sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Lula: aumento do PIB é resposta a "mentes colonizadas"


11/09/2009

Após o anúncio no início desta sexta-feira (11) de crescimento de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no segundo trimestre, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o resultado se deve "sobretudo à parte mais pobre", por ter mantido o consumo em alta apesar da crise global. Ele criticou as pessoas de "mente colonizada" que não acreditaram nos fundamentos do país para passar pelas turbulências.

"Teve gente que desativou totalmente qualquer investimento. Teve gente que deu férias coletivas em dezembro, janeiro. E eu acho que foi um erro de pessoas que preferiram acreditar, muitas vezes, numa mentira bem contada, do que numa verdade nua e crua que estava acontecendo", afirmou o presidente durante evento que marcou o início da produção do primeiro navio do estaleiro Atlântico Sul, no porto de Suape, em Pernambuco.

O resultado do segundo trimestre tira o Brasil da recessão técnica - marcada por dois períodos consecutivos de crescimento negativo do PIB. Graças a ele, a economia brasileira retornou ao patamar do primeiro trimestre de 2008, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O agradecimento aos mais pobres se deve também à informação do IBGE de que a recuperação entre abril a junho foi puxada pelo consumo das famílias, cuja expansão ficou acima da observada nos seis meses anteriores. O indicador avançou 2,1% em relação ao primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2008, o ganhou foi de 3,2%

Também pesaram para o incremento no PIB, diz o IBGE, os investimentos do governo. Segundo Lula, isso só foi possível por causa da ousadia do governo brasileiro de acelerar os gastos com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) de mais de R$ 500 bilhões para uma quantia além dos R$ 600 bilhões.

Preparado

"Este país estava mais preparado do que o mundo desenvolvido para a crise. Mais do que a Europa e os Estados Unidos. Esse era o momento de ter ousadia. Hoje, com muito orgulho, os dados do IBGE mostram que não estávamos tão errados", completou Lula, para depois exaltar o que chamou de nova auto-estima dos brasileiros em meio à superação da crise iniciada há um ano, com a quebra do banco norte-americano Lehman Brothers.

"Se os governantes não acreditavam neste país, por que vocês deveriam acreditar?", perguntou ele aos operários presentes. "Eu não entendia. Estive várias vezes com a direção da Ford internacional. E eles me diziam que o melhor trabalhador do mundo era o brasileiro. A GM dizia a mesma coisa. E aqui no Brasil os governantes não acreditavam", acusou.

Lula voltou a criticar seus antecessores. "Dizem por aí 'Ah, o Lula teve sorte. O [presidente da Petrobras, José Sérgio] Gabrielli teve sorte por causa da autosuficiência de petróleo e porque achou o pré-sal. Não é sorte, não", retrucou.

"Pergunte quanto eles investiam antes e quanto investimos agora. É pelo menos seis vezes mais. Ninguém descobre se não investir. A gente tem que gastar dinheiro. Pode achar muito, pode não achar, mas tem de continuar investindo", afirmou Lula. Uol.

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