segunda-feira, 17 de março de 2014

A politica de distribuição de banana de Eduardo Campos

Eduardo e o pelotão dos sem-mandatos no governo


Nos últimos meses, Palácio nomeou 14 ex-deputados e ex-prefeitos para cargos de confiança, ao custo de R$ 76 mil/mês. Estado alega experiência dos convidados

Afeito ao modelo da meritocracia, Eduardo Campos abriga no governo ex-gestores e ex-parlamentares / Michele Souza/JC Imagem
Afeito ao modelo da meritocracia, Eduardo Campos abriga no governo ex-gestores e ex-parlamentares

Defensor de uma gestão moderna, que valoriza a meritocracia no lugar da indicação política, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), não para de nomear ex-prefeitos e ex-deputados para cargos de confiança no governo do Estado. Nesses últimos meses, uma leva de ex-gestores municipais, que ficaram sem mandato no início deste ano, estão ocupando cargos estratégicos e de “alta patente”. Só para citar os mais recentes, atenderam ao chamado do governador Adelmo Moura (Itapetim), Lula Cabral (Cabo de Santo Agostinho), Alberico Messias (Iguaraci) e Yves Ribeiro (Paulista). O “gabinete político” do governador reúne, segundo levantamento do JC, pelo menos outros sete ex-prefeitos e três ex-deputados (veja quadro).

A grande maioria deles ocupa o segundo e o terceiro escalão do governo do Estado e está lotada em secretarias como a da Casa Civil, de Cidades e o Gabinete do governador. Outros assumiram funções estratégicas. O ex-prefeito de São José do Belmonte Rogério Leão (PR), por exemplo, é o novo diretor do Porto do Recife e Lula Cabral (PSC), que fez o seu sucessor nas eleições passadas no Cabo de Santo Agostinho – o prefeito Vado da Farmácia (PSB) – está à frente da Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe).

Ao todo, o governo possui 3.553 cargos em comissão, o maior patamar até então já alcançado na máquina pública estadual. De acordo com informação disponível no Portal da Transparência, as remunerações entre os 14 políticos comissionados variam de R$ 4.648,10, para a função de assessor especial do governador, a R$ 9.966,62 para ser secretário-executivo. O peso mensal à folha salarial dessa assessoria política gira em torno de R$ 76 mil por mês.

Depois de deixar a Prefeitura de Itapetim, Adelmo Moura aceitou prontamente a missão proposta pelo governador à frente de uma gerência regional dentro da Casa Civil. “Fui chamado pelo próprio governador. Farei a articulação com os prefeitos, vereadores e associações na região do Pajeú, com 17 cidades. Serei o elo da Casa Civil. Assim como Yves Ribeiro vai cuidar da Região Metropolitana”, explicou ele, nomeado no último 11 de junho. Sobre a nova função, como secretário-executivo na mesma pasta, Yves ressalta a sua “bagagem” à frente de três prefeituras. “Graças a Deus, já tenho experiência. Já fui diretor da coordenação dos municípios. Farei agora articulação com os prefeitos, presidentes de câmaras, talvez atinja também a região da Zona da Mata”, explica.


Procurado pelo JC por meio de sua assessoria de imprensa, o secretário da Casa Civil Tadeu Alencar preferiu se pronunciar por nota. “Gostaria de destacar que as pessoas que foram convidadas a integrar o governo do Estado são gestores com larga experiência na vida pública, em suas áreas profissionais de atuação, e que poderão contribuir com o Estado pelo acúmulo de conhecimento adquirido, seja na área política como técnica”, justificou, no texto.JC Online

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