sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ética em quatro vezes sem juros


Em prestações, líder do PSDB começa a devolver aos cofres públicos o que pagou a funcionário fantasma


Como o caçador que um dia vira caça, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), um dos parlamentares que mais pressionam pela saída de José Sarney (PMDB-AP) da presidência do Senado, pode acabar ao lado do coronel maranhense no banco dos réus do Conselho de Ética, também sob a acusação de quebra de decoro parlamentar. Na quarta-feira 29, depois de consultas à liderança da sigla na Câmara, o senador e líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), resolveu representar contra o tucano: "O PMDB já decidiu e o levará ao Conselho de Ética. É uma questão de reciprocidade", disse o peemedebista. Virgílio será a primeira vítima do PMDB, mas provavelmente não será a única. "A lista é grande", segundo o senador Wellington Salgado (PMDB-MG). No alvo estão os tucanos Tasso Jereissati (CE) e Mário Couto (PA), que usaram dinheiro de sua cota de passagens aéreas para fretar jatinhos. "Isso é coisa de máfia, é a Camorra", ataca Virgílio.


O tucano, que protocolou com o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) mais dois pedidos de investigação contra Sarney, pode ter o mandato cassado por quebra de decoro pelo fato de ter empregado funcionário fantasma no gabinete e contraído empréstimo de US$ 10 mil do ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia, durante viagem de lazer a Paris em 2005. O fato foi revelado por ISTOÉ. Em discurso na tribuna, o tucano disse que foram R$ 10 mil, mas confessou os crimes passíveis de punição pelo Código de Ética. "Não ganhei nada com isso. Foi uma imbecilidade", afirmou Virgílio.

Para tentar expurgar seus pecados, o senador começou a devolver aos cofres públicos os R$ 210.696,58 pagos indevidamente ao ex-servidor Carlos Alberto Nina Neto, que é filho de seu amigo e subchefe de gabinete, Carlos Homero Nina, e passou dois anos no Exterior à custa do erário. "Já paguei R$ 60.696,58 e acertei pagar outras três parcelas de R$ 50 mil. Tive que vender um terreno da família e usar o dinheiro da poupança." A dívida, porém, será paga em quatro vezes sem juros, pois o cálculo da Câmara inclui os salários e as despesas com Imposto de Renda e Previdência, sem correção. O pagamento pode ter vindo tarde. "Ele cometeu irregularidades e as confirmou em plenário. As provas contra ele são inequívocas", disse Renan a interlocutores. Quanto ao empréstimo de Agaciel, Virgílio diz que foi pago na época, mas o ex-diretor nega.

A decisão de fazer a representação contra Virgílio foi tomada na segunda-feira 27, depois de uma conversa de Calheiros com o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE). No encontro, Guerra alegou não haver mais ambiente para recuar sobre Sarney. No dia seguinte, a bancada tucana entrou com três representações contra o presidente do Senado, pedindo que sejam apuradas as suspeitas de desvios na Fundação Sarney, o envolvimento de um de seus netos nas operações de crédito consignado na Casa e a nomeação de parentes por ato secreto. Foi então que o PMDB resolveu devolver na mesma moeda. Os peemedebistas dizem que a guerra está apenas começando.

Claudio Dantas Sequeira

Fonte:IstoÉ.


Comentário meu.


O jornalista se esqueceu de informar(ou não sabe) aos seus leitores que a devolução do objeto furtado, roubado não exclui a conduta criminosa do autor do crime. No caso, o arrependimento posterior apenas reduz a pena.

5 comentários:

Anônimo disse...

As possibilidades: Três!

1ª= Pizza.
2ª= Modificar o título do art.171 CP. ( Lei bonachão)
3ª= Abrir precedentes p/ toda e qualquer vigarice e/ou ladrão de galinhas, cujo valor não ultrapasse os R$ 210.696,58.
Perdoe-me a ironia mas, com os nossos políticos é o melhor que tenho a comentar.

Prof. DiAfonso disse...

Grande Cumpadi, Terror!

Bom dia!

Façamos o seguinte: roubemos, assaltemos as igrejas, passemos cheques sem fundos e... rsrs.. dividimos estes delitos em 36x sem juos! Que tal?!?! kkkkkkkkkkkkkkkk

Abração, Cumpadi!

Anônimo disse...

O mais censurável nesse legítimo representante dos tucanos foi ter compactuado com o lullopetismo em momentos críticos, como no Golpe do Mensalão e nos escândalos que envolveram "Palócchio" - o tubarão que teria sido o mandante da violação do sigilo bancário do "simples caseiro".

Pax disse...

O grande mágico dessa história é o Efraim.

Desaparece nos momentos certos.

O TERROR DO NORDESTE disse...

Cumpadi, uma boa sugestão.KKKKKKKKKK. Pax, pois é, el deve estar se banhando na praia de Tambaba.