sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Trabalhadores defendem empregos, soberania, pré-sal e direitos sociais

14/08/2009

Nesta sexta-feira (14), milhares de manifestantes se concentraram na Avenida Paulista para participar de mais um ato da Jornada Nacional Unificada de Lutas na capital paulista, assim como ocorreu em todo o país.

Os participantes foram às ruas para fortalecer a luta por bandeiras como a redução da jornada de trabalho sem redução de salários, o fim das demissões, a defesa de direitos sociais a ratificação das convenções 151 (negociação coletiva no serviço público) e 158 (restringe demissão imotivada) da OIT (Organização Internacional do Trabalho), a redução dos juros, a defesa das empresas estatais, fundamentais para financiar o crescimento do país, e uma nova lei do petróleo, que garanta as imensas riquezas do pré-sal para impulsionar o desenvolvimento e a justiça social.

Em São Paulo, uma marcha partiu por volta das 11h da Praça Osvaldo Cruz, no início da Paulista, e seguiu até o vão do MASP. A mobilização contou com a Central Única dos Trabalhadores e parceiros dos movimentos populares, sindical e estudantil reuniu cerca de 25 mil pessoas, com bandeiras da CUT, MST, Força, CGTB, CTB, UGT, Nova Central, UNE, Intersindical, Conlutas e de diversas confederações, federações e entidades sindicais de todas as categorias, do campo e da cidade.

Artur Henrique, presidente nacional da CUT, foi uma das lideranças que encerraram o ato. "Temos de ter clareza de quem são nossos verdadeiros inimigos. Essa crise econômica tem uma origem muito evidente: os neoliberais que privatizaram o patrimônio público, que desregulamentaram o mercado de trabalho, que defendiam que a liberdade dos mercados dariam conta das necessidades do País", afirmou. Dirigindo-se aos policiais militares que circundavam o MASP, citou um exemplo: "Vocês que estão aqui nos ajudando a realizar este ato, lembrem-se de que aqui em São Paulo o governador paga o pior salário do Brasil".

O presidente cutista também conclamou as entidades a reunir 100 mil trabalhadores para uma marcha a Brasília no dia em que o projeto de redução da jornada for a voto no plenário da Câmara Federal pela segunda e definitiva vez.

Para Adi Lima, presidente da CUT-SP, os movimentos sociais não devem deixar de dialogar diretamente com a população. "A melhor forma dos trabalhadores romperem o bloqueio dos meios de comunicação aos movimentos sociais, especialmente quando criticamos lideranças dos setores conservadores da sociedade, como o governador José Serra, que adota a privatização e o sucateamento do Estado como política pública é a manifestação popular. Vamos continuar ao lado do povo brasileiro na defesa de nossa soberania, da Petrobrás e de outros patrimônios construídos com o suor da nossa gente".

Representando o Partido dos Trabalhadores (PT), o deputado federal Vicente Paulo da Silva (Vicentinho), abordou a importância da aprovação da emenda à Constituição que propõe a redução da jornada de trabalho sem redução de salário, aprovada na Comissão Especial da Câmara. Para virar lei, precisa ser votada na Câmara e no Plenário do Senado. "Após 14 anos de paralisação, a mobilização da classe trabalhadora fez com que a emenda saísse da gaveta. Porém, já nesta semana, alguns deputados, embora eleitos pelos trabalhadores, atenderam aos pedidos do empresariado fizeram com que a votação pela Comissão Geral fosse adiada em uma semana. Precisamos mostrar que a redução da jornada é nossa luta e por isso peço a vocês que enviem cartas a todos os deputados", sugeriu.

Vicentinho lembrou que além de gerar mais de 2 milhões de emprego, a nova jornada dará ao trabalhador mais tempo com a família, elevará a qualidade de vida e reduzirá o índice de acidentes no local de trabalho. Ele aproveitou ainda para convocar a militância a pressionar os parlamentares. "No próximo dia 25, haverá uma reunião da Comissão Geral e devemos levar nossa militância a Brasília. Eu tenho muita fé na força do povo para garantir os projetos da classe trabalhadora".

Ao final do ato foi lida uma saudação à Jornada Nacional Unificada de Lutas, feita desde Honduras pela Frente Nacional Contra o Golpe de Estado, organização que luta pelo restabelecimento de Manuel Zelaya à Presidência da República e pela convocatória da uma Assembléia Nacional Constituinte.


CUT

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