Sexta-feira, 11 de setembro de 2009
SÃO PAULO - Em artigo postado no blog do jornalista Ricardo Noblat nesta sexta-feira, 11, o ex-ministro da Casa Civil e deputado federal cassado José Dirceu criticou o teor de um editorial de O Estado de S.Paulo publicado no último domingo, 6. No post, Dirceu ataca o Estado, classificando-o como veículo de oposição ao governo Lula, e rebate argumentos do texto opinativo do jornal, intitulado "Em preparo uma herança maldita".
"Tinha que ser o Estadão. Vanguarda do atraso, no passado, ferrenho adversário da luta nacionalista e da criação da Petrobrás, o jornal escalado para dar o tom na campanha contra o novo marco regulatório do petróleo e organizar o discurso da oposição para 2010. Já que esta é incapaz de ir além da agenda denuncista da mídia", escreve Dirceu, para depois estender as críticas ao resto da imprensa. O ex-deputado enfatiza que, ao tentar fazer o papel de "verdadeiro partido político da oposição", os jornais e a mídia "tentam fazer uma caricatura do governo Lula".
No editorial, o jornal reproduz frase do ex-presidente do Banco Central (BC) Gustavo Loyola para argumentar que o Brasil vive uma era de "contrarreformas, com o governo empenhado em desfazer alguns dos mais importantes avanços institucionais dos anos 90". Segundo o texto, "há uma contrarreforma fiscal, uma previdenciária e outra do Estado" e "já se delineia uma quarta, trabalhista". A argumentação sustenta a ideia de que, nas áreas citadas, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria retrocedido nos avanços alcançados pela administração anterior.
Dirceu, por sua vez, defende o governo afirmando que "o jornal mais conservador do país deu a largada na campanha presidencial". O Estadão, escreve Dirceu, "ensaia o programa de governo da oposição".
Há cerca de um mês, durante visita a Porto Alegre, José Dirceu afirmou que o processo movido por Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney, não configura censura prévia imposta ao jornal O Estado de S. Paulo e ao site estadao.com.br. A decisão judicial do desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) impede que o Estado publique reportagens sobre a Operação Boi Barrica há 42 dias.
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