA, ONU e outras instituições internacionais de modo a consolidar o golpe. A manutenção do atual statu-quo serve para criar antecedente para possíveis golpes futuros. Aparentemente, o presidente Obama não teve conhecimento prévio das articulações ou não consegue controlar os falcões do Pentágono e do State Department.
Lula manifestou claramente "que não me agrada nem um pouco" a instalação de bases militares na Colômbia como já havia manifestado o seu desagrado quanto à reativação da IV Frota norte-americana em águas da América do Sul. A presença de bases militares dos Estados Unidos é uma ameaça permanente à soberania dos países da região e à auto-determinaçã o de seus povos.
As acusações irreponsáveis de Bogotá vão no sentido de criar imagem negativa de Venezuela e Equador, envenenar e criar conflitos que propiciem uma intervenção externa.
A intervenção do governo de Israel é mais um elemento de provocação externa para criar o clima de intervenção a pretexto da luta contra o terrorismo como ocorreu em países do Oriente Médio e Ásia.

Nicolás Maduro, chanceler da Venezuela: meu governo manifesta sua indignação diante da irresponsabilidade do governo colombiano

Data de publicação: 30/07/2009


O governo da República Bolivariana da Venezuela manifesta sua indignação diante da irresponsabilidade com a qual o governo da República da Colômbia aniquilou os esforços empreendidos para construir uma relação binacional em benefício de ambos os povos, pondo claramente em perigo a paz e a estabilidade da região.

A acusação feita ao governo venezuelano acerca de um grupo de armas supostamente apreendidas às FARC e o comunicado do governo da Colômbia emitido em 29 de julho de 2009 ilustram a hipocrisia com a qual atuam as autoridades colombianas quando se trata de justificar a locura belicista que desenvolvem internamente e que se empenham em impor ao resto dos países como única política regional.

O governo colombiano, fugindo de suas proóprias responsabilidades, quer justificar a instalação em seu território de até cinco bases militares da principal potência bélica mundial, alegando que três lança-foguetes supoostamente propriedade do exército venezuelano teriam chegado às mãos de um grupo irregular. Como de costume, o governo colombiano não explica como circulam em seu território milhares de armas em mãos de grupos irregulares, mas, em contrapartida, exige cinicamente ao da Venezuela explicar a origem de três delas. Por quê não exigir aos Estados Unidos ou a Israel oferecer explicações de como milhares de armas fabricadas nesses países estão em mãos dos exércitos guerrilheiros dentro da Colômbia? Segundo o libreto já bem trilhado pela elite colombiana, os sesenta anos de guerra interna não são responsabilidade da Colômbia e sim dos países vizinhos, com uma particular preferência por aqueles onde hoje governam forças de esquerda.

Se a oligarquia colombiana, ante seu fracasso histórico de construir um país viável, tomou a desonrosa decisão de entregá-lo em comodato aos Estados Unidos, deve asumi-la com clareza frente ao povo da Colômbia antes que escudar-se detrás de pretextos absurdos. A Colômbia de hoje, ocupada militarmente e dirigida por uma elite belicista, constituiu-se em um perigo latente para toda a região.

O governo venezuelano ratifica seu repúdio a esta grosseira campanha, ao mesmo tempo que adverte que cada agressão do governo colombiano será respondida com medidas muito firmes. O governo da República Bolivariana de Venezuela reitera seu apelo ao povo da Colômbia e aos governos e povos da região a que juntos detenhamos esta política belicista que pretende converter a América do Sul toda em uma área de violência. Estamos a tempo de deter a loucura belicista da elite que hoje governa a Colômbia.

Ministério das Relações Exteriores da República Bolivariana da Venezuela.
Enviado pela amiga Soraia Portugal.

Nenhum comentário: