Matriz de primeiro mundo
Autor(es): Gabriel Costa
Jornal do Brasil - 14/08/2009
A matriz energética brasileira é exemplo para o resto do mundo, e o país está em posição de vanguarda no setor no século 21. Essas foram duas das principais conclusões apresentadas por especialistas, como os presidentes da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, e da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, na conferência A educação ambiental e o futuro do mercado de biocombustíveis no Brasil, organizada pelo JB e pela Casa Brasil.
Posição de vanguarda do país no século 21 é consenso entre especialistas que participaram de conferência promovida pelo \'Jornal do Brasil\'
A matriz energética brasileira pode ser considerada um exemplo para o resto do mundo e o país está em posição de vanguarda no setor energético no século 21. Essas foram duas das principais conclusões apresentadas ontem por especialistas como os presidentes da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, na conferência “A educação ambiental e o futuro do mercado de biocombustíveis no Brasil”, organizado pelo Jornal do Brasil e pela Casa Brasil.
– O mundo ainda produz e consome energia de acordo com um padrão do século 20, com carvão, petróleo e derivados, que responde por 80% da energia consumida no planeta – disse Rossetto na abertura do evento. – Temos como atender ao novo padrão que o século 21 exigirá. As duas matrizes energéticas que diferenciam nosso país, hidroeletricidade e etanol, são consistentes e podem ser em muito ampliadas.
Tolmasquim, por sua vez, mostrou, com base em dados da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) e da própria EPE, que o carvão, por exemplo, corresponde a apenas 6,2% da matriz energética brasileira, enquanto 46% são recursos renováveis. Em todo o planeta, o carvão corresponde a 26% da matriz energética, da qual menos de 20% são recursos renováveis.
– O Brasil tem uma situação de competitividade ímpar no mundo – disse o especialista.
De acordo com dados do World Resources Institute (WRI), de Washington, o Brasil é o quinto no ranking mundial de emissões totais de gases de efeito estufa, considerando a União Europeia como um todo. No ranking de emissões no setor de energia, o Brasil ocupa a 18ª posição, com 17 vezes menos emissões que os EUA, 11 vezes menos que a UE e 15 vezes menos que a China.
Os chineses produzem o dobro de gás carbônico emitido no Brasil para a produção do equivalente a US$ 1 milhão em produto, segundo o presidente da EPE. Tolmasquim ressaltou, no entanto, a importância do controle do desmatamento para que o país passe a ocupar posições mais favoráveis nos rankings, e aler tou que, com a escalada de parte da população para a classe C, o consumo energético – que na comparação per capita ainda é baixo, equivalente ao de países como Uruguai e Jamaica – deverá crescer, o que exigirá a expansão da produção.
Para o atendimento da demanda de etanol em 2017, no entanto, ainda será necessária a utilização de apenas 2,56% da área agricultável do país, de acordo com Tolmasquim.
Ainda no primeiro painel do evento, realizado no auditório do Senac Rio, em Copacabana, o coordenador do Programa Rio Biodiesel, da Secretaria de Ciência e Tecnologia do estado, Nelson Fur-alertado, defendeu a heterogeneidade na questão dos combustíveis no país, com a utilização do etanol e do biodiesel como carros chefes, mas reservando a devida importância ao advento do pré-sal. Furtado afirmou, contudo, que é importante reduzir o teor de enxofre do diesel e da gasolina, das atuais 500 partes por milhão no Rio e São Paulo e 1800 PPMs no interior, para níveis inferiores a 10 PPMs, a exemplo do que acontece nos EUA e Japão.
Incentivos e entraves O último palestrante do primeiro painel, Eduardo Leão de Sousa, diretor executivo da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), destacou que os biocombustíveis ainda dependem de políticas públicas, e o comércio internacional do etanol, por exemplo, ainda é pequeno e volátil.
Sousa enumerou o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), a popularização dos carros flex e o programa americano de biocombustíveis como os principais catalisadores do desenvolvimento dos combustíveis oriundos de fontes renováveis. Brasil e Estados Unidos, sozinhos, respondem por 80% da produção mundial de etanol.
Já entre os obstáculos para a exportação do etanol brasileiro, Sousa listou as tarifas impostas por EUA e União Europeia, assim como barreiras não-tarifárias, como os diversos sistemas de classificação que estabelecem critérios distintos de sustentabilidade para biocombustíveis.
– Mais de 100 países poderiam produzir biocombustíveis para 200 nações. Hoje, 20 produtores fornecem combustíveis fósseis para todo o mundo – destacou.
Tarifas impostas por EUA e União Europeia são obstáculos para exportação O mundo ainda consome energia de acordo com um padrão do século 20 Miguel Rossetto presidente da Petrobras Biocombustível
“ Mais de 100 países poderiam produzir biocombustíveis para 200 nações Eduardo Leão de Sousa diretor executivo da Unica
46 % da energia produzida no Brasil são de fontes renováveis.
