04/09/2009
Paulo Cezar da Rosa
Nesta semana, a governadora gaúcha Yeda Crusius fez um nova reforma em seu secretariado. Foram substituídos quatro secretários. O objetivo da reforma seria duplo: de um lado, organizar o seu leque de alianças para tentar a reeleição em 2010; de outro, enfrentar a CPI que apura corrupção no governo.
Em 32 meses de governo, a tucana já alterou a composição do primeiro escalão 29 vezes. Esta última reforma privilegia o PP, partido que tem lideranças importantes envolvidas na corrupção do DETRAN. O PP já exercia a liderança do governo na Assembleia. Agora, ocupa também a chefia da Casa Civil, através de Otomar Vivian. Também foram substituídos os titulares das secretarias da Educação, de Governo e de Relações Institucionais. O PP saiu fortalecido duplamente.
Diante das últimas mudanças, um dos balanços nos bastidores do governo é que, invariavelmente, em todas as reformas, foram demitidos os secretários que não têm envolvimento ou relação com as denúncias de corrupção. Ao optar pelo PP como aliado estratégico, Yeda estaria apostando numa ressurreição com a ajuda dos progressistas que administram 147 das 496 prefeituras do Estado. Ao mesmo tempo, estaria se distanciando do PMDB, partido que até agora lhe deu sustentação e vinha anunciando um possível afastamento.
Para o PMDB, a atual reforma não poderia ser melhor. Yeda e seu "novo jeito de governar" se acantonam no espectro da direita conservadora do Estado. Todo o centro tende a ficar nas mãos do PMDB, e o PT pode se isolar no território da esquerda gaúcha outra vez. O PT já escolheu o ministro Tarso Genro como seu candidato, e o PMDB, que assim como o PP, têm 9 dos 55 deputados da Assembleia, oscila entre o ex-governador Germano Rigotto e atual prefeito de Porto Alegre, José Fogaça.
Nas últimas duas semanas, a mídia regional passou esforçando-se por minimizar e esvaziar a CPI da Corrupção instalada na Assembléia. Com uma relação de forças de 8 a 4 pró-aliados do governo, a tendência da CPI é ficar à deriva. É verdade que a governadora não está com esta bola toda, de forma que possa dar as cartas. A frente de um governo de conflitos, Yeda vem consolidando a imagem de pior governo que os gaúchos já tiveram. Mas Yeda acredita que a crise será superada até a eleição e pensa, com base nisso, disputar a reeleição.
Ao mesmo tempo que a CPI começou a ser taxada de "CPI do PT", Yeda passou a ter sua imagem retrabalhada. No final da semana, na Expointer, feira agropecuária realizada em Esteio, Yeda até chorou, emocionada por terem elogiado sua fibra para enfrentar as adversidades.
Paulo Cezar da Rosa
Nesta semana, a governadora gaúcha Yeda Crusius fez um nova reforma em seu secretariado. Foram substituídos quatro secretários. O objetivo da reforma seria duplo: de um lado, organizar o seu leque de alianças para tentar a reeleição em 2010; de outro, enfrentar a CPI que apura corrupção no governo.
Em 32 meses de governo, a tucana já alterou a composição do primeiro escalão 29 vezes. Esta última reforma privilegia o PP, partido que tem lideranças importantes envolvidas na corrupção do DETRAN. O PP já exercia a liderança do governo na Assembleia. Agora, ocupa também a chefia da Casa Civil, através de Otomar Vivian. Também foram substituídos os titulares das secretarias da Educação, de Governo e de Relações Institucionais. O PP saiu fortalecido duplamente.
Diante das últimas mudanças, um dos balanços nos bastidores do governo é que, invariavelmente, em todas as reformas, foram demitidos os secretários que não têm envolvimento ou relação com as denúncias de corrupção. Ao optar pelo PP como aliado estratégico, Yeda estaria apostando numa ressurreição com a ajuda dos progressistas que administram 147 das 496 prefeituras do Estado. Ao mesmo tempo, estaria se distanciando do PMDB, partido que até agora lhe deu sustentação e vinha anunciando um possível afastamento.
Para o PMDB, a atual reforma não poderia ser melhor. Yeda e seu "novo jeito de governar" se acantonam no espectro da direita conservadora do Estado. Todo o centro tende a ficar nas mãos do PMDB, e o PT pode se isolar no território da esquerda gaúcha outra vez. O PT já escolheu o ministro Tarso Genro como seu candidato, e o PMDB, que assim como o PP, têm 9 dos 55 deputados da Assembleia, oscila entre o ex-governador Germano Rigotto e atual prefeito de Porto Alegre, José Fogaça.
Nas últimas duas semanas, a mídia regional passou esforçando-se por minimizar e esvaziar a CPI da Corrupção instalada na Assembléia. Com uma relação de forças de 8 a 4 pró-aliados do governo, a tendência da CPI é ficar à deriva. É verdade que a governadora não está com esta bola toda, de forma que possa dar as cartas. A frente de um governo de conflitos, Yeda vem consolidando a imagem de pior governo que os gaúchos já tiveram. Mas Yeda acredita que a crise será superada até a eleição e pensa, com base nisso, disputar a reeleição.
Ao mesmo tempo que a CPI começou a ser taxada de "CPI do PT", Yeda passou a ter sua imagem retrabalhada. No final da semana, na Expointer, feira agropecuária realizada em Esteio, Yeda até chorou, emocionada por terem elogiado sua fibra para enfrentar as adversidades.
Fonte:CartaCapital.
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