22/09/2009
Conhecimento dos nomes dos candidatos por parte do eleitor: essa é a chave da pesquisa Ibope
Quem já é mais conhecido, se for um nome bom de voto, tende a aparecer melhor nas pesquisas.
Quem é desconhecido, não importa se seja bom ou não de voto, sempre terá mais dificuldade de pontuar na pesquisa –há também uma tendência natural de as pessoas rejeitarem mais quem não conhecem.
Na pesquisa Ibope, divulgada hoje (22.set.2009), são as seguintes as taxas de conhecimento dos principais pré-candidatos a presidente da República em 2010:
José Serra (PSDB) – 66%
Aécio Neves (PSDB) – 27%
Ciro Gomes (PSB) – 45%
Dilma Rousseff (PT) – 32%
Heloísa Helena (PSOL) – 30%
Marina Silva (PV) – 18%
Nesse contexto, é natural que os políticos conhecidos por menos de 40% do eleitorado tenham desempenhos menos robustos em levantamentos de intenção de voto (casos de Dilma, Heloisa e Marina Silva).
Um caso a ser considerado é o da petista Dilma Rousseff, que está 13 pontos percentuais atrás de Ciro Gomes em termos de “taxa de conhecimento”. Ainda assim, ambos estão com 14% de intenção de voto num cenário em que 5 candidatos são apresentados como opções ao eleitor (Serra lidera com 34%, Dilma aparece com 14%, Ciro também com 14%, Heloísa Helena tem 8% e Marina Silva fica com 6%).
Ou seja, do ponto vista estritamente estatístico eleitoral, Dilma parece ter mais chance de ampliar seu eleitorado do que Ciro –embora este blogueiro recomende muita calma com essa análise: não existe certeza absoluta nessa área, pois há muitos fatores que podem influir sobre como o eleitor vai se decidir.
Outro aspecto que chama a atenção é sobre os tucanos Serra e Aécio: eles têm entre si um abismo de taxa de conhecimento. Serra é conhecido por 66% dos eleitores e está 39 pontos percentuais à frente de Aécio quando se trata de saber quem já está na cabeça dos brasileiros. Ainda assim, o mineiro chega a pontuar 12% quando seu nome é colocado no cenário dos 5 nomes (Ciro fica com 25% das intenções de voto; Dilma tem 16%, Aécio tem 12%, Heloísa Helena tem 11% e Marina Silva fica com 8%).
O recado geral dessa pesquisa (como das outras recentes) é que há ainda uma desproporção grande entre os pré-candidatos quando se trata de medir o quanto cada um é conhecido. Essa diferença tende a ser aplainada no início do ano que vem, quando todos estarão muito mais explicitamente aparecendo como postulantes ao Planalto. Só então será possível saber quem de fato será competitivo.
Por fim, vale registrar que os menos conhecidos e que já pontuam acima de 10% não devem ser desprezados por ainda não terem rompido a barreira dos 20% para ameaçar o líder José Serra. A avaliação correta só será possível mais adiante.
A pesquisa do Ibope ouviu 2.002 pessoas de 11 a 14 de setembro em 142 cidades. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
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