sábado, 1 de agosto de 2009

Nassif desmascara o Estadão

01/08/2009

O “heroísmo” do passado que não volta

O marketing do Estadão bateu no ápice. Matéria do jornal compara a reação à sentença do Juiz (proibindo divulgação de inquéritos sigilosos) com a posição de Júlio Mesquita Filho em 1968, em pleno Ato Institucional número 5, contra censura imposta pela ditadura militar.

Menos, pessoal, menos.

Ricardo Gandour não é Júlio Mesquita Filho; o Estadão não é mais Mesquita (a não ser na página de editoriais) e a mídia hoje não é a oprimida, mas o poder de fato. A única coisa em comum entre os dois momentos foi o veto à publicação de assuntos. Mas o que era heroísmo em 1968 virou prepotência em 2009.

Com sua capacidade de fuzilar quem quiser - até desembargadores que ousem enfrentá-la - a mídia é o poder de fato, a ameaça, não a ameaçada.

Do Estadão
Medida não intimidou em 68 e jornal foi apreendido
ROBERTO ALMEIDA

A decisão de proibir a divulgação dos áudios da Operação Boi Barrica, envolvendo o clã Sarney e o ex-diretor-geral do Senado, traz à tona os casos de censura que o Estado sofreu em sua missão de informar. A mais incisiva ocorreu em 13 de dezembro de 1968, quando a edição do jornal foi apreendida às 3 horas da madrugada, por ordem do general Silvio Correia de Andrade, então delegado regional da Polícia Federal em São Paulo.

Naquele dia, do fatídico Ato Institucional nº 5, que institucionalizou a censura no País, a seção Notas e Informações trazia o editorial Instituições em Frangalhos. O diretor e proprietário do jornal, Júlio de Mesquita Filho, manteve o texto, apesar da pressão do regime que levava veículos à autocensura. Os exemplares foram apreendidos antes mesmo da promulgação do AI-5 sair no Diário Oficial.

Mesmo com a repressão, parte dos exemplares chegou às bancas graças a estratégias da Redação. No entanto, em seguida a censura tornou-se ostensiva aos jornais do Grupo Estado. Em dias polêmicos, censores trabalhavam tanto na Redação como na prova de página da oficina gráfica, o que ocorreu até o início de janeiro de 1975.

As matérias que não passavam pelo crivo do regime eram substituídas por poemas, como Os Lusíadas, de Luís de Camões, no jornal O Estado de S.Paulo; e receitas de bolo no Jornal da Tarde. A estratégia deu visibilidade internacional à publicação, que, em 1974 recebeu o Prêmio Pena de Ouro da Liberdade, conferido pela Federação Internacional de Editores de Jornais.

As decisões de censura que remontam ao período ditatorial, porém, têm exemplos recentes. Em junho do ano passado, o Jornal da Tarde foi proibido de publicar uma reportagem sobre supostas irregularidades do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp).

Nos dias em que a decisão vigorou, o jornal circulou com com a inscrição “Sob Censura”, até que a decisão foi revertida em virtude de manifestações de entidades que saíram em defesa da liberdade de expressão no Brasil. O processo, considerado “censura prévia”, foi extinto.
Blog do Nassif.

Um comentário:

Anônimo disse...

Esse estafeta do PIG lulopetista não passa de objeto de galhofas nos meios jornalísticos. Não há como acreditar nele.