quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Lula afirma que oposição joga contra o país


Folha de S. Paulo - 02/09/2009

Ao comentar resistência ao projeto do pré-sal, ele diz que oposição "está sempre achando que as coisas não devem dar certo"

Petista diz ainda que a decisão de enviar projeto ao Congresso em regime de urgência foi tomada com partidos da base aliada

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a oposição pela ameaça de obstruir a tramitação do projeto do modelo de exploração do pré-sal.


"Quem é oposição -e eu fui por muito tempo- está sempre achando que as coisas não devem dar certo, que as coisas devem demorar, porque acham que, se não acontecer, quem perde é o governo. Eu acho que, se não acontecer, quem perde é o povo brasileiro. Não podemos jogar fora essa oportunidade. A gente não pode nem ser precipitado nem ser lento", frisou Lula em evento em Vitória.


Ele disse que o envio em regime de urgência do projeto de lei do pré-sal ao Congresso foi decidido em acordo com os líderes da base aliada e que o governo tem papel "como o de uma mãe, que trata todos [os filhos] com carinho", ao referir-se à distribuição dos royalties que serão cobrados no pré-sal.


"Perguntei se devíamos mandar MP [medida provisória], projeto de lei ou projeto de lei constitucional. Por unanimidade, pediram para fazer projeto de lei com urgência", disse Lula após encontro de empresários brasileiros e alemães.


No regime de urgência, Câmara e Senado têm no máximo 45 dias cada um para votar o projeto. Passado o prazo, a pauta é obstruída (outros projetos não podem ser votados).


Os governadores capixaba, Paulo Hartung (PMDB), de São Paulo, José Serra (PSDB), e do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), haviam combinado na madrugada de segunda-feira com Lula que não haveria urgência no encaminhamento das propostas para dar mais tempo aos debates.
Mas Lula comunicou a mudança de planos algumas horas depois e, ontem, também rebateu a argumentação dos Estados. "Já estamos há um ano trabalhando esse projeto, ele não é de agora, é de outubro do ano passado. Agora, a bola é do Congresso, a vez é deles. Quem sou eu, um humilde presidente, para ter qualquer interferência. Os deputados têm que ter consciência de que eles é que vão dizer qual é o tempo que querem para fazer a discussão."


Apesar da mudança de ideia de Lula, Hartung elogiou a proposta final, parabenizou o presidente e o exaltou como um "líder que cultiva a democracia como valor e pratica a política com tolerância".


Na sua vez de discursar, chamando-o de Paulinho, Lula respondeu que "não poderia ter sido diferente". "O papel do governo é como o de uma mãe, que trata todos com carinho, com amor. Não pode faltar nada pra ninguém, e jamais uma mãe ia descobrir um filho para cobrir outro. Tem que aumentar o cobertor ou colocar todo mundo mais juntinho para que recebam a caloria necessária que advém dos recursos", afirmou, referindo-se à distribuição da receita do pré-sal.
"Como a parcela reservada à União será distribuída entre educação, cultura e ciência e tecnologia, o dinheiro "que nunca pensamos ter servirá para fazer uma revolução nos próximos 20 anos no país", acrescentou o presidente.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tudo o que for contra Lulla e sua gangue é a favor do país!