Por
Noelia Brito
O
ainda governador Eduardo Campos continua patinando no discurso que pretende
adotar no enfrentamento da presidenta Dilma, durante a corrida presidencial que
se inicia.
Primeiro,
tentou encampar os jargões da nova política, trazidos pela recém aliada Marina
Silva, mas os demais aliados de seu palanque, que vão desde Inocêncio Oliveira,
passando por Severino Cavalcanti, Roberto Magalhães e a família Bornhousen,
passando por Demóstenes Torres, deixam seu discurso de defensor da nova
política marineira, em clara contradição com as práticas de seus apoiadores e
principais entusiastas de sua candidatura presidencial.
Mas
não é só no “dize-me com quem andas” que Eduardo encontra dificuldades em se
mostrar coerente com o que apregoa em suas falas. As práticas que adotou para
garantir a hegemonia de sua gestão no comando de Pernambuco não diferem, em
nada, daquelas que tanto condena nas
velhas raposas que diz combater e no governo que pretende suceder, ao qual,
inclusive, integrava e com muito gosto, há poucos meses.
Ao
dizer que a presidenta Dilma distribui cargos como quem distribui bananas,
Eduardo faz tábula rasa da inteligência do povo, pois seu próprio governo foi
um governo de coalizão, no qual não teve pudor de reunir vários partidos para
os quais distribuiu cargos à vontade, inclusive para prefeitos e deputados
derrotados que ocupam, até hoje, assessorias especiais em seu gabinete, não se
sabe para fazer o quê.
Para
eleger o prefeito Geraldo Júlio na Prefeitura do Recife, reuniu uma Frente com
mais de 10 partidos, para os quais foram distribuídos cargos e empregos
terceirizados, criando-se até secretarias especiais para que vereadores
assumissem tais órgãos, de modo a contemplar o máximo de suplentes possíveis da
Frente Popular que elegeu o protegido do governador.
Ao
criticar a política econômica do governo Dilma, o governador Eduardo Campos
também não encontra discurso fácil, basta consultar o resultado da geração de
empregos em Pernambuco e no Brasil, para o mês de fevereiro, por exemplo.
Com
todos os benefícios fiscais que Eduardo concedeu, juntamente com seu candidato
ao governo do Estado de Pernambuco, o secretario da Fazenda, Paulo Câmara, a
pretexto de gerar empregos, como justificativa para tanta renúncia de receita e
será fácil perceber que tal previsão não se concretizou.
Na
verdade, no mês de fevereiro, o estado de Pernambuco ostentou o terceiro pior
resultado do País. No mês passado, o saldo de demissões foi de cerca de 880
empregos com carteira assinada, o que representa uma redução de 0,06% em
relação a janeiro deste ano, já o nível de geração de empregos no período, para
o Brasil, foi o maior desde 2011, tendo um aumento de 110%.
Pernambuco,
aliás, só não foi pior do que o Amapá, do também socialista Camilo Capiberibe e
o Maranhão, da peemedebista Roseana Sarney. Destoando da situação crítica
vivida por Pernambuco, no restante do Nordeste houve um aumento na geração de
empregos em fevereiro, com mais de 17,5 mil postos sendo criados, dos quais
cerca de 14,6 mil na Bahia e no Ceará.
Os
demais indicadores sociais e econômicos, inclusive o nível de endividamento do
estado de Pernambuco, este o maior entre todos os estados da Federação, não
militam em favor da candidatura de Eduardo Campos e os jornais do Sudeste já
começaram a mostrar a vida como ela é em Pernambuco. Eduardo e seu séquito
também começam a ver que o Céu não é tão perto na vida real quanto lhes parecia
em sonho e o Palácio do Planalto, esse é que parece mais distante mesmo, a cada
passo dado por Eduardo para fora do Campo das Princesas.
*Noelia
Brito é advogada e procuradora do município
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