quinta-feira, 9 de abril de 2009

ONDE HÁ SAFADEZA HÁ UM DEMO NO MEIO

Senador admite ceder funcionários de gabinete a vice do DF


O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - O senador Adelmir Santana (DEM-DF) admitiu nesta quarta-feira, 8, que dois funcionários contratados por seu gabinete prestavam serviços para o vice-governador do Distrito Federal Paulo Octávio (DEM). Ele alegou que tem um escritório político em conjunto do Paulo Octávio e os funcionários trabalhavam para ambos. Santana é suplente de Paulo Octávio, que em 1º de janeiro de 2007 deixou o Senado. O senador reconheceu que herdou "uns 12, 13" funcionários de Paulo Octávio, todos eles já demitidos.

"Tenho um escritório político em conjunto com o Paulo Octávio e os dois funcionários estavam lotados nesse escritório e também vinham ao Senado", garantiu Santana. "Agora eu também não fico vigiando os funcionários", observou o senador, ao ser indagado se os funcionários cumpriam expediente no Senado.

Nesta quarta-feira, 8, Santana demitiu Mirocélis Barbosa da Silva, nomeado em 2003 para o gabinete do então senador Paulo Octávio. Miro, como é conhecido, era um assessor "para assuntos evangélicos" tanto de Paulo Octávio quando de Santana. No dia 30, Santana já havia exonerado Simone Dihl da Rocha, secretária particular do vice-governador. A assessoria do vice-governador informou que ele não se manifestaria sobre o caso.

Reportagem do Bom Dia DF da Rede Globo mostrou que Miro era lotado no gabinete de Adelmir Santana, recebia salário pelo Senado, mas prestava serviço no escritório político do vice-governador. Por telefone, Miro confirmou que fazia trabalho político com parlamentares evangélicos e representava Paulo Octávio nos lugares onde ele não podia ir. "Ele (Mirou) foi exonerado depois dessa declaração de que ele servia ao vice-governador", disse Santana. Segundo ele, Simone já havia sido exonerada antes da denúncia.

Além dos funcionários pagos pelo gabinete de Santana, Paulo Octávio tem ainda a cunhada, Alejandra Kubitschek Bujones, lotada na terceira-secretaria, mas que não é vista no Senado. Seu salário é de R$ 4,9 mil. Quando da sua contratação, Paulo Octácio ocupava o cargo de terceiro-secretário. Alejandra não foi localizada pelo Estado.

Nenhum comentário: