sábado, 22 de março de 2014

Eduardo Campos: o cinismo e a cuspida no prato em que comeu



Por DiAfonso, do Terra Brasilis







Acabo de ler o que se pode ver na imagem e, a cada dia, fico mais estarrecido com a performance cínica do candidato à Presidência da República, o ainda governador Eduardo Campos [PSB-PE]. Cinismo que se mistura a omissões de fatos históricos ligados às efetivas relações políticas da legenda dele com o PT e à cuspida no prato em que comeu.

O que ele disse em Serra Talhada [PE] traz muito de inverdades, meias verdades e desvios históricos em relação à recente vida política do país. Senão, vejamos:

Dizer que apoiou LULA para perder, quando daria para ganhar é desproposital, porquanto o PSB não tinha esteio político para ganhar nada. As forças que se opunham ao projeto político pessebista eram extremamente fortes. Basta lembrar o massacre a que foi submetido o último governo do falecido Miguel Arraes [avô de Eduardo] pelo então presidente da República Fernando Henrique Cardoso [PSDB-SP]. Eduardo integrava o governo Arraes como titular da Secretaria da Fazenda. Esqueceu isso?

É meia verdade dizer que Eduardo Campos ajudou o governo LULA nos momentos mais difíceis. Ajudou porque fazia parte da base aliada e tinha cargos no Governo Federal, ocupando, ele próprio, o Ministério da Ciência e Tecnologia, a partir de 2004. O posto só foi entregue pelo PSB depois do rompimento recente da aliança política com o PT. Vale lembrar ainda que só apoiou LULA, em 2002, depois que o PSB ficara pelo meio do caminho no primeiro turno daquelas eleições.

A grande mentira e o cinismo estão na afirmativa de que "[Chegou] ao governo [de PE] disputando a eleição contra o PT". Bem verdade que o PT tinha Humberto Costa [PT-PE] como candidato, mas Eduardo se beneficiou do bom governo do presidente LULA [PT-SP]. Tanto é verdade que a disputa no primeiro turno entre PT e PSB foi feita em clima de não rivalidade. Os pesados e infames ataques da União por Pernambuco contra Humberto Costa, vinculando-o ao crime de desvio de dinheiro público no caso da chamada "Operação Vampiro", acabaram por minar a candidatura do petista ainda no primeiro turno [ficou em terceiro com 25,13% e, em segundo, Eduardo com 33,83% beneficiado pelo desgaste sofrido por Humberto]. Após o resultado e de pronto, Humberto anunciou apoio a Eduardo Campos e foram esses percentuais que contribuíram para que o neto de Arraes derrotasse Mendonça Filho [DEM-PE] e Jarbas Vasconcelos [PMDB-PE]. Àquela altura, Mendonça Filho encontrava-se com 39,31% não conseguindo sagrar-se vitorioso no primeiro turno. Ressalte-se que Humberto foi, posteriormente, absolvido por unanimidade das acusações sórdidas [1] levadas à exaustão pela União por Pernambuco e seus mentores, que hoje fazem parte da base de sustentação que alimenta a candidatura do neto de Arraes.

Por fim, Eduardo dizer que LULA foi à TV pedir votos para Humberto é de uma cara de pau sem tamanho. Ele não diz, e aí cospe no prato em que comeu, que LULA reforçou o palanque do PSB no segundo turno daquelas eleições. Eduardo não menciona que foi agraciado com a performance do presidente LULA no estado. Não faz referência ao importante e decisivo apoio que LULA lhe deu na esteira da decisão de Humberto. Ele não lembra isso por puro cinismo, por puro oportunismo.

Há de se considerar legítima a candidatura de Eduardo Campos ao pleito de 2014, o que não se pode considerar legítimo é o seu modus operandi com distorções sobre uma aliança política efetiva de quase doze anos. Antes a aliança prestava, a presidenta prestava, a presidenta sabia tudo, era competente... E agora não é mais?



2 comentários:

Unknown disse...

Pior tu vai fazer "votar no PT" ... na bandida mais odiada do Brasil.
rs
beijos

Unknown disse...

...ridículo" tá me odiando; eu sei.
Prefiro esse pernambucano aquela bruxa;
Ficou bom da vista? Tá enxergando bem?
...
Eu me importo com você.
Sabe, né?