“ Estamos vivendo uma verdadeira revolução – Allan Kardec diretor da ANP
Jornal do Brasil - 14/08/2009
A matriz energética brasileira é exemplo para o resto do mundo, e o país está em posição de vanguarda no setor no século 21. Essas foram duas das principais conclusões apresentadas por especialistas, como os presidentes da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, e da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, na conferência A educação ambiental e o futuro do mercado de biocombustíveis no Brasil, organizada pelo JB e pela Casa Brasil.
Posição de vanguarda do país no século 21 é consenso entre especialistas que participaram de conferência promovida pelo \'Jornal do Brasil\'
A matriz energética brasileira pode ser considerada um exemplo para o resto do mundo e o país está em posição de vanguarda no setor energético no século 21. Essas foram duas das principais conclusões apresentadas ontem por especialistas como os presidentes da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, na conferência “A educação ambiental e o futuro do mercado de biocombustíveis no Brasil”, organizado pelo Jornal do Brasil e pela Casa Brasil.
– O mundo ainda produz e consome energia de acordo com um padrão do século 20, com carvão, petróleo e derivados, que responde por 80% da energia consumida no planeta – disse Rossetto na abertura do evento. – Temos como atender ao novo padrão que o século 21 exigirá. As duas matrizes energéticas que diferenciam nosso país, hidroeletricidade e etanol, são consistentes e podem ser em muito ampliadas.
Tolmasquim, por sua vez, mostrou, com base em dados da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) e da própria EPE, que o carvão, por exemplo, corresponde a apenas 6,2% da matriz energética brasileira, enquanto 46% são recursos renováveis. Em todo o planeta, o carvão corresponde a 26% da matriz energética, da qual menos de 20% são recursos renováveis.
– O Brasil tem uma situação de competitividade ímpar no mundo – disse o especialista.
De acordo com dados do World Resources Institute (WRI), de Washington, o Brasil é o quinto no ranking mundial de emissões totais de gases de efeito estufa, considerando a União Europeia como um todo. No ranking de emissões no setor de energia, o Brasil ocupa a 18ª posição, com 17 vezes menos emissões que os EUA, 11 vezes menos que a UE e 15 vezes menos que a China.
Os chineses produzem o dobro de gás carbônico emitido no Brasil para a produção do equivalente a US$ 1 milhão em produto, segundo o presidente da EPE. Tolmasquim ressaltou, no entanto, a importância do controle do desmatamento para que o país passe a ocupar posições mais favoráveis nos rankings, e aler tou que, com a escalada de parte da população para a classe C, o consumo energético – que na comparação per capita ainda é baixo, equivalente ao de países como Uruguai e Jamaica – deverá crescer, o que exigirá a expansão da produção.
Para o atendimento da demanda de etanol em 2017, no entanto, ainda será necessária a utilização de apenas 2,56% da área agricultável do país, de acordo com Tolmasquim.
Ainda no primeiro painel do evento, realizado no auditório do Senac Rio, em Copacabana, o coordenador do Programa Rio Biodiesel, da Secretaria de Ciência e Tecnologia do estado, Nelson Fur-alertado, defendeu a heterogeneidade na questão dos combustíveis no país, com a utilização do etanol e do biodiesel como carros chefes, mas reservando a devida importância ao advento do pré-sal. Furtado afirmou, contudo, que é importante reduzir o teor de enxofre do diesel e da gasolina, das atuais 500 partes por milhão no Rio e São Paulo e 1800 PPMs no interior, para níveis inferiores a 10 PPMs, a exemplo do que acontece nos EUA e Japão.
Incentivos e entraves O último palestrante do primeiro painel, Eduardo Leão de Sousa, diretor executivo da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), destacou que os biocombustíveis ainda dependem de políticas públicas, e o comércio internacional do etanol, por exemplo, ainda é pequeno e volátil.
Sousa enumerou o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), a popularização dos carros flex e o programa americano de biocombustíveis como os principais catalisadores do desenvolvimento dos combustíveis oriundos de fontes renováveis. Brasil e Estados Unidos, sozinhos, respondem por 80% da produção mundial de etanol.
Já entre os obstáculos para a exportação do etanol brasileiro, Sousa listou as tarifas impostas por EUA e União Europeia, assim como barreiras não-tarifárias, como os diversos sistemas de classificação que estabelecem critérios distintos de sustentabilidade para biocombustíveis.
– Mais de 100 países poderiam produzir biocombustíveis para 200 nações. Hoje, 20 produtores fornecem combustíveis fósseis para todo o mundo – destacou.
Tarifas impostas por EUA e União Europeia são obstáculos para exportação O mundo ainda consome energia de acordo com um padrão do século 20 Miguel Rossetto presidente da Petrobras Biocombustível
“ Mais de 100 países poderiam produzir biocombustíveis para 200 nações Eduardo Leão de Sousa diretor executivo da Unica
46 % da energia produzida no Brasil são de fontes renováveis.
“ Estamos vivendo uma verdadeira revolução – Allan Kardec diretor da ANP
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