quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Quem é "vivo" sempre aparece


Foi só o Terror indagar acerca do paradeiro de Virgulino, que o vivaldino apareceu.


16/09/2009


A crise no Senado voltou a dar o ar da graça no plenário nesta quarta-feira (16). A discussão envolveu novamente os líderes do PSDB, Arthur Vírgílio (AM), e do PMDB, Renan Calheiros (AL). Também sobraram críticas do tucano ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AL). Ontem, durante a votação da reforma eleitoral, Virgilio cobrou explicações do senador Renan Calheiros sobre notícias publicadas pela imprensa a respeito de um ex-funcionário do parlamentar alagoano seu que teria estudado na Austrália às custas do Senado no ano de 2005.

Hoje, o tucano cobrou de Calheiros que revelasse o nome do senador que teria mantido um presidiário recebendo salário do Senado Federal durante dois anos. A acusação havia sido feita pelo peemedebista também durante a sessão desta terça.

"O senador deixou algo muito grave no ar ao dizer que havia ou há um senador que manteve presidiário recebendo por dois anos vencimentos do Senado Federal. Eu acho que é dever do senador Renan Calheiros, sob pena de prevaricação, declinar o nome do senador. Temos que começar a aclarar as coisas, porque é um absurdo que alguém mantenha um presidiário vivendo à custa do Senado", disse.

Ao responder à cobrança, Calheiros recorreu ao recurso apresentado por seu partido no Conselho de Ética, contra o líder tucano. Uma das acusações dava conta que Virgílio teria mantido o pagamento de um funcionário que estava morando no exterior.

"Não fique preocupado. Esse assunto, o senador já respondeu sobejamente. Meu partido, o PMDB, recomendou a absolvição do senador eu fiz isso com muita satisfação. Vejo que está preocupado. Não precisa ter essa preocupação, o Conselho de Ética já o absolveu. Eu não quero entrar nessa discussão", disse o peemedebista.

Virgílio aproveitou para criticar o Conselho de Ética, que arquivou a acusação contra ele e também todos os pedidos de investigação apresentados contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). "Eu não lhe agradeço por qualquer absolvição porque continuo dizendo que o Conselho de Ética é ilegítimo, é feito de turmas para proteger quem quer que seja."

"Não quero que o senador agradeça nada. Eu não estou querendo o reconhecimento de vossa excelência", respondeu Renan Calheiros.

Virgílio retrucou dizendo que o Senado está virando uma "máfia". "Não é possível isso aqui virar uma máfia, a lei do silêncio. Aqui um encobre o outro".

Foi quando Sarney tentou intervir. Quando começou a dizer que "não sabia", foi interrompido pelo tucano. "Aqui, a melhor coisa é não saber. Quem não sabe, se dá muito bem aqui. É a república do 'eu não sei' e isso é algo que não leva o Senado à sua recuperação moral perante a sociedade".

Uma das acusações contra o peemedebista no Conselho de Ética referia-se à utilização de atos secretos para beneficiar apadrinhados. Sarney afirmou várias vezes que não tinha conhecimento da existência de atos administrativos que não eram publicados.

Sarney concluiu afirmando que "foi surpreendido" tanto quanto Arthur Virgílio pela acusação feita por Calheiros. "Vossa excelência pode ter certeza que eu fui surpreendido tanto quanto vossa excelência e não sei absolutamente de quem se trata. Se souber, mando tomar as devidas providências." Uol.

Nenhum comentário: