29/03/2009
KENNEDY ALENCAR
Colunista da Folha Online
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a bater mais forte no PT e no governo nas últimas. Em palestras e entrevistas, fez ataques com dois objetivos principais.
Enfraquecer a provável candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao Palácio do Planalto. E jogar nas costas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsabilidade pela crise econômica. FHC agiu para dar um rumo a uma oposição que tem dificuldade para encontrar um discurso contra a gestão petista.
No Palácio do Planalto, a nova investida do ex-presidente foi recebida assim: Lula ficou irritado, mas, depois de esfriar a cabeça, achou bom que FHC polarize com ele. O motivo é simples. A comparação entre os governos Lula e FHC favorece o petista. Basta uma olhada nos índices de avaliação que os dois obtiveram até hoje.
Justa ou não, a percepção da população sobre o segundo mandato de FHC é muito negativa. Em quatro anos, houve a desvalorização do real (1999), o apagão energético (2001) e um crise econômica (2002).
Em pouco mais de seis anos de poder, Lula mantém uma imagem positiva. Reajustes maiores para o salário mínimo, massificação de programas sociais e taxa média maior de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, a soma das riquezas geradas pelo país no período de um ano).
Pode ser que a crise econômica faça um estrago tremendo no governo Lula e derrube a chance de sucesso da eventual candidatura de Dilma. A oposição não admite, mas torce para que a crise faça a desconstrução do lulismo. É um aposta algo arriscada, dizem auxiliares de Lula.
Eles apresentam os seguintes argumentos. O Brasil tem hoje um setor público solvente, ao contrário do passado recente. Essa máquina pública tem margem de manobra para amenizar os efeitos da crise no biênio 2009-2010.
A safra de 2008-2009 foi boa. O preço dos alimentos tende a cair neste e no próximo ano. O Bolsa Família é um colchão social elogiado por outros países. E ainda há o carisma de um presidente popular que continua lançando programas voltados para os mais pobres (pacote habitacional).
Lula acredita que vai derrotar a oposição no ano que vem. E, mesmo se irritando com FHC, acha que ganha mais do que perde ao ser atacado pelo antecessor. Na campanha eleitoral, vai investir pesado na comparação entre os dois governos.
KENNEDY ALENCAR
Colunista da Folha Online
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a bater mais forte no PT e no governo nas últimas. Em palestras e entrevistas, fez ataques com dois objetivos principais.
Enfraquecer a provável candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao Palácio do Planalto. E jogar nas costas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsabilidade pela crise econômica. FHC agiu para dar um rumo a uma oposição que tem dificuldade para encontrar um discurso contra a gestão petista.
No Palácio do Planalto, a nova investida do ex-presidente foi recebida assim: Lula ficou irritado, mas, depois de esfriar a cabeça, achou bom que FHC polarize com ele. O motivo é simples. A comparação entre os governos Lula e FHC favorece o petista. Basta uma olhada nos índices de avaliação que os dois obtiveram até hoje.
Justa ou não, a percepção da população sobre o segundo mandato de FHC é muito negativa. Em quatro anos, houve a desvalorização do real (1999), o apagão energético (2001) e um crise econômica (2002).
Em pouco mais de seis anos de poder, Lula mantém uma imagem positiva. Reajustes maiores para o salário mínimo, massificação de programas sociais e taxa média maior de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, a soma das riquezas geradas pelo país no período de um ano).
Pode ser que a crise econômica faça um estrago tremendo no governo Lula e derrube a chance de sucesso da eventual candidatura de Dilma. A oposição não admite, mas torce para que a crise faça a desconstrução do lulismo. É um aposta algo arriscada, dizem auxiliares de Lula.
Eles apresentam os seguintes argumentos. O Brasil tem hoje um setor público solvente, ao contrário do passado recente. Essa máquina pública tem margem de manobra para amenizar os efeitos da crise no biênio 2009-2010.
A safra de 2008-2009 foi boa. O preço dos alimentos tende a cair neste e no próximo ano. O Bolsa Família é um colchão social elogiado por outros países. E ainda há o carisma de um presidente popular que continua lançando programas voltados para os mais pobres (pacote habitacional).
Lula acredita que vai derrotar a oposição no ano que vem. E, mesmo se irritando com FHC, acha que ganha mais do que perde ao ser atacado pelo antecessor. Na campanha eleitoral, vai investir pesado na comparação entre os dois governos.
2 comentários:
Gilvam, lendo os textos do Kennedy Alencar e suas profundas análises, chego a conclusão que se tivéssemos tido um pouquinho mais de sorte, talvez estaríamos publicando nossas análises na Folha ou com um espacinho na Rede TV. Ele é muito previsível para meu gosto, apesar de já ter publicado aqui no Língua, algumas matérias que ele escreveu e que caíram no meu agrado.
Tá quase lá, espero ser o seu visitante 50.000.
Língua, confesso que não gosto muito desse sabujo não, mas este artigo veio ao encontro do Terror, por isso publiquei. Sim, já chego lá, mas minha pretensão é chegar a 10 milhões de acessos, nem que eu acessse 9 milhões. KKKKKKKKKKKKKKKKK.
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