sábado, 17 de novembro de 2012

Investigação mostra que Lacerda foi o laranja do mensalão

 
E aí, Gurgel, o que tens a falar sobre isso?
 
 
O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), movimentou, no auge do mensalão, mais de R$ 51 milhões, em apenas um ano, em sua conta de pessoa física, conforme revela a sua declaração de imposto de renda do ano de 2004. Naquele ano, ele declarou à Receita ter rendimento de R$ 9,6 milhões, mas em cruzamento de dados da Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF), o fisco detectou uma movimentação financeira de R$ 51 milhões no mesmo ano.
 
 
Entraram nas contas de Lacerda mais de R$ 4 milhões por mês, cinco vezes o valor que ele declarou de rendimento como pessoa física. Uma bolada digna de bilionários como Eike Batista. Marcio Lacerda teve seu nome envolvido no mensalão quando ainda ocupava a Secretaria Executiva do Ministério da Integração Nacional. Amigo de Ciro Gomes, ele deixou o ministério, em agosto de 2005, depois que o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o publicitário Marcos Valério, apontado pela Procuradoria-Geral da República como operador do esquema, afirmaram, em depoimento à CPI, que Lacerda foi emissário no recebimento de recursos do valerioduto.
O dinheiro sacado das contas do empresário Marcos Valério por Marcio Lacerda, que era adjunto no Ministério de Integração Nacional, foi usado para pagar despesas do segundo turno da campanha do ex-presidente Lula, realizada em 2002. A declaração de Imposto de Renda que revela a dinheirama fez Lacerda ser alvo de investigação da Receita, da CPI dos Correios e do Ministério Público. Outras 99 declarações de pessoas que tiveram o nome citado no mensalão foram investigadas.
Delúbio Soares também acusou Marcio Lacerda de receber outros R$ 457 mil de Valério, para quitar uma dívida com a empresa New Trade, que prestou serviços para a campanha presidencial do próprio Ciro Gomes, em 2002.
Apesar de Marcio Lacerda ser ex- empresário no setor de telecomunicação e investidor do mercado de capitais, os auditores ressaltam para membros da CPI a incoerência entre o rendimento declarado pelo agora prefeito e sua movimentação bancária, que chegou a ser de mais de 50% de seu patrimônio.
O valor total de bens declarado à época por Lacerda foi de R$ 80 milhões. A movimentação é calculada de acordo com o pagamento da CPMF. Já no ano de 2003, também em plena distribuição de dinheiro para políticos no esquema do mensalão, Lacerda declarou ao fisco um rendimento de R$ 12 milhões, mas, nas transações bancárias, a movimentação foi de R$ 33 milhões. Com informações de Amaury
 

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