quinta-feira, 2 de abril de 2009

TASSO JEREISSATI ACHA NORMAL ROUBAR RECURSOS PÚBLICOS


Não interessa saber se o assalto ao contribuinte foi às claras ou à escondidas, importa dizer que não há justificativa para a atitude do senador, de gastar meio milhões de reais com passagem de avião, tudo pago pelo contribuinte, justamente ele um sujeito metido a ético, um dos coronéis mais ricos do Nordeste. Nada justifica essa safadeza. Para mim, sem nenhuma dúvida, é roubo mesmo.Ora, por que esse meliante não compra a passagem do salário que recebe mensalmente? Para que, além do salário, ter verbas extras para pagar passagem de avião, babá, o veterinário do cachorro?


"Nada foi feito escondido", diz Tasso Jereissati sobre uso de verba para fretar avião

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) afirmou nesta quinta-feira (2), em discurso no plenário do Senado, que "nada foi feito escondido" em relação ao pagamento de avião fretado com verba oficial.

O corregedor do Senado Federal, senador Romeu Tuma (PTB-SP), afirmou nesta quinta-feira (2) que não haverá investigação sobre o suposto pagamento de avião fretado com verba oficial pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). "Ele tem liberdade de usar (a verba). Ele está apresentando comprovante de uso", afirmou

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"Nada foi feito escondido. Tanto que a própria nota fiscal que aparece na matéria foi dada por mim, e eu mandei entregar a ele (o repórter), no escritório do jornal. Tudo de uma maneira pública e transparente", disse.

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o ato da direção da Casa que regula a verba oficial de passagens aéreas não permite que ela seja usada para fretamento. O texto também diz que o parlamentar teria obtido uma autorização especial para fazer as viagens.

O tucano nega. "Nunca pedi autorização especial nenhuma. Também nunca conversei sobre esse assunto com o primeiro-secretário Efraim Morais (DEM-PB). Utilizei a burocracia normal, pública, transparente, fazendo ofícios ao diretor-geral solicitando que a minha cota naquele mês específico fosse paga para a empresa aérea TAM", acrescentou.

O senador ressaltou que "não tem obrigação de conhecer todas as normas" que regem o uso da verba e que isso é obrigação da diretoria do Senado.

"Eu não sei porque eu fui pinçado. Pelo menos há 20 anos (o dinheiro) é utilizado por vários senadores, várias vezes. Tive cuidado de olhar na Câmara também e vários deputados usam", justificou. "O que está sendo colocado aqui não é ilegal e não é aético. É o que está sendo feito há muito tempo por vários senadores e por vários deputados".

Jereissati garantiu nunca ter usado mais do que a cota permitia. "Nunca usei um tostão sequer acima da minha cota de viagens. Se forem verificar minha cota hoje, eu tenho um saldo grande de recursos não utilizados. Sempre usei menos do que o recurso me dá direito", explicou.

Para o senador, as acusações foram feitas "de maneira maldosa". Também afirmou que parlamentares que querem mudar as coisas criam inimigos. Por fim, ressaltou que a situação o deixou abatido.

"Confesso que me abato, não gosto disso. Mas não vou me deixar abater o suficiente para deixar de fazer o que venho fazendo aqui. Vontade dá, de ir pra casa, porque isso aqui está ficando insustentável, insuportável. E aqueles que me conhecem sabem que isso aqui não me dá lucro, não, me dá prejuízo. Mas é um trabalho que me orgulho de fazer, fiz toda a minha vida", finalizou.

Discurso ensaiado

Pouco antes do discurso de Tasso Jereissati na tribuna do plenário, o presidente do partido, Sérgio Guerra (PE), falou sobre as acusações, seguindo a mesma linha de defesa do colega.

Guerra classificou o vazamento da informação sobre o fretamento de avião como "fraudulento". "A acusação não é acusação, não tem fundamento. Não há nada de ilegal, nem nada de equivocado. O senador podia voar com avião fretado. Entre outras razões, porque ele não gastou sequer a verba que tinha, gastou muito menos do que poderia ter gasto com despesas aéreas."

Ele também afirmou que Jereissati não conseguiu uma autorização para fazer o pagamento. "Não tem autorização especial, ele não confirmou isso. É absolutamente legal."

O presidente o partido lembrou que a prática é antiga no Congresso. "A informação que eu tenho é que há mais de 30 anos são feitos fretes de aviões por parte de senadores, de parlamentares em geral. Não se trata, portanto, de nenhuma novidade".

E utilizou o mesmo verbo, 'pinçar', para questionar o porquê de Jereissati ter sido apontado como um desvio. "O que se faz é tentar pinçar uma determinada situação para causar dano, nesse instante em que o país atravessa graves dificuldades, contra um dos mais relevantes políticos da oposição brasileira".

O primeiro-secretário da Mesa Diretora, senador Heráclito Fortes (DEM-PI) também afirmou que não há irregularidade na atitude de Jereissati. "Do ponto de vista legal, não tem nenhum erro."

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