sábado, 19 de fevereiro de 2011

Um império contra um operário

A mídia, Globo na frente, não dá trégua ao ex-presidente


Maurício Dias


Nunca foram boas as relações entre a mídia brasileira e o torneiro mecânico Lula, desde que, nos anos 1970, ele emergiu no comando das jornadas sindicais no ABC paulista, onde estão algumas das empresas do moderno, mas ainda incipiente capitalismo brasileiro. Em consequência, quase natural, o operário não foi recebido com entusiasmo quando, após três fracassos, venceu a disputa para a Presidência da República, em 2002.



Os desentendimentos se sucederam entre o novo governo e o chamado “quarto poder” e culminaram com a crise de 2005 quando televisões, jornais, rádios e revistas viraram porta-vozes da oposição que se esforçava para apear Lula do poder. Inicialmente, com a tentativa de impeachment. Posteriormente, após esse processo que não chegou a se consumar, armou-se um “golpe branco” em forma de pressão para o presidente desistir da reeleição, em 2006.

Lula ganhou e, em 2010, fez o sucessor. No caso, sucessora. Dilma Rousseff sofreu quase todos os tipos de constrangimentos políticos. Ela tomou posse e, no dia seguinte, foi saudada por deselegante manchete do jornal O Globo, do Rio de Janeiro: “Lula elege Dilma e aliados preparam sua volta em 2014”.

A reportagem era um blefe político. Uma “cascata” no jargão jornalístico. O jornal O Globo, núcleo do império da família Marinho, tornou-se a ponta de lança da reação conservadora da mídia e adotou, desde a posse de Lula, um jornalismo de combate onde a maior vítima, como sempre ocorre nesses casos, é o fato. Sem o fato abre-se uma avenida para suspeitas versões.

O comportamento inicial da presidenta, mar­ca­do por discrição e austeridade, foi uma surpresa para todos. O Globo inclusive. Não há sinais de que seja uma capitulação ao poder dos donos da mídia com os quais Dilma tem travado discretos diálogos. Armou-se circunstancialmente um clima de armistício. Na prática, significou um fogo mais brando, a provocar um visível recuo de comentaristas que eram mais agressivos com Lula. Soltam, porém, elogios hesitantes por não saberem até onde poderão seguir.

Esse armistício se sustenta numa visão de que as situações não são iguais. Dilma não é Lula. É claro que há diferenças entre o governo de ontem e o de hoje. No entanto, o carimbo pessoal da presidenta na administração do País faz a imprensa engolir a propaganda de que ela era um “poste”. Essa contradição se aguça na sequência dessa história. Dilma passou a ser elogiada e Lula criticado.

Alguns casos, colhidos da primeira página de O Globo ao longo de uma semana, expressam o que ocorre, em geral, em toda a mídia:



Atos de Dilma afastam governo do estilo Lula (6/2) – críticas ao ex no elogio ao governo Dilma.

Por qué no te callas? (8/2) – crítica atribuída a um sindicalista, mantido no anonimato, sobre apoio de Lula ao salário mínimo proposto por Dilma.

A fatura da gastança eleitoral (10/2) – a respeito de despesas do governo Lula com suposta intenção eleitoral.

Dilma aposenta slogan de Lula (11/2) – sobre a frase “Brasil, um país de todos”.

Herança fiscal de Lula limita o começo do governo Dilma – (13/2) – crítica a Lula ao corte no Orçamento proposto por Dilma.

Ela recebe afagos e ele, pedradas. Procura-se, sem muito disfarce, cavar um fosso entre o ex e a presidenta. Situação que levou Lula, na festa de aniversário do PT, a reagir: “Minha relação com Dilma é indissociável”.



Maurício Dias é jornalista, editor especial e colunista da edição impressa de CartaCapital. A versão completa de sua coluna é publicada semanalmente na revista. mauriciodias@cartacapital.com.br

4 comentários:

VERA disse...

Enquanto os DEMO-TUCANALHA-PIGUEANOS LADRAM, a caravana do nosso AMADO e ETERNO Presidente LULA passa, rumo a 2014 pra fazer rolar muitas mais cabeças demo-tucanalhas!!! Este é o cagaço deles!!! KKKKKKKKKKKKKKKKKK

Anônimo disse...

Enquanto nós, os petralhas do GRANNA, uivamos de prazer, a assombrosa caravana de escãndalos e patifarias do nosso AMADO E ETERNO "sapo barbudo-rei dos escândalos de corrupção" passa, rumo a 2014, para fazer rolar MUITOS MAIS escândalos e patifarias! Vai ser uma "ca...." dele!!! KKKKKKKKKKKKKKKKKK

Ass.: Eu-ZINHA "MUITAS MAIS CABEÇAS", Vera PETRALHOTÁRIA DEMO-TUNGANONA DA SILVA.

Anônimo disse...

POSTAGEM "UM EX-OPERÁRIO COMPRA UM IMPÉRIO".

MATA-BURROS" PARA A DONA VERA "PETRALHOTÁRIA DEMO-TUNGANONA DA SILVA":

A PARTIR DESTE PONTO, COMEÇA A TERRA DA DESOLAÇÃO E DA MORTE, DO CHORO E DO RANGER DE DENTES, ONDE A SENHORA, DEPOIS DE TER SIDO ESMAGADA POR MIM COMO SE FOSSE UM VERME, VAI EXERCITAR, SOLITARIAMENTE, A SUA COVARDIA IMPOTENTE. NÃO SE ESQUEÇA DE RABISCAR, A PARTIR DESTA POSTAGEM DO BLOG ("UM EX-OPERÁRIO COMPRA UM IMPÉRIO"), UMA ÚLTIMA SOPINHA DE LETRAS, LOGO APÓS O COMENTÁRIO QUE DEIXEI. EU NÃO A LEREI, CLARO, POIS ELA SERÁ APENAS UM RECIBO PASSADO PELA SENHORA, COMPROVANDO QUE LEU O QUE ESCREVI. VÁ EM FRENTE, ENTÃO, SUA TROUXA!

VERA disse...

Respeite vc seu "mata-burros", seu ASNO!!!