quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A BARBÁRIE E O ESQUECIMENTO


A ofensiva militar promovida pelo Governo de Israel choca o mundo por sua barbárie. Até o momento, mais de setecentos palestinos foram assassinados, entre eles mais de duzentas crianças, além de mulheres e idosos. É fundamental que os dirigentes israelenses relembrem a história e não reproduzam com o povo palestino que vive em Gaza a mesma brutalidade promovida pelos nazistas sob o jugo do anti-semitismo.

Não há como não correlacionar o Holocausto, Auschwitz ou o Gueto de Varsóvia ao que ocorre hoje em Gaza. Só para se ter uma idéia, a Faixa de Gaza tem um território equivalente a apenas três quartos do território da cidade de Porto Alegre, com uma população de um milhão e meio de habitantes. Ou seja, imagine submeter nossa cidade a dez dias de sucessivos ataques aéreos indiscriminados, incluindo nos alvos uma universidade, uma escola e o parlamento, com fechamento das fronteiras, corte total de suprimentos, inclusive água e energia elétrica, e posterior invasão por terra. Não existe outra denominação para este episódio que não massacre.

Fique clara a condenação da postura do Hamás, mas não é adequado que, a partir dela, se justifique a retomada de um conflito que atinge, principalmente, civis. Infelizmente, nem mesmo a pressão internacional tem sensibilizado os dirigentes israelenses que rechaçam quaisquer propostas de cessar-fogo e, mesmo, o envio de observadores internacionais à Faixa de Gaza, conforme proposta da União Européia.

No Brasil e no mundo temos assistido manifestações contra a guerra e pela paz. É hora de reforçarmos organismos multilaterais internacionais que estabeleçam equilíbrio e harmonia entre os povos. Neste sentindo, é imperativo que a ONU lidere a pronta retomada do processo de paz e que seu Conselho de Segurança seja renovado com inclusão de países como o Brasil, de forte tradição pacifista. Em Porto Alegre somos testemunhas da convivência harmoniosa entre as comunidades judaica e palestina, exemplo que nos fornece a certeza da possibilidade da existência de ambos Estados.

Que a barbárie e o esquecimento deem lugar à consciência, à humanidade e à tolerância.

Maria do Rosário é deputada Federal pelo PT/RS

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