domingo, 12 de abril de 2009

A HISTÓRIA DE UM PILANTRA

Lembro-me como se fosse hoje. O ano era 1986, a eleição era para governador do estado de Pernambuco.

De um lado, havia Miguel Arraes(PMDB-PE), na sua primeira disputa majoritária após a volta do exílio; do outro, o candidato era José Múcio Monteiro(PDS-PE), por ironia do destino, hoje líder do governo Lula na Câmara dos Deputados.

Fernando Lyra, Marcos Freire, Oswaldo Lima Filho, Egídio Ferreira Lima, Maurílio Ferreira Lima, Mansueto de Lavor e Jarbas Vasconcelos, hoje aliado incondicional do DEMO, e outros tantos, todos do PMDB, apoiavam Miguel Arraes. Oswaldo Coelho, Ricardo Fiúza, Drayton Nejaim, Marco Maciel, Gustavo Krause, José Mendonça, Joaquim Francisco, Moura Cavalcanti, João Cleofas, todos do PDS, hoje DEMO, apoiavam José Múcio.

Dentre os apoiadores de Arraes, um me chamou a atenção: o usineiro Marco Queiroz. Eu sempre me perguntava: O que faz com que um usineiro apoie um candidato que foi expulso do País por ter contrariado interesse dos oligarcas da Zona da Mata de Pernambuco?Confesso que não encontrava nenhuma explicação para o fato, ficava muito mais intrigado por saber que Marcos Queiroz era(e é) primo legítimo de José Múcio.Só sei que Arraes venceu a eleição para governador e Marcos Queiroz venceu a eleição para deputado federal, sendo um dos mais votados naquele pleito. Depois da eleição, o aproveitador veio a ser Secretário da Indústria e Comércio de Arraes

Pois bem.Passados vários anos após aquela memorável eleição, descobri que Marco Queiroz, já no PT, perdera uma eleição ganha, ganha já que estava disputando um mandato pelo partido do presidente Lula, para prefeito de Ipojuca, cidade da Região Metropolitana de Recife, isso no ano de 2004. Um dos motivos da derrota, talvez o mais importante, isto porque o voto do camponês costuma decidir eleições por estas paragens: Marcos Queiroz não permitia(só permitiu depois que o MP entrou com ação) que trabalhador seu tivesse direito a fazer parte do Programa Luz Para Todos, não permitia nem sequer a CELPE-Companhia de Eletricidade de Pernambuco colocar um poste nas suas terras.

Para completar, fiquei sabendo, no dia de ontem, por intermédio de um cunhado meu, que trabalha na Usina Salgado, de propriedade de Marcos Queiroz, que desde o mês de Janeiro o oportunista, trambiqueiro safado não paga o salário dos trabalhadores da usina. E que o Banco do Brasil colocou até vigias na referida usina para que ele não venda o álcool que faz parte do estoque regulador do governo.

Se na eleição de 1986 eu duvidava dos propósitos de Marcos Queiroz, atualmente filiado ao PSB, hoje já não tenho mais dúvida. Marcos Queiroz não passa de um oportunista safado, um trambiqueiro.

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