Publicada em:19/04/2009
Miami (EUA) - A Cúpula das América, realizada em Trinidad & Tobago, serviu para aproximar o presidente Barack Obama dos líderes do continente. Mais do que tudo serviu para apagar a má imagem que muitos deles têm dos Estados Unidos, justa ou injustamente.
Até o folclórico Hugo Chavez fez questão de apertar a mão do mandatário americano e lhe dar de presente o livro do escritor uruguaio “As Veias Abertas da América Latina”. Bom livro, sem dúvida, mas um tanto quanto datado e superado pelo tempo.
A exemplo do conteúdo do livro de Galeano, o relacionamento conflituoso entre os norte-americanos e os latino-americanos pode (e deve) ficar no passado. Afinal, até pelo aspecto geográfico são parceiros naturais.
Para isso se consolidar, é preciso haver mudanças dos dois lados. Por parte dos EUA, está na hora de o país deixar de assumir uma atitude imperial e tratar as outras nações do continente como mero vassalos. Além disto, não deve mais deixar de lado as aflições dos latino-americanos, como se, por serem aliados naturais, devam aceitar tudo que é determinado pelos EUA sem contestar. Não dá mais para o governo americano take for granted tudo que determina aos latino-americanos. Como ponto positivo, o presidente Obama já identificou esta falha e se propõe a corrigi-la.
Do lado dos latino-americanos, também não tem mais cabimento culpar os EUA pela pobreza e pela incapacidade de desenvolvimento do subcontinente. É mais do que necessário as novas lideranças da região assumir as responsabilidades e cuidar de solucionar seus problemas, sem buscar desculpas no comportamento alheio. E também não tem mais sentido este esquerdismo infantilóide que vê nos enviados dos EUA à região apenas um bando de espiões e conselheiros de tortura, além de preparadores de golpes de estado.
Um passo importante foi dado pela administração americana no sentido de liberar viagens e envios de dinheiro de cubano-americanos à ilha de Cuba. Embora o embargo ainda não tenha sido suspenso, o governo Obama passou a bola para os dirigentes cubanos, que logo entenderam o recado e se prontificaram a dar sua cota de contribuição.
Pela primeira vez, Raul Castro admitiu que a revolução comunista pode ter cometido equívocos e afirmou estar disposto a discutir todos os pontos que os EUA quiserem: direitos humanos, liberdade de imprennsa, reforma eleitoral, presos políticos, inclusive com troca de presos entre os dois países.
A declaração provocou reações mistas na comunidade cubana da Flórida. Os mais renitentes ainda não se convenceram da sinceridade de Castro e afirmaram que isto não passa de um jogo de palavras. Os menos radicais – geralmente os mais jovens – veem com bons olhos esta reaproximação, que pode ser benéfica para todos: EUA, Cuba e todo o continente americano.
Logicamente, Castro precisa manter a promessa e promover as mudanças necessárias para demonstrar a real intenção de reinserir Cuba no contecto internacional e deixar de ser uma ilha isolada no Caribe. Aí, caberá aos governantes dos EUA estender a mão, suspender o embargo – cruel para com o povo cubano e inefetivo com instrumento de pressão política.
Se houver bom senso de todos os envolvidos, a próxima Cúpula das Américas poderá contar com mais um participante em sua sala de reuniões: Cuba.
Miami (EUA) - A Cúpula das América, realizada em Trinidad & Tobago, serviu para aproximar o presidente Barack Obama dos líderes do continente. Mais do que tudo serviu para apagar a má imagem que muitos deles têm dos Estados Unidos, justa ou injustamente.
Até o folclórico Hugo Chavez fez questão de apertar a mão do mandatário americano e lhe dar de presente o livro do escritor uruguaio “As Veias Abertas da América Latina”. Bom livro, sem dúvida, mas um tanto quanto datado e superado pelo tempo.
A exemplo do conteúdo do livro de Galeano, o relacionamento conflituoso entre os norte-americanos e os latino-americanos pode (e deve) ficar no passado. Afinal, até pelo aspecto geográfico são parceiros naturais.
Para isso se consolidar, é preciso haver mudanças dos dois lados. Por parte dos EUA, está na hora de o país deixar de assumir uma atitude imperial e tratar as outras nações do continente como mero vassalos. Além disto, não deve mais deixar de lado as aflições dos latino-americanos, como se, por serem aliados naturais, devam aceitar tudo que é determinado pelos EUA sem contestar. Não dá mais para o governo americano take for granted tudo que determina aos latino-americanos. Como ponto positivo, o presidente Obama já identificou esta falha e se propõe a corrigi-la.
Do lado dos latino-americanos, também não tem mais cabimento culpar os EUA pela pobreza e pela incapacidade de desenvolvimento do subcontinente. É mais do que necessário as novas lideranças da região assumir as responsabilidades e cuidar de solucionar seus problemas, sem buscar desculpas no comportamento alheio. E também não tem mais sentido este esquerdismo infantilóide que vê nos enviados dos EUA à região apenas um bando de espiões e conselheiros de tortura, além de preparadores de golpes de estado.
Um passo importante foi dado pela administração americana no sentido de liberar viagens e envios de dinheiro de cubano-americanos à ilha de Cuba. Embora o embargo ainda não tenha sido suspenso, o governo Obama passou a bola para os dirigentes cubanos, que logo entenderam o recado e se prontificaram a dar sua cota de contribuição.
Pela primeira vez, Raul Castro admitiu que a revolução comunista pode ter cometido equívocos e afirmou estar disposto a discutir todos os pontos que os EUA quiserem: direitos humanos, liberdade de imprennsa, reforma eleitoral, presos políticos, inclusive com troca de presos entre os dois países.
A declaração provocou reações mistas na comunidade cubana da Flórida. Os mais renitentes ainda não se convenceram da sinceridade de Castro e afirmaram que isto não passa de um jogo de palavras. Os menos radicais – geralmente os mais jovens – veem com bons olhos esta reaproximação, que pode ser benéfica para todos: EUA, Cuba e todo o continente americano.
Logicamente, Castro precisa manter a promessa e promover as mudanças necessárias para demonstrar a real intenção de reinserir Cuba no contecto internacional e deixar de ser uma ilha isolada no Caribe. Aí, caberá aos governantes dos EUA estender a mão, suspender o embargo – cruel para com o povo cubano e inefetivo com instrumento de pressão política.
Se houver bom senso de todos os envolvidos, a próxima Cúpula das Américas poderá contar com mais um participante em sua sala de reuniões: Cuba.
Antônio Tozzi, Direto da Redação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário