Perceberam que o PiG, o PMDB, o PSDB e o PSB pararam de falar de suspeitos malfeitos da Petrobras? Pois é. Os caras estão com os rabos presos porque todos receberam doações eleitorais das empresas acusadas de pagar propina a executivos da Petrobrás.Deve-se este achado jornalistico a amiga blogueira Noélia Brito.Curioso é que Fernando Rodrigues, que é tão diligente quando é para apurar quem mais doou ao PT, e Ricardo Noblat, tão contundente quando é para criticar o PT e partidos da base aliada de Dilma, não escreveram uma só linha sobre essa questão.Nenhuma!
EXCLUSIVO
O PMDB se aliou ao PSB e ao PSDB para criar uma situação que, no entender deles, deixaria o governo Dilma Rousseff em maus lençóis. Para tanto, formaram uma espécie de "blocão" para aprovação de medidas contrárias aos interesses do governo e, logo de cara, aprovaram a convocação da presidente da Petrobras, Graça Foster, para comparecer perante o Congresso Nacional com a finalidade de prestar esclarecimentos sobre denúncias envolvendo a aquisição de uma Refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos e o pagamento de propina a executivos da estatal brasileira, feitos por um fornecedor holandês para obtenção de contratos bilionários.
O intuito do PMDB em causar situações de desgaste para o governo é o de sempre: o mais puro fisiologismo, a busca de mais espaço no governo, pois na visão do PMDB, segundo declarações do presidente da Câmara Henrique Alves, publicadas hoje, pela Folha de São Paulo, não é justo que o PT tenha 17 Ministérios e o PMDB apenas 5. É claro que Henrique Alves esqueceu se contabilizar, nesse cálculo, a Transpetro, que é presidida pelo ex-tucano e hoje peemedebista, Sérgio Machado, que dirige, portanto, por indicação de Renan Calheiros, a subsidiária responsável pelos contratos bilionários dos navios-plataformas e estaleiros a serviço da Petrobras, o que deve equivaler, em termos orçamentários, a alguns dos 17 ministérios citados por Henrique Alves.
Já para PSDB e PSB, o interesse é mesmo de cunho eleitoreiro, já que os dois partidos estão em disputa pela vaga do PT, hoje ocupada por Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto e quanto maior o desgaste da concorrente, melhor para os candidatos Aécio Neves e Eduardo Campos.
Mas será que essa equação se resolve de maneira tão simples e direta assim? Parece que não, pois em política as coisas nunca são como se mostram à primeira vista.
Ao investigar o pagamento de propinas feitas pela empresa holandesa SBM Offshore a executivos da Petrobras por certo se questionará qual o benefício que essa empresa alcançou, até porque o valor pago giraria em torno de US$ 139 milhões, provavelmente um dos maiores já pagos no país, pelo menos de que se tenha notícia.
Conforme revelamos, ontem, aqui mesmo em nosso blog, todos os negócios da SBM Offshore com a Petrobras foram realizados em consórcio com a Queiroz Galvão Óleo e Gás, uma das empresas da Holding Queiroz Galvão.
Em 2011, o Consórcio SBM/Queiroz Galvão foi contratado para construir a plataforma FPSO para Guará Norte, no campo de Tupi 4. Nesse caso, o valor do contrato é de US$ 725 mil por dia de arrendamento durante 15 anos, prorrogáveis por mais 5 anos.
Para construir as plataformas FPSO Cidade de Maricá e o FPSO Cidade de Saquarema a SBM e a Queiroz Galvão ainda se consorciaram com as empresas Mitsubishi Corporation, Nippon Yusen Kabushiki Kaisha. Ambas as plataformas irão operar na produção de petróleo no campo de Lula, no pré-sal da bacia de Santos, no bloco BM-S-11 cuja concessão é da Petrobras (65%), BG E&P Brasil (25%) e Petrogal Brasil (10%). O valor desse contrato de arrendamento é de US$ 3,5 bilhões por 20 anos.
Há suspeitas de que parte dos recursos pagos pela empresa holandesa teriam sido desviados para custear campanhas eleitorais. Segundo documentos de posse da justiça holandesa, os pagamentos de propina a executivos da Petrobras, ocorreriam desde 1999, sendo responsável pela intermediação, desde o governo FHC, Julio Faerman, funcionário da SBM. Nos documentos são citadas, inclusive, as duas FPSOs ainda a serem entregues à estatal, batizadas de Saquarema e Maricá.
As ameaças de investigação feitas pela oposição e pelo PSDB não devem passar de fogo de palha, já que uma simples consulta ao site do TSE revela que não só o PT, mas também o PMDB, o PSDB e o PSB receberam milhões em doações para custeio de suas campanhas eleitorais, vindos justamente de empresas que integram a holding Queiroz Galvão, beneficiária direta dos contratos que teriam sido gerados pelos pagamentos de propinas feitos pela empresa holandesa de quem é sócia.
Aliás, a análise detida das doações traz mesmo uma conclusão intrigante: o PMDB de Eunício Oliveira, Renan Calheiros, Eduardo Cunha, Sarney e Jarbas Vasconcelos é o receptor preferencial das doações da Queiroz Galvão, acumulando espantosos R$ 17.880.000,00, seguido pelo PSDB, de Aécio Neves, FHC, José Serra, Tasso Jereissati, Bruno Araújo e Elias Gomes, com R$ 13.310.000,00 e pelo PSB de Eduardo Campos e agora também de Marina Silva, com R$ 10.150.000,00. Por fim chega a vez do PT de Dilma e Lula, com R$ 9.180.000,00.
Além do Congresso, a própria Petrobras e a Polícia Federal instauraram procedimentos para investigar o caso. Aguardemos, então, para saber se não estamos diante de um novo Banestado, onde o envolvimento de próceres das principais agremiações partidárias esfriou o ânimo dos investigadores.
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