Ricardo Carvalho
A web confere uma falsa sensação de anonimato e torna-se um instrumento para manifestação de preconceitos contra nordestinos. Presidente da OAB-PE garante ação contra agressores
“É tudo culpa dos nordestinos….. seca eterna para vocês!!!! Dilma presidente Parabéns povo burro!!” Esta frase foi postada na rede de microblogs Twitter na segunda-feira 1º, dia seguinte a vitória de Dilma Rousseff na disputa pela presidência da República. Longe de ser um caso isolado, surgiram na rede social diversas manifestações de preconceito que atribuíam a eleição da candidata do PT à larga vantagem obtida nos estados do Norte e Nordeste.
A coordenadora do Núcleo de Combate a Discriminação da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Maíra Coraci Diniz, lembra os autores dos posts no Twitter podem ser enquadrados na Lei 7.716, que trata dos crimes de preconceito contra raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. “O problema é que o anonimato na internet dificulta, porque tem que pedir a quebra do sigilo para o site de relacionamento”, explica. Segundo ela, as pessoas divulgam mensagens discriminatórias por acharem que, na rede, estarão livres de qualquer consequencia.
Apesar de não haver lei contra o racismo que foque a internet, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de Pernambuco, Henrique Mariano, destaca que a jurisprudência considera as redes sociais meios de comunicação e, por isso, as enquadra na Lei 7.716. “Tomamos o preconceito pela internet como igual a quem assina artigos racistas numa revista, por exemplo. Com o agravante de o Twitter ter um poder de disseminação muito maior”, destaca o presidente. Mariano afirma que a OAB-PE entrará, na quinta-feira 4, com uma queixa-crime contra a estudante de Direito Mayara Petruso, uma das autoras das mensagens. “Isso não impede que, na medida em que mais usuários forem identificados, ações contra outras pessoas sejam movidas”, destaca Mariano.
Não é a primeira vez que as redes sociais são usadas para manifestações preconceituosas. Durante as enchentes que assolaram os estados da região, neste ano, uma comunidade no Orkut foi criada com o nome Odeio Nordestino. Os integrantes lamentavam que, com o desastre natural, mais famílias do Nordeste migrariam para os estados do Sul-Sudeste.
Também da internet veio a reação de repúdio as mensagens. Um site chamado Xenofobia Não foi criado e tenta reunir o maior número possível de manifestações preconceituosas. Além do mais, na segunda-feira 1º, a tag #orgulhodesernordestino, campanha criada por tuiteiros contra a discriminação, foi a primeira nos Trending Topics Brasil e uma das mais comentadas no mundo.
Falácia
A web confere uma falsa sensação de anonimato e torna-se um instrumento para manifestação de preconceitos contra nordestinos. Presidente da OAB-PE garante ação contra agressores
“É tudo culpa dos nordestinos….. seca eterna para vocês!!!! Dilma presidente Parabéns povo burro!!” Esta frase foi postada na rede de microblogs Twitter na segunda-feira 1º, dia seguinte a vitória de Dilma Rousseff na disputa pela presidência da República. Longe de ser um caso isolado, surgiram na rede social diversas manifestações de preconceito que atribuíam a eleição da candidata do PT à larga vantagem obtida nos estados do Norte e Nordeste.
A coordenadora do Núcleo de Combate a Discriminação da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Maíra Coraci Diniz, lembra os autores dos posts no Twitter podem ser enquadrados na Lei 7.716, que trata dos crimes de preconceito contra raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. “O problema é que o anonimato na internet dificulta, porque tem que pedir a quebra do sigilo para o site de relacionamento”, explica. Segundo ela, as pessoas divulgam mensagens discriminatórias por acharem que, na rede, estarão livres de qualquer consequencia.
Apesar de não haver lei contra o racismo que foque a internet, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de Pernambuco, Henrique Mariano, destaca que a jurisprudência considera as redes sociais meios de comunicação e, por isso, as enquadra na Lei 7.716. “Tomamos o preconceito pela internet como igual a quem assina artigos racistas numa revista, por exemplo. Com o agravante de o Twitter ter um poder de disseminação muito maior”, destaca o presidente. Mariano afirma que a OAB-PE entrará, na quinta-feira 4, com uma queixa-crime contra a estudante de Direito Mayara Petruso, uma das autoras das mensagens. “Isso não impede que, na medida em que mais usuários forem identificados, ações contra outras pessoas sejam movidas”, destaca Mariano.
Não é a primeira vez que as redes sociais são usadas para manifestações preconceituosas. Durante as enchentes que assolaram os estados da região, neste ano, uma comunidade no Orkut foi criada com o nome Odeio Nordestino. Os integrantes lamentavam que, com o desastre natural, mais famílias do Nordeste migrariam para os estados do Sul-Sudeste.
Também da internet veio a reação de repúdio as mensagens. Um site chamado Xenofobia Não foi criado e tenta reunir o maior número possível de manifestações preconceituosas. Além do mais, na segunda-feira 1º, a tag #orgulhodesernordestino, campanha criada por tuiteiros contra a discriminação, foi a primeira nos Trending Topics Brasil e uma das mais comentadas no mundo.
Falácia
Além de revelar um profundo sentimento de discriminação, os comentários que circularam na internet após as eleições se baseiam em uma afirmação falsa. Dilma Rousseff venceria mesmo se só fossem computados os votos das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Seriam 33,2 milhões de votos para a petista contra 32,9 milhões para José Serra (PSDB).
Sobre a questão do preconceito contra os eleitores do Nordeste, é imprescindível a leitura do texto da professora Tânia Bacelar Araújo, publicada aqui depois do 1º turno das eleições. (clique aqui) CartaCapital
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