sábado, 31 de janeiro de 2009

OS "JURISTAS" E AS "DANÇARINAS"



Laerte Braga

Por mais que se tente entender a decisão do ministro cezar peluzzo do stf em conceder ao governo da itália o direito de “falar” no processo de extradição de Cesare Battisti, ou o ministro faz parte da mediocridade que permeia a suposta mais alta corte de justiça do Brasil, ou a julgar pelo sobrenome é agente do duce sílvio berlusconi.

O deputado italiano ettore pirovano, do partido de direita liga norte, disse nesta sexta-feira, 30 de janeiro, que “não me parece que o Brasil seja conhecido por seus juristas, mas sim por suas dançarinas”. A declaração do deputado foi divulgada pela agência ANSA.

A exceção do período da ditadura militar e pelo que registram os documentos da história do stf e da imprensa brasileira ao período imediatamente seguinte à derrubada de Getúlio Vargas, 1945 (o presidente do stf assumiu a presidência e em seis meses de mandato nomeou a família inteira para altos cargos), acho que nunca tivemos um stf tão esculhambado como o atual.

A figura do presidente é grotesca e perniciosa. Com as exceções que são até difíceis de serem encontradas, mas devem existir – “toda regra tem uma exceção exceto esta.” A frase é de Millôr Fernandes, o despacho do ministro peluzzo reflete isso, mesmo que mais à frente vote com a lei, ou seja, mande soltar Cesare e encerre o assunto.

Já a declaração do deputado italiano, no mínimo, é motivo para que o governo Lula mande chamar o embaixador brasileiro em Roma de volta e deixe-o por aqui até que o governo daquele país se desculpe. Caso contrário já sabemos como fazer pizza (o stf é especialista) e outras coisas mais que os italianos pegaram dos chineses. Ninguém aqui precisa ouvir esse tipo de insulto.

As declarações de pirovano são um desrespeito ao País, uma ofensa à mulher brasileira, ao povo brasileiro e a única atitude válida é a de exigir uma retratação. A mim me consta que a expressão governo abrange legislativo, judiciário e executivo, logo o deputado é parte do governo itália, além de ser “base de apoio” do primeiro-ministro sílvio berlusconi.

A itália solicitou o apoio da União Européia para pressionar o Brasil para extraditar Cesare Battisti e recebeu um não. A itália não chiou um pintg pela decisão do governo francês de conceder asilo a uma integrante das Brigadas Vermelhas e agora um deputado ultra direita vem e faz uma declaração desse jaez.

É preciso registrar que a mídia brasileira faz coro com esse tipo de intervenção nos negócios internos do Brasil, na própria soberania nacional, na agressão boçal e típica de fascistas como o deputado pirovano, pois hoje é controlada por capitais estrangeiros caso da globo.

Da folha de são paulo, do estado de são paulo, dos principais veículos de comunicações no País.
Estranha a decisão do ministro peluzo. Soa a subserviência e talvez sua excelência, em sua excelência, não tenha percebido todo o inteiro teor do fato, o pedido de extradição, as leis vigentes e esteja em sintonia com o duce italiano.

E muito menos tomado conhecimento das reais condições em que Battisti foi condenado na itália. A farsa montada para fins eleitoreiros da extrema-direita, o renascimento do fascismo agora com cara de ópera bufa, mas nem por isso menos ofensivo.

E como fica o ex-refugiado josé serra que disse que a medida do governo brasileiro, particularmente do ministro Tarso Genro foi “exagerada”? Está atrás dos votos da colônia italiana no Brasil, ou tem algum por fora? Tucano tem sempre algum por fora. Seja buraco do metrô, seja contrato de lixo, seja um simples espirro. É da genética.

Não importa que seja um deputado a fazer tais declarações. Mas é uma ofensa, exige um pedido de desculpas e esse protesto por tal vergonha começa com chamar o embaixador brasileiro em roma e encerrar essa história.

A decisão do ministro peluzo tem um cheiro fétido de qualquer coisa podre.
Colaboração do amigo João Sérgio.

Um comentário:

Lingua de Trapo disse...

Caro Terror, ontem eu levei esta estória na brincadeira e acabei dando um jeito de emplacar o nosso Gilmar Mendes no contexto. Eu penso o seguinte, se este insulto de nada servir para os ministros do STF e para a mídia golpista tomar uma posição clara em relação à soberania do país, nós estamos é fudidos mesmo, desculpe-me o termo. Está até parecendo que a Itália juntou todos os seus Mãos Santas para fazer do nosso ouvido pinico.