Eduardo
e o pelotão dos sem-mandatos no governo
Nos
últimos meses, Palácio nomeou 14 ex-deputados e ex-prefeitos para cargos de
confiança, ao custo de R$ 76 mil/mês. Estado alega experiência dos convidados
Afeito
ao modelo da meritocracia, Eduardo Campos abriga no governo ex-gestores e
ex-parlamentares / Michele Souza/JC Imagem
Afeito
ao modelo da meritocracia, Eduardo Campos abriga no governo ex-gestores e
ex-parlamentares
Defensor
de uma gestão moderna, que valoriza a meritocracia no lugar da indicação
política, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), não para de nomear
ex-prefeitos e ex-deputados para cargos de confiança no governo do Estado.
Nesses últimos meses, uma leva de ex-gestores municipais, que ficaram sem
mandato no início deste ano, estão ocupando cargos estratégicos e de “alta patente”.
Só para citar os mais recentes, atenderam ao chamado do governador Adelmo Moura
(Itapetim), Lula Cabral (Cabo de Santo Agostinho), Alberico Messias (Iguaraci)
e Yves Ribeiro (Paulista). O “gabinete político” do governador reúne, segundo
levantamento do JC, pelo menos outros sete ex-prefeitos e três ex-deputados
(veja quadro).
A
grande maioria deles ocupa o segundo e o terceiro escalão do governo do Estado
e está lotada em secretarias como a da Casa Civil, de Cidades e o Gabinete do
governador. Outros assumiram funções estratégicas. O ex-prefeito de São José do
Belmonte Rogério Leão (PR), por exemplo, é o novo diretor do Porto do Recife e
Lula Cabral (PSC), que fez o seu sucessor nas eleições passadas no Cabo de
Santo Agostinho – o prefeito Vado da Farmácia (PSB) – está à frente da Junta
Comercial de Pernambuco (Jucepe).
Ao
todo, o governo possui 3.553 cargos em comissão, o maior patamar até então já
alcançado na máquina pública estadual. De acordo com informação disponível no
Portal da Transparência, as remunerações entre os 14 políticos comissionados
variam de R$ 4.648,10, para a função de assessor especial do governador, a R$
9.966,62 para ser secretário-executivo. O peso mensal à folha salarial dessa
assessoria política gira em torno de R$ 76 mil por mês.
Depois
de deixar a Prefeitura de Itapetim, Adelmo Moura aceitou prontamente a missão
proposta pelo governador à frente de uma gerência regional dentro da Casa
Civil. “Fui chamado pelo próprio governador. Farei a articulação com os
prefeitos, vereadores e associações na região do Pajeú, com 17 cidades. Serei o
elo da Casa Civil. Assim como Yves Ribeiro vai cuidar da Região Metropolitana”,
explicou ele, nomeado no último 11 de junho. Sobre a nova função, como secretário-executivo
na mesma pasta, Yves ressalta a sua “bagagem” à frente de três prefeituras.
“Graças a Deus, já tenho experiência. Já fui diretor da coordenação dos
municípios. Farei agora articulação com os prefeitos, presidentes de câmaras,
talvez atinja também a região da Zona da Mata”, explica.
Procurado
pelo JC por meio de sua assessoria de imprensa, o secretário da Casa Civil
Tadeu Alencar preferiu se pronunciar por nota. “Gostaria de destacar que as
pessoas que foram convidadas a integrar o governo do Estado são gestores com
larga experiência na vida pública, em suas áreas profissionais de atuação, e
que poderão contribuir com o Estado pelo acúmulo de conhecimento adquirido,
seja na área política como técnica”, justificou, no texto.JC Online
